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3 motivos para todo cristão estudar filosofia

Se você acha que o filósofo é aquele que diz o que todo mundo sabe de um jeito que ninguém entende, este artigo é pra você. Para muitos, a filosofia é um saber que complica as coisas, algo perigoso, já que há casos de pessoas que perderam a fé por causa dela. “Não sei se quero que meus filhos leiam esses autores…” — talvez você pense assim. Mas hoje quero te mostrar três motivos pelos quais a filosofia é boa para os cristãos.

Por que a filosofia é importante para nós? Por que um cristão não pode se dar ao luxo de ignorá-la?

Recentemente, li Pensamentos de Blaise Pascal, um matemático, filósofo e cristão do século XVII. Ali fica claro como o filósofo pode reunir três dimensões: o ceticismo, a racionalidade matemática e a fé cristã. Lembro também do meu orientador de doutorado na Holanda, Gerrit Glas, psiquiatra e filósofo cristão, que usava esse tripé de Pascal para descrever o perfil intelectual do filósofo cristão.

Vamos aos três motivos, presbiterianamente divididos.

1. A filosofia desenvolve pensamento crítico
Pode parecer contraditório começar dizendo que o filósofo precisa ser cético. Mas é um ceticismo nos moldes de Pascal — crítico, reflexivo. A filosofia nos ensina a pensar de forma rigorosa, a ler textos complexos com atenção e a construir argumentos coerentes. Isso é essencial para quem quer ler, escrever e se expressar com clareza e profundidade. Esses hábitos intelectuais são preciosos, e a filosofia os cultiva.

2. A filosofia oferece vocabulário e contexto histórico
Como no aspecto matemático de Pascal, a filosofia exige análise rigorosa. Ela nos insere na história do pensamento ocidental (e oriental, como lembra Luc Ferry), onde perguntas e respostas foram se sucedendo, se contradizendo e se aperfeiçoando. Isso ajuda o cristão a identificar caminhos promissores — e também os que devem ser evitados. Muitos cristãos participaram dessa história com excelentes argumentos: Agostinho, Anselmo, Tomás de Aquino, Jonathan Edwards, Kierkegaard, Plantinga, entre outros. A filosofia fornece um vocabulário para entendermos e dialogarmos com essas ideias.

3. A filosofia revela a direção religiosa
Pascal era, acima de tudo, cristão. E a filosofia, ao contrário do que muitos dizem, não é neutra. Basta abrir qualquer manual de filosofia: não há neutralidade no uso da razão. Todos os filósofos alegam ser racionais, mas chegam a conclusões muitas vezes opostas. Por quê? Porque partem de pressupostos religiosos — explícitos ou não. A filosofia nos ajuda a discernir esses compromissos últimos: ou a adoração ao Criador, ou à criatura (como Paulo afirma em Romanos). Não há meio-termo, e a filosofia ajuda o cristão a identificar essas direções.

Por isso, um cristão não pode ignorar a filosofia. É preciso conhecer autores da fé, mas também compreender como eles interagiram com ideias de pensadores não cristãos. Platão, Sócrates, Aristóteles, os céticos, estoicos, neoplatônicos, medievais, modernos, pós-modernos, teóricos da desconstrução — todos eles nos ajudam a entender a cultura, os compromissos intelectuais, éticos e religiosos de cada época.

Isso é vital para o cristão, para seu testemunho, para a edificação da igreja e, acima de tudo, para a glória de Deus. Que possamos glorificá-lo com a inteligência que Ele nos deu.


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