fbpx

8 passos indispensáveis no aconselhamento bíblico

Eu conheço uma história — não posso mencionar nomes, sob risco de processo — de uma pessoa que foi a um grande nome da teologia brasileira em busca de aconselhamento; durante a conversa, o conselheiro chegou a cochilar. Se você não quer passar por isso, este artigo é para você.

Hoje vou apresentar os passos fundamentais para um aconselhamento bíblico eficaz. Talvez você não seja conselheiro, mas esteja buscando orientação bíblica; ou talvez seja estudante de teologia e deseje se tornar um. Essa é uma função nobre: precisamos de conselheiros bíblicos que creiam na suficiência das Escrituras para tocar corações — sem misturar Freud com Jesus.

1. Oração
Não é só a oração inicial pedindo bênção. O conselheiro deve orar continuamente, especialmente no início, demonstrando dependência do Espírito Santo que convence de pecado, justiça e juízo. Ele ora por iluminação divina, não por retórica, diplomas ou leitura de muitos livros. Se o conselheiro não ora com você no começo, no meio e no fim, isso é um sinal preocupante.

2. Escuta atenta e crítica
Prefiro chamar de escuta crítica, não apenas terapia de linguagem. Em Provérbios 20, a palavra vai do ouvido ao coração — no hebraico, ouvir leva ao coração, não ao cérebro. O conselheiro precisa captar o que está por trás das palavras: às vezes alguém reclama de problemas na igreja, mas o real problema é o orgulho; ou fala de trauma, mas precisa de fé. A escuta deve ir além do óbvio e alcançar o âmago.

3. Identificar o foco da “condição decaída” (FCD) do aconselhado
O conceito vem do teólogo Brian Chappell (em Pregação Cristocêntrica). O conselheiro deve perceber onde a queda está mais evidente — por exemplo, o problema externo pode ser, na verdade, vaidade ou narcisismo. Esse diagnóstico é essencial para direcionar a mensagem.

4. Determinar o texto bíblico com FCD correspondente
Depois de identificar a condição decaída, escolha um texto bíblico que trate do mesmo problema. Não é salpicar versículos aleatórios. Leia, explique e aplique o texto, mostrando como o autor bíblico lidou com aquela mesma questão. Quando bem feito, o aconselhado diz: “é exatamente isso!” — pois a Palavra alcança o coração.

5. Elaborar um plano de ação
Jesus disse: “ensinai-os a obedecer tudo o que eu tenho falado” (Mateus 28:20). O aconselhamento precisa ser prático: ações, prazos, metas. Por exemplo: “hoje você faz X; em duas semanas, Y; em um mês, revisamos Z”.

6. Encorajar na esperança
Como Paulo diz (Filipenses 1:6), Deus é o Autor e Consumador da nossa fé: Ele tanto inicia quanto completa a santificação. O conselheiro deve apontar para essa esperança, para que a pessoa não se sinta incapaz.

7. Fornecer referências e recursos
Ofereça materiais complementares: livros, palestras, estudos, músicas, podcasts — coisas que reforcem o tema tratado. Por exemplo, compartilhar gravações não públicas de aulas que você gravou na igreja e pedir retorno sobre o que a pessoa ouviu.

8. Acompanhar
Aconselhamento bíblico não é spray e vá embora. É discipulado. É necessário checar periodicamente: uma ligação, mensagem, visita. A caminhada é contínua — a Palavra de Deus é perene, e o aconselhamento, também.


Acreditamos que o estudo teológico é fundamental para todo cristão, e não apenas para pastores ou líderes. Afinal, a teologia nos ajuda a seguir a Cristo em todos os aspectos da nossa vida!

No Loop, nossa equipe oferece suporte pedagógico e trilhas de estudo personalizadas para seus interesses, permitindo que você aprofunde seu conhecimento teológico e lide de forma segura com as situações do dia a dia.


Deixe um comentário