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Enfrentando o ceticismo com o Senso Comum:

Thomas Reid como interlocutor moderno e contemporâneo

Aulas

14

DURAÇÃO

6 horas

Encontro ao vivo

29 de agosto

"As respostas que Reid apresentou aos desafios do ceticismo não só foram satisfatórias em seu período, como também funcionaram como uma espécie de matriz filosófica para uma série de outras iniciativas intelectuais."
— Pedro Dulci

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Tornou-se muito difundida contemporaneamente a tese do sociólogo canadense Charles Taylor de que, entre muitas causas para o surgimento da nossa Era Secular, a Reforma protestante é o movimento mais importante. Para ele, o humanismo renascentista, a revolução cientifica, o surgimento do “Estado policial” são todos corretos, enquanto elementos que cooperam para entendermos como a era secular surgiu. Mas, para compreendermos na sua totalidade, “precisamos analisar a importância de um movimento que ganhou fôlego no final do período medieval e que pretendia remodelar a sociedade europeia a fim de satisfazer às exigências do Evangelho e, mais tarde, a civilização” (TAYLOR, 2010, p. 83). Na raiz de toda fragmentação da civilização ocidental, e de seu ceticismo moderno, encontra-se a Reforma protestante e seus vários movimentos de reforma que, na leitura de Taylor, esfacelaram a unidade do antigo regime.

Essa hipótese, no entanto, não está livre de contrapontos. As raízes do ceticismo na modernidade se mostraram mais bem estabelecidas e anteriores à Reforma. Uma publicação decisiva para esse período é a Douta Ignorância de Nicolau de Cusa, que data de 1440 onde as raízes epistemológicas do ceticismo já são bem apresentadas — em seu sentido moderno. Depois disso, autores como Michel de Montaigne, René Descartes, John Locke, Georges Berkley pavimentaram um caminho sem muita resistência para que David Hume, finalmente, pudesse consolidar uma postura cética na filosofia moderna. 

A metafísica e, por conseguinte, os enunciados teológicos, passaram por uma fase de descrédito sem precedentes. Muitos seguiram a impressão que Immanuel Kant tiveram ao ler a obra de Hume — a de terem sido despertados de um “sono dogmático”. Entretanto, este descrédito também não foi unânime. 

A filósofa norteamericana Nancy Murphy, por exemplo, nos lembra de uma comunidade epistêmica que continuou seu trabalho intelectual como se Hume nunca tivessem despertado ninguém de seu sono dogmático nenhum: “os que tratam essas questões como se Hume nunca tivesse escrito não o fazem por ignorância dos trabalhos de Hume, mas porque eles aceitam que Thomas Reid respondeu satisfatoriamente a Hume” (MURPHY, 2020, p. 42).

Um novo nome surge na história do pensamento Ocidental, o de Thomas Reid. Este será lembrado pelas suas contribuições com a filosofia escocesa do senso comum e a influência que exerceu sobre teológoso americanos como John Witherspoon, Samuel Stanhope Smith e Charles Hodge do Seminário Teológico de Princeton. As respostas que Reid apresentou aos desafios do ceticismo não só foram satisfatórias em seu período, como também funcionaram como uma espécie de matriz filosófica para uma série de outras iniciativas intelectuais. Ele enfrentou o ceticismo moderno em seus próprios termos mostrando suas lacunas, os limites das teorias que o sustentavam e nos forneceu uma belíssima alternativa filosófica que devolvia aos habitantes do mundo moderno e contemporâneo a realidade em seu senso mais ordinário e comum.

No curso Enfrentando o ceticismo com o Senso Comum vamos explorar desde Nicolau de Cusa até Thomas Reid as principais ideias filosóficas e teológicas que ajudaram a cultivar o solo do ceticismo moderno e fazer florescer muitos problemas epistemológicos e morais que enfrentamos até hoje — como o dualismo, o representacionismo, o ceticismo, o imaterialismo e os mais diferentes tipos de reducionismos idolatras que preencheram os primeiros séculos da modernidade.

Temas das aulas

01. Nicolau de Cusa e o nascimento do ceticismo na pré-Reforma

02. A emergência do ceticismo no século 16 e as obras de Michel de Montaigne

03. As investigações sobre o intelecto e a vontade na Filosofia da Contrarreforma

04. René Descartes e a filosofia escolástica: da busca por reconhecimento ao antagonismo qualificado

05. A revolução cartesiana como uma revolução reducionista

06. Do eu que pensa à ideia inata de Deus: a tentativa de superação da dúvida cética n’As meditações metafísicas de René Descartes

07. A recepção crítica da obra de Descartes e as lacunas deixadas pela circularidade de seu raciocínio

08. Os platônicos de Cambridge e a crítica empirista às ideias inatas com John Locke

09. A instituição empirista do exame das capacidades e dos objetos que são próprios do nosso entendimento no Ensaio de John Locke

10. O “véu de percepção” criado pela teoria das ideias de John Locke e a permanência do problema cético no conhecimento

11. A crítica às ideias abstratas na filosofia de George Berkeley

12. A percepção como o elo entre o ser e a própria visão de Deus no imaterialismo de George Berkeley

13. O empirismo de David Hume e a tentativa de ultrapassar o ceticismo pelos hábitos humanos

14. A associação automática de ideias em Hume e a maturidade do ceticismo moderno

Pedro Dulci

Professor do curso

É casado com Carolinne e pai do Benjamim. É doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás, com período de pesquisa na Universidade Livre de Amsterdã, na Holanda, e graduado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Brasil Central, em Goiânia, onde também é pastor efetivo da Igreja Presbiteriana Bereia. Trabalhou como capelão escolar do Instituto Presbiteriano de Educação, em Goiânia, e atualmente é o teólogo residente do Invisible College.

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Bibliografia

Anthony Kenny. Uma nova história da Filosofia ocidental (Edições Loyola) 

Bertrand Russell. História da Filosofia Ocidental: A Filosofia Moderna (Editora Nova Fronteira) 

Bertrand Russell. História do Pensamento Ocidental (Editora Nova Fronteira) 

Giovanni Reale e Dario Antiseri. Filosofia: Idade Moderna (Editora Paulus)