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É possível ser constante nas disciplinas espirituais?

Esse artigo é pra você que já não sabe mais como manter constância nas suas disciplinas espirituais. Talvez uma das maiores queixas dos cristãos em relação à sua rotina e caminhada com Deus seja justamente a falta de frequência. O maior desafio que os discípulos de Jesus enfrentam é a inconstância em obedecê-lo e continuar crescendo espiritualmente.

Essa inconstância se manifesta de várias formas: na oração, na leitura bíblica, na comunhão, no culto… e tudo isso afeta diretamente o nosso crescimento. E as razões para isso também são diversas: rotinas inflexíveis, acontecimentos inesperados, casamentos, chegada de filhos, mudanças, doenças — circunstâncias que, de fato, atropelam a gente e nos tiram do eixo.

Eu sempre fico pensativo, porque temos a mania de idealizar uma vida cristã com uma rotina perfeita, um crescimento sem interrupções. Mas isso simplesmente não existe. Nós somos circunstanciais. Não conseguimos escapar disso. O próprio Deus, ao se fazer homem em Cristo, passou por isso. Jesus sentia fome, sono, cansaço… tinha rotinas como nós. E isso não é um problema. Se fosse, a divindade não teria se submetido a isso. E Ele enfrentou essas circunstâncias com sabedoria — nós também precisamos aprender a enfrentá-las.

Então… como fazer isso?

Esse artigo não é a solução final, mas é um convite à reflexão. Aqui vão cinco conselhos práticos.

1. Pequenos momentos causam grandes impactos

Você precisa se livrar da ideia de que só terá vida com Deus se conseguir passar 3 ou 4 horas imerso em oração ou leitura bíblica. Claro que isso pode acontecer. Mas se você está tendo dificuldade com a frequência, o mais importante é a constância nos pequenos momentos.

Cinco minutos todos os dias valem mais do que 25 minutos uma vez por semana. Esses pequenos momentos, quando vistos de perto, parecem pouco, mas ao longo dos anos mostram uma curva de crescimento constante.

2. Pequenas porções geram profundidade

Melhor do que ler uma carta inteira do Novo Testamento de uma vez só é passá-la em revista por dois meses. Ao invés de devorar grandes trechos da Escritura rapidamente, fique muito tempo em pequenos trechos.

Foi algo que mudei na minha própria vida. Pego um livro bíblico, estudo com calma, compro comentários, leio devagar. Depois de seis meses, aquilo se fixou profundamente na minha mente e no meu coração. É mais eficaz.

3. Use a tecnologia a seu favor

Recentemente, por causa de mudanças na minha rotina — como a inclusão de exercícios físicos — comecei a usar tecnologia para manter o crescimento espiritual. Nunca fui muito dos audiobooks, sempre gostei de livro físico, de sublinhar, escrever… Mas percebi que alguns livros funcionam muito bem no formato de áudio.

E aí, momentos que seriam “perdidos”, como no trânsito, lavando louça, indo de um lugar a outro, viraram espaços de aprendizagem. Isso vale também para podcasts, cursos, e-books… Use a tecnologia para avançar.

4. Integre sua família à sua vida espiritual

Muita gente não consegue manter constância porque a rotina familiar é pesada: filhos pequenos, cônjuge, pais doentes ou idosos… A resposta pode estar em integrar a família no processo.

Leia antes das refeições. Leia em voz alta para seus filhos. Escolha livros que sirvam para todos. Isso fortalece os laços, edifica todos e ajuda você a viver sua espiritualidade no contexto real da sua vida. Às vezes, aquele momento “ideal” de silêncio e solidão com Deus simplesmente não é possível — e tudo bem. Adapte.

5. Transforme sua rotina em espaço de crescimento

Ao invés de tentar encaixar a vida espiritual na sua rotina, transforme a sua rotina num lugar de formação espiritual. Está no trânsito? Coloque um podcast. Está lavando louça? Coloque uma pregação. Vai viajar? Leve uma boa leitura.

Organize sua casa para isso: deixe o livro à vista na mesa, na cabeceira, no quarto das crianças. Leia uma ou duas páginas antes de dormir. É melhor fazer pouco com frequência do que muito e nunca mais repetir.

Bônus: Seja misericordioso com você mesmo

Talvez o ponto mais importante: pegue leve consigo mesmo. Isso não é uma competição. Deus não vai te amar mais ou menos se você leu um livro inteiro ou não. O que importa é compreender o que Deus espera de você nesta fase, nessas circunstâncias em que você está.

Passe a olhar sua vida com graça. Seu filho não será pequeno para sempre. Seu deslocamento, seu cansaço, sua sobrecarga — tudo isso é passageiro. Seja gentil consigo mesmo e siga ajustando com sabedoria e paciência. Esse processo já é parte da sua formação.


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