GUIA DE ESTUDOS 2024
O Drama da Doutrina
Por que para muitos ouvidos contemporâneos, o termo “doutrina” é sinônimo de religiosidade e tradicionalismo? Por que trata-se de um conceito que soa maçante e empoeirado? Doutrina não é um daqueles assuntos que ocupam um lugar fundamental em nosso dia a dia e que nos empolgamos para compartilhar. Não existe nenhum verbo mais pejorativo hoje em dia do que “doutrinar”.
A maioria de nós acha muito difícil formular claramente as doutrinas que acreditamos — e parece ser mais difícil ainda sustentar “doutrinas” nos ambientes plurais e multifacetados em que transitamos. De forma geral, quando estamos em uma situação que se torna inevitável a presença da “doutrina”, ela necessariamente nos colocará em discórdia com quem está ao nosso redor.
Nesse cenário, o primeiro e mais fundamental passo na construção de uma teologia pública é perguntar-se pela natureza e a importância da doutrina para toda a vida cristã. Quanto a essa investigação específica, destaca-se de publicações precedentes o livro O Drama da Doutrina (2005), do teólogo norteamericano Kevin J. Vanhoozer. Da maneira que lhe é própria, Vanhoozer consegue não só percorrer profundamente as discussões mais técnicas em torno da disciplina da crítica doutrinária ao mesmo tempo em que comunica sua importância para o dia a dia das comunidades de fé em Jesus.
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Resenha do Livro O Drama da Doutrina – Fares Furtado
https://bit.ly/3sJZ8oj
Leia: Review of The Drama of Doctrine – Robbie F. Castleman
https://bit.ly/3HFzCVB
Leia: Kevin Vanhoozer, o rei do Drama – Wesley Hill
https://bit.ly/2kO8Bds
Assista: Qual a diferença entre Doutrina e Teologia?
https://bit.ly/34fF7Mh
Leia: Teodrama: uma alternativa à tensão “teoria versus prática” – Daniel Simões
https://bit.ly/32mfys7
Assista: De que maneira a doutrina se relaciona com a formação da Cosmovisão?
https://bit.ly/3sGCkFY
Leia: A doutrina cristã: seu início, queda e uma proposta de como trazê-la de volta à igreja – Pedro Augusto Paiva
https://bit.ly/3Jeb8UY
Assista: Teologias identitárias modernas caem no reducionismo apontado por Vanhoozer?
https://bit.ly/3HmxQsb
Assista: A fiel representação da Palavra – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/344Ouhv
Leia: O conceito de ortodoxia cristã na teologia canônico-linguística – Mateus Nunes
https://bit.ly/3FjiOCR
Leia: Religião como estrutura da realidade: uma teoria da religião a partir da teologia pós-liberal de George Lindbeck – Christian David Soares Bitencourt
https://bit.ly/2lXwG1C
Assista: Qual metáfora melhor define o Drama das Escrituras?
https://bit.ly/3Hniwvk
Leia: O drama do escárnio – Douglas Quintiliano
https://bit.ly/3ssiQ7V
Assista: O conceito de teodrama de Von Balthasar – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/2kjmVdP
Leia: Fomos dados em espetáculo ao mundo (Parte 1) – Fabrício Tavares de Moraes
https://bit.ly/3sN1zqc
Leia: Fomos dados em espetáculo ao mundo (Parte 1) – Fabrício Tavares de Moraes
Assista: Como tornar prática e clara, a linguagem do Teodrama?
https://bit.ly/32ygHx0
Assista: Quais os pontos cegos da linguagem canônica linguística?
Assista: Assista: O que é Teologia Primeira? – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/2lRAb9S
Assista: A filosofia pode contribuir para a hermenêutica? – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/2lSF1E5
Assista: O Método canônico linguístico pode ajudar no diálogo inter-religioso com os Judeus?
Assista: Encenando o Drama da Doutrina – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/2lSFg1X
Assista: Aspectos práticos da obra “Encenando o Drama da Doutrina” – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/2kmmeR9
Leia: Praticando o cânon: oração, teodrama e a espiritualidade cotidiana – Bruno Maroni
https://bit.ly/3stfbGQ
Leia: O Drama da Doutrina para crianças – Ana Ester Correia
https://bit.ly/3srb4LuAssista: O que levou à separação de pastores e teólogos? – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/3mKRWEK
Assista: Por que pastores-teólogos são necessários? – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/3Jt9kHD
Assista: Qual é a perda se os pastores não forem teólogos também? – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/3HgsoXM
Leia: Carta a um aspirante a teólogo – Kevin Vanhoozer
https://bit.ly/3sKUvKB
Uma fé para a vida
Na apresentação do livro Wordview: the history of a concept, de David K. Naugle, publicado no Brasil pela editora Monergismo, com o título Cosmovisão: a história de um conceito, em 2018, Arthur F. Holmes afirma que “toda verdade, em última análise, tem a ver com os caminhos e as obras de Deus” (NAUGLE, 2017, p. 13). Fato é que o termo alemão weltanschauung, comumente traduzido por cosmovisão ou visão de mundo, tem sua origem não na teologia, mas na filosofia, no clássico Crítica da Faculdade do Juízo, de Immanuel Kant (1724-1804). Contudo, em ressonância com as palavras de Holmes, a apropriação do termo pela teologia cristã foi, conforme argumenta Naugle, “um dos desenvolvimentos mais significativos na história recente da igreja”, não por ser algum tipo de empreendimento arbitrário de alguns teólogos sobre os auspícios de uma apologética fragmentária, mas por se referir a algo inerente aos “caminhos e as obras de Deus”, que diz respeito à própria natureza da fé cristã.
Se por um lado o conceito de weltanschauung diz respeito ao centro das afeições humanas, o coração, a importância de uma cosmovisão cristã é tanto um imperativo bíblico quanto uma necessidade diante da demanda do tempo presente, de cosmovisões antitéticas à tradição cristã, como o naturalismo e o niilismo. Talvez ninguém tenha entendido isso melhor do que o polímata holandês Abraham Kuyper (1837-1920), especialmente lembrado por ser o fundador da Universidade Livre de Amsterdã, em 1880, e primeiro-ministro da Holanda de 1901 a 1905. A pedra angular do seu pensamento pode ser expressa nas palavras de inauguração da Universidade Livre: “Não há uma polegada quadrada do domínio total da nossa existência humana sobre a qual Cristo, que é soberano sobre todas as coisas, não grite ‘Meu!’” (KUYPER apud NAUGLE, 2017, p. 43). Um crítico da apologética clássica e fortemente influenciado pela teologia dos reformadores, sobretudo no que diz respeito à sua visão da soberania divina, Kuyper entendia que qualquer resposta eficaz aos ataques contra o cristianismo bíblico não poderia ser dada de forma fragmentada, mas com uma proposta de cosmovisão cristã de todo abrangente, uma visão integrada da realidade.
Ocupar-se não só com esses ataques, mas com as respostas a sua altura é tarefa de todos aqueles que estudam cosmovisão cristã.
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Worldview – The history of a concept
https://bit.ly/3gs8z4a
Leia: Dando Nome ao Elefante: cosmovisão como um conceito
https://bit.ly/3rxZvBg
Leia: James Orr
https://bit.ly/3ruQZTI
Leia: A Word from James Orr
https://bit.ly/3GCU5cl
Assista: Qual a relação entre doutrina e cosmovisão?
https://youtu.be/bSkEyK8EJng
Ouça: Abraham Kuyper
https://bit.ly/3uvk8jr
Leia: Uma Introdução à Cosmovisão Calvinista Kuyperiana
https://bit.ly/3sqaX0Y
Leia: A legitimidade do Governo e da Política em Calvino, Kuyper e Dooyeweerd
https://bit.ly/3j1F5zi
Leia: Missão Integral ou Neocalvinismo
https://bit.ly/3j1FsKc
Assista: Teologia Kuyper e Campo Científico
https://youtu.be/Q95uf30YB-8
Assista: Tradição Kuyperiana
https://youtu.be/PFCXTSvh_gA
Assista: Cosmovisão tem relação com a polarização política hoje no mundo?
https://youtu.be/AZzKK7PV9-M
Assista: Abraham Kuyper e a Transformação Social
https://youtu.be/FX4dv8AHLB0
Leia: Abraham Kuyper e a cosmovisão bíblica
https://bit.ly/3ov8S2M
Para aprofundar-se: O neocalvinismo holandês e o movimento de cosmovisão cristã
https://bit.ly/3Ls0Cur
Para aprofundar-se: Creating a Christian Worldview: Abraham Kuyper’s Lectures on Calvinism
https://bit.ly/34iFtSG
Para aprofundar-se: Abraham Kuyper e o engajamento cristão nas esferas socioculturais e políticas
https://bit.ly/3J7fxIi
Leia: Resenha: No crepúsculo do pensamento ocidental
https://bit.ly/3wnLlnT
Leia: Philosofando Coram Deo
https://bit.ly/3GU2Q3W
Leia: Um estudo comparativo entre as propostas ético-sociais de H. Dooyeweerd e N. Wolterstorff
https://bit.ly/3WvHfEQ
Leia: Nicholas Wolterstorff e a ética social do calvinismo holandês
https://bit.ly/3HqCk3Y
Leia: A herança epistêmica Agostiniano-Calvinista em Alvin Plantinga
https://bit.ly/3LiZoBi
Assista: A Filosofia Cristã de Herman Dooyeweerd (playlist c/ 9 partes)
https://bit.ly/3sk2bl7
Leia: O impacto da filosofia de Kant sobre a doutrina da revelação em Karl Barth
https://bit.ly/3j1YoID
Leia: A morte e a morte da modernidade
https://bit.ly/3Hn6AN4
Leia: Kierkegaard lendo Agostinho
https://bit.ly/3ZZSw39
Assista: Jesus, Nietzsche e Dostoiévski
https://youtu.be/IDiPzCEUR7Y
Leia: Prolegômenos de cosmovisão (Parte I)
https://bit.ly/3qippqN
Leia: Prolegômenos de Cosmovisão (Parte II)
https://bit.ly/3mw5ljP
Para aprofundar-se: Nietzsche Was Right
https://bit.ly/34lrUSc
Para aprofundar-se: Kant and Theology
https://bit.ly/3J3Xsuw
Para aprofundar-se: Kierkegaard and Theology
https://bit.ly/3J6NgSf
Assista: Quando um cristão afirma que a bíblia se aplica apenas para quem crê, como respondê-lo
https://youtu.be/2SIg6SXqlf4
Assista: É possível afirmar que exista uma unidade de cosmovisão entre as correntes protestantes?
https://youtu.be/jX_sLrA9YAM
Assista: Uma definição de cosmovisão cristã sempre nasce da ontologia?
https://youtu.be/RY0bUTiKV-s
Leia: A Ontologia como princípio da formação de uma cosmovisão cristã a partir da vocação de Moisés
https://bit.ly/3H2aDv4
Leia: A busca humana da diversão sobre a ótica bíblica de Criação-Queda-Redenção
https://bit.ly/3JpYrsL
Leia: Diagnosticando os sintomas do nosso tempo
https://bit.ly/3iTG4S6
Leia: Resenha: o crente no mundo de Deus
https://bit.ly/3HpfdXl
Leia: Reflexões críticas sobre Weltanschauung
https://bit.ly/3J7jkbO
Leia: Cosmovisão: do conceito à prática na Escola Cristã
https://bit.ly/3J9Hnai
Leia: Como sabemos? O professor e as teorias do conhecimento
https://bit.ly/3XxWYEH
Para Aprofundar-se: Should We Do Away With Talk of Worldview?
https://bit.ly/3J7tWEm
Para aprofundar-se: Christian Contours: How a Biblical Worldview Shapes the Mind and Heart
https://bit.ly/3oxfltX
Para aprofundar-se: Uma Análise Filosófica, Teológica e Antropológica do Conceito de Cosmovisão
https://bit.ly/3uxAVCv
Assista: O que é o conceito do imaginário social?
https://youtu.be/71iAQidYiJ4
Assista: A imaginação da criança pode ser um instrumento para ensinar a ela doutrinas da fé cristã?
https://youtu.be/CVSJ9WS4Amo
Assista: Como educar alguém dentro da cosmovisão cristã?
https://youtu.be/BzApmr5w6fk
Assista: O poder do hábito e a dádiva das práticas
https://youtu.be/SXqX-mWLzzg
Assista: O poder formativo da repetição
https://youtu.be/IXY3k2DwxKg
Assista: O que está faltando na teologia pública?
https://youtu.be/_u5IxC5qXU8
Leia: Uma fé para a vida: sobre intencionalidade no ministério infantil
https://bit.ly/3AVj1uE
Leia: Sob o controle do amor: a relação entre cosmovisão e as afeições
https://bit.ly/3J5e59u
Para aprofundar-se: Moral and Ritual Knowing
https://bit.ly/3Lsgk8T
Para aprofundar-se: Knowing and Reality
https://youtu.be/udysdDRfKYM
Para aprofundar-se: Ritualed knowing
https://bit.ly/3JkUFON
A Certeza da Fé
Conforme um dos seus mais recentes biógrafos, James Eglinton, o definiu Herman Bavinck (1854-1921) era “para seus contemporâneos, ele era conhecido não apenas como um teólogo brilhante. Para eles, ele também era — entre outras coisas — um pioneiro em psicologia, um reformador pedagógico, um defensor da educação de meninas e defensor dos direitos de voto das mulheres, um parlamentar e um jornalista. Ele foi, e em alguns círculos hoje continua sendo, uma pessoa de importância internacional”.
Apesar de alguns líderes e teólogos latinoamericanos serem rápidos em questionar o valor das contribuições que os escritos de homens europeus têm para pensar as condições da igreja brasileira, uma breve reconstrução do contexto cultural e intelectual de Bavinck será suficiente para percebermos que, guardadas as devidas especificidades, sua teologia respondeu desafios que ainda são os nossos. Mais do que isso, uma vez que Bavinck havia “nascido logo depois que a Holanda se comprometeu com os ideais sociais democráticos liberais, ele era uma espécie de garoto-propaganda dessa nova era de oportunidades, igualdade e liberdade” — tornando-se um paradigma privilegiado para compreendermos o significado e os limites dessa sociedade que ainda insiste em permanecer entre nós.
Em especial, sua Filosofia da Revelação mostra-se como um ponto de inflexão para uma série de perguntas filosóficas e teológicas que continuarão ocupando as principais mentes dentro e fora da igreja do Ocidente. Isso faz com que Bavinck seja uma leitura incontornável. Ter disponível em nosso idioma em uma excelente tradução da suas Stone Lectures é uma oportunidade de lidarmos com uma obra de maturidade de um dos grandes teólogos que a igreja reformada produziu no começo do século 20 — junto da fisionomia intelectual moderna, mas com a postura irrefutavelmente ortodoxa que, de alguma maneira, ainda é a nossa.
Albert Wolters. Translator’s Preface to Nature and Grace (Dordt College Press)
Gerrit C. Berkouwer. A half century of theology: movements and motives (Eerdmans).
Herman Bavinck. Common Grace (paper)
Herman Bavinck. Dogmática Reformada (Cultura Cristã)
Herman Dooyeweerd. No Crepúsculo do Pensamento ocidental (Cultura Cristã)
Henry Elias Dosker. Introduction in Essays on Religion, Science and Society (Baker)
James Eglinton. Bavinck: a critical Biography (Baker)
John Bolt. Introdução à Dogmática Reformada (Cultura Cristã)
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Filosofia da Revelação – Prefácio
https://bit.ly/3hBpu2y
Leia: Philosophy of Revelation
https://bit.ly/3pxneA0
Leia: Prefácio à “A Filosofia da Revelação”
https://bit.ly/3pyAiFE
Para aprofundar-se: The Context of Herman Bavinck’s Stone Lectures
https://bit.ly/3KuY9hx
Para aprofundar-se: Herman Bavinck’s Lectures on the Certainty of Faith (1891)
https://bit.ly/370KzE3
Assista: Qual a melhor sequência para ler e conhecer as obras do Bavinck?
https://youtu.be/d9mtD_em2O4
Assista: Como as obras de Bavinck podem contribuir em nosso contexto?
https://youtu.be/Uay5U2iJlmU
Assista: Quais ensinos de Bavinck poderiam auxiliar a igreja frente aos dilemas atuais da cultura brasileira?https://youtu.be/Q1tEOJ7sVyo
Leia: Herman Bavinck (1854-1921)
https://bit.ly/3vC9XKE
Leia: Herman Bavinck: Cem Anos Atrás
https://bit.ly/3tueV9g
Leia: A visão de Bavinck acerca da “Amizade Crítica”
https://bit.ly/3Kc1XDZ
Leia: As raízes históricas do liberalismo teológico
https://bit.ly/3Xy7n3c
Leia: Um ensaio introdutório sobre a espiritualidade reformada
https://bit.ly/3wnLZ4R
Para aprofundar-se: Bavinck as Pastor (1880-82)
https://bit.ly/3tufa4a
Para aprofundar-se: Herman Bavinck’s Modernisme en Orthodoxie: A Translation
https://bit.ly/3MjPcsL
Para aprofundar-se: An Excerpt on Prayer from Bavinck’s Reformed Ethics
https://bit.ly/3K9LtfC
Para aprofundar-se: The Theology of Albrecht Ritschl
https://bit.ly/370sNkf
Para aprofundar-se: Herman Bavinck on Scottish Covenan Theology and Reformed Piety
https://bit.ly/3MlG1rM
Para aprofundar-se: Elementos para uma teologia pública em Herman Bavinck
https://bit.ly/3tsi0Ha
Assista: Ao evocar a Revelação, Bavinck não está esquivando-se da filosofia?
https://youtu.be/TlV_70OZKx8
Leia: O impacto da filosofia de Kant sobre a doutrina da revelação em Karl Barth
https://bit.ly/3j1YoID
Leia: Revelação em Paul Tillich
https://bit.ly/3KcBPsz
Para aprofundar-se: Beyond the Schleiermacher-Barth Dilemma
https://bit.ly/3MjyppX
Assista: A graça comum é o meio pelo qual a graça especial se faz possível?
https://youtu.be/66S5AImJJ0Y
Leia: Educação e evangelização em missão
https://bit.ly/3HxRfGl
Para aprofundar-se: Bavinck on Religion
https://bit.ly/35kn34w
Para aprofundar-se: Religion as Revelation?
https://bit.ly/35kEnX3
Para aprofundar-se: Should we read Bavinck’s The Philosophy of Revelation as an apologetic-of-despair work?
https://bit.ly/3vuTaZQ
Assista: Como podemos nos certificar que estamos interpretando a Revelação da Palavra corretamente?
https://youtu.be/AogbjXO8T_Y
Leia: “Estou pensando em acabar com tudo” e a dependência humana
https://bit.ly/3pz7n48
Para aprofundar-se: Religion as Revelation?
https://bit.ly/35lOif1
Para aprofundar-se: Conscience
https://bit.ly/3MkfQSl
Para aprofundar-se: Knowledge according to Bavinck and Aquinas
https://bit.ly/3pz7zjS
Para aprofundar-se: The Natural Knowledge of God
https://bit.ly/3tpLdT8
Assista: Como fundamentar uma proposta da filosofia da revelação sem ser monista?
https://youtu.be/iWFNJpnFuuM
Assista: Podemos compreender a proposta de Bavinck também como uma alternativa de filosofia da história ?
https://youtu.be/TTTkCnY0-DM
Assista: Como seria uma ciência redimida e aperfeiçoada pela graça?
https://youtu.be/RT62irBM23U
Leia: A providência
https://bit.ly/35BUBsu
Leia: Teologia como ciência especial I
https://bit.ly/3py8Ibx
Leia: Teologia como ciência especial II
https://bit.ly/3vQP9zd
Leia: Teologia como ciência especial III
https://bit.ly/36Z9APY
Leia: Teologia como ciência especial IV
https://bit.ly/3Kc3Q3x
Para aprofundar-se: The Centrality of the Heart in Herman Bavinck’s Anthropology
https://bit.ly/3KaZEkC
Leia: Herman Bavinck como um homem da ciência
https://bit.ly/3tpLPrU
Para aprofundar-se: On how Herman Bavinck responds to the theory of evolution
https://bit.ly/3wpLc3g
Para aprofundar-se: On Certainty in Faith and Science
https://bit.ly/3MjResT
Filosofia Cristã
Descrito por G. E. Langemeijer como “o filósofo mais original que a Holanda já produziu, incluindo Espinoza” e por David Naugle como “o mais criativo e influente filósofo entre os neocalvinistas no século XX”, Herman Dooyeweerd argumentava que toda filosofia, em última instância, é movida por pressuposições religiosas, e não teóricas, e de que ela sempre fracassará quando, desprovida dessa consciência, desejar ser autônoma.
A mola mestra da filosofia de Dooyeweerd, dando continuidade à tradição kuyperiana, era, segundo nos ensinou L. Kalsbeek: “a convicção de que a antítese espiritual tem marcado o próprio pensamento filosófico no decurso da História”, e que, assim, “o filósofo cristão deve discernir entre os motivos-básicos do cristão e do não cristão que deram luz às várias tradições de pensamento. Acima de tudo, o pensador cristão deve continuamente guardar a si mesmo de fazer qualquer tipo de síntese entre os motivos-básicos completamente antitéticos e mutuamente excludentes”.
Uma boa apologética é aquela que considera a importância dos motivos-básicos do coração na constituição de uma cosmovisão. A força direcionadora da vida humana reside, antes de tudo, no coração. A regeneração, mediante o ato transformador do Espírito Santo no coração, pela Palavra, é o que redime e faz nascer de novo o coração que, uma vez morto em seus delitos e pecados, jamais poderia ser redirecionado ao Criador por si mesmo através de evidências.
Tudo isso faz da filosofia de Herman Dooyeweerd uma condição fundamental para a construção de nossa teologia pública.
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Resenha – Raízes da cultura ocidental
https://bit.ly/3ZD3ASo
Assista: Sobre Abraham Kuyper
https://bit.ly/2kObH14
Assista: Sobre o Coração
https://bit.ly/2kjBUEJ
Assista: Sobre a sua filosofia
https://bit.ly/2lR39qy
Assista: Quais são os maiores lapsos e inconsistências da filosofia da ideia cosmonômica?
https://youtu.be/wdkH_FMfX_8
Leia: Prolegômenos de cosmovisão (parte I)
https://bit.ly/3qippqN
Leia: Prolegômenos de Cosmovisão (Parte II)
https://bit.ly/3mw5ljP
Leia: Princípios de uma epistemologia cristã a partir da filosofia reformacional de Herman Dooyeweerd
https://bit.ly/3hT5s3B
Leia: Herman Dooyeweerd: Uma Crítica Transcendental ao Pensamento Teórico.
https://bit.ly/3vba7qe
Leia: Considerações sobre a Filosofia da Ideia Cosmonômica
https://bit.ly/3rhCbY0
Leia: Introdução ao pensamento reformacional de Herman Dooyeweerd
https://bit.ly/3jxa6Yd
Leia: Uma análise e crítica do pensamento teórico em Herman Dooyeweerd
https://bit.ly/3urdU3J
Assista: A Filosofia de Dooyeweerd – 01 e 02
Assista: Crítica a Kant
https://bit.ly/2kMjRao
Assista: Dinâmica de absolutização do pensamento econômico, principalmente no cenário político nacional
https://youtu.be/KbzowANgjE4
Assista: Quais são os maiores riscos atuais de reducionismos e absolutizações por parte da igreja?
https://youtu.be/F-caLuOOTxo
Leia: De Arquimedes a Cristo
https://bit.ly/37e9Gn4
Leia: Uma crítica à suposta autonomia da razão
https://bit.ly/3v7uFQr
Leia: As diferentes Geometrias e a Crítica do Pensamento Transcendental de Herman Dooyeweerd
https://bit.ly/36xVXa6
Leia: A crítica transcendental do pensamento teórico de Herman Dooyeweerd
Leia: Entidades e Aspectos Modais
https://bit.ly/2lXno5L
Leia: Kierkegaard e Dooyeweerd: Suas Respostas à Pretensa Autonomia do Pensamento Humano
https://bit.ly/3JzFYpH
Leia: O Dogma da Autonomia Religiosa do Pensamento Teórico Em Dooyeweerd e Suas Contribuições para a Academia Brasileira
https://bit.ly/377eScx
Leia: Dooyeweerd’s Transcendental Critique
https://bit.ly/3xj7fKQ
Leia: Principles and Positivization: Dooyeweerd and rational autonomy
https://bit.ly/3xeRQLz
Assista: Qual é a importância do conceito de coração no pensamento de Dooyeweerd?
https://youtu.be/sRixKyKcBzg
Leia: Idolatria do Ego
https://bit.ly/3upNM9j
Leia: A relação entre o autoconhecimento e o conhecimento de Deus em Agostinho, João Calvino e Herman Dooyeweerd | Elisando da C. Cordeiro
https://bit.ly/2kjoNDn
Leia: A raiz religiosa do discurso político segundo Herman Dooyeweerd
https://bit.ly/3jxeuXb
Leia: On The Human Selfhood, Ego, Heart
https://bit.ly/37zfCac
Leia: Ego, Self, and the Body. An Assessment of Dooyeweerd’s Philosophical Anthropology
https://bit.ly/35ZywGM
Leia: Antropologia filosófica cristã: uma perspectiva reformacional
https://bit.ly/364GgVs
Ouça: Antropologia Filosófica
https://bit.ly/2kOlpR5
Leia: Homo Culturalis, Homo Religiosus: The Crisis Of Modern Culture as The Crisis Of Religion
https://bit.ly/3O512I8
Leia: Paul Tillich e Herman Dooyeweerd e o coração almático egocentral
https://bit.ly/3LSM5qT
Leia: Dooyeweerd: The Human Ego
https://bit.ly/3xfdAH6
Leia: Ego
https://bit.ly/37DPJpB
Assista: Dooyeweerd pode ser, de fato, considerado um Proto Pós-moderno? Por quê?
https://youtu.be/8CSt8YLEGiU
Leia: A Filosofia Reformada de Herman Dooyeweerd e Suas Condições de Recepção no Contexto Brasileiro
https://bit.ly/3O4wAOA
Leia: Aspecto Histórico e Crítica Ao Historicismo Em Herman Dooyeweerd
https://bit.ly/3JoAUol
Leia: Dooyeweerd’s Theory of Ground Motives and Religious Presuppositions
https://bit.ly/3usbBgD
Assista: A Filosofia de Dooyeweerd – 03 a 07
https://bit.ly/2kmEU3a
Assista: Quais as Diferenças entre Dooyeweerd e Van Til na relação entre Teologia e Filosofia?
https://youtu.be/V2DZWD3g7FI
Leia: Contribuições da Filosofia da Ideia Cosmonômica para a Aprendizagem Informal Científica Em Biologia
https://bit.ly/3DXZCL7
Leia: O Critério das Tendências Progressivas e Reacionárias na História Herman Dooyweerd
https://bit.ly/2lXo5fn
Leia: A Construção (social) do Mundo no Encontro do Cristianismo com o Humanismo D. F. M. Strauss
https://bit.ly/2mdO8z7
Assista: A fé e a inteligibilidade do mundo: aproximando Herman Dooyeweerd e Alister McGrath
https://bit.ly/2lSKaMp
Assista: Herman Dooyeweerd e Eric Voegelin sobre a transcendência divina Johannes Corrodi Katzenstein
https://bit.ly/2mbxY9s
Assista: A Filosofia de Dooyeweerd – 08 e 09
https://bit.ly/2mih0X9
https://bit.ly/2kovqo8
A Trindade contra as tretas
A filosofia reformacional, especialmente na figura de Herman Dooyeweerd — mas também de Hendrik G. Stoker, por exemplo —, demonstrou sabiamente que a razão não possui a autonomia que a modernidade após Kant tanto celebrou. Sua crítica ao transcendental ao pensamento teórico mostrou a insuficiência deste, e apontou para o ego transcendental religioso como centro da atividade humana. A verdade é que a razão está entre as possibilidades de experiência da realidade, e não acima dela. Para a filosofia que nasceu na Holanda, o ego transcendente – coração, em linguagem bíblica – é o centro religioso estrutural do ser humano, que dirige o conhecimento em qualquer outro nível.
Depois de estabelecer que este o ego está sujeito à lei central da comunhão religiosa, podemos avançar a questão para a distinção entre Criador e Criatura, ou seja, que o compromisso religioso do coração humano é a estrutura que fundamenta a direção que este mesmo ego apontará em todos os aspectos da experiência temporal. Esta é a condição da criatura distinta de seu Criador, e que está sempre inclinada à sua Origem. Isto é, (i) o Deus que se revela, ou, (ii) de maneira apóstata, na absolutização de algum aspecto da realidade, o que constitui a idolatria – exatamente o que a filosofia moderna fez com a razão. Tanto a filosofia, quanto a teologia, podem ser matéria de absolutização.
Tudo isso nos leva, incontornavelmente, a estabelecer que é necessário que o filósofo e teólogo seja transformado desde o coração pela ação do Espírito Santo, para que atuem debaixo da plena Revelação de Deus. A Revelação, ação de Deus no cosmo, conforme entendeu a teologia do pacto e para a qual aponta a filosofia reformacional, se dá através dos termos da Trindade. Somente isso pode sustentar o conceito cristão mais abrangente da realidade, também da fé e do conhecimento. A ação de Deus para a criação e redenção do cosmo é a base teológico-sistemática sobre a qual se reúnem teologia e filosofia. Onde todas as coisas são redimidas e convergem para um único plano, o do Deus Criador manifesto através das obras da Trindade.
Até aqui traçamos um caminho não de mera reconciliação entre teologia reformada e filosofia reformacional (que muitas vezes na história aconteceu como alguma espécie de adequação), mas seguindo as pesquisas do brasileiro Guilherme Braun Jr. em sua pioneira obra, encontramos uma base sólida para fundamentar tanto uma quanto a outra. A base comum de ambas está na ação do Deus Triúno, supremo Criador, sobre todo o cosmo – incluindo os seres humanos. A “distinção Criador-criatura, como unidade entre filosofia e teologia […] dependentes da Palavra-Revelação divina […] é, em última instância, dependente da obra do Deus triúno”.
Nesse sentido, uma abordagem trinitária não só se faz possível, mas necessária para a o método neo-calvinista de filosofia e apologética — conforme veremos neste módulo de estudos.
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Método trinitário neocalvinista de apologética – uma introdução simplificada
https://bit.ly/36UcXrB
Leia: Book review: Commom grace and the gospel
https://bit.ly/3KljDN7
Leia: Common Grace and the Gospel
https://bit.ly/36UfWQP
Leia: Radical Orthodoxy and the Reformed Tradition: Creation, Covenant, and Participation.
https://bit.ly/3OIcsC9
Para se aprofundar: A trinitarian modal-spherical method of Apologetcs: An Attempt to combine the vantilian method of apologetics with eformational philosophy
https://bit.ly/3LoSiLi
Leia: A apologética de Van til: leitura e análise W. Gary Crampton
https://bit.ly/2kQ4qxZ
Leia: Resenha: Apologética cristã
https://bit.ly/3MDjW7K
Leia: Resenha: Cornelius Van Til, uma análise do seu pensamento John Frame
https://bit.ly/3KwEAVG
Leia: Alguns pensamentos sobre a apologética de Francis Schaeffer | John Frame
https://bit.ly/3OJ2yjB
Leia: The Most Important Christian Thinker Since Calvin?
https://bit.ly/370EOqk
Leia: Testing Christianity’s truth claims; approaches to Christian apologetics
https://bit.ly/3Lur6em
Leia: Answering Objections to Presuppositionalism
https://bit.ly/38zpOA8
Leia: Fides Quaerens Intellectum: What Is Presuppositionalism?
https://bit.ly/38t7IQa
Leia: Questioning Presuppositionalism
https://bit.ly/39oAz8O
Assista: Apologética de Van Til – Partes 1 e 2
Para se aprofundar: The History and Nature of Apologetics
https://bit.ly/3MAZq7t
Assista: Existem pontos irreconciliáveis na metodologia de Van Til e Dooyerweerd?
https://bit.ly/3LtVxRC
Leia: Carta de Van Til a Schaeffer
https://bit.ly/3kmNAC0
Leia: Introdução à teologia sistemática | Cornelius Van til
https://bit.ly/3vqwM3s
Leia: Paulo em Atenas | Cornelius Van Til
https://bit.ly/2kpyjFe
Leia: Cristo e a Cultura | Cornelius Van Til
https://bit.ly/2kPdEKG
Leia: As ilustrações de Van Til | Jim West
https://bit.ly/3y1o4u2
Leia: Calvinistas também pensam | Ricardo Q. Gouveia
https://bit.ly/3LrpBxr
Leia: Resenha do livro: “O pastor reformado e o pensamento moderno” | David Charles Gomes
https://bit.ly/3EXnCyr
Leia: Resenha do livro “O Pastor Reformado e o pensamento moderno” José Carlos Piacenti
https://bit.ly/38ryXuo
Leia: Christian Philosophy: A Systematic and Narrative Introduction
https://bit.ly/3KraKl4
Assista: Understanding Cornelius Van Til | K. Scott Oliphint
https://bit.ly/3vQ3Roj
Assista: Existem pontos na filosofia reformacional que apontam diretamente para o Deus das escrituras?
https://bit.ly/3Lvx12E
Leia: A teologia Natural da Confissão de Fé de Westminster | Cornelius Van Til
https://bit.ly/3Kx9QE0
Leia: Sobre o ponto de contato | Allen Porto
https://bit.ly/36WngLP
Assista: Como o método trinitário pode nos ajudar a construir pontes de diálogo nas redes sociais?
https://bit.ly/3KjxK5G
Leia: A Metapsicologia Vantiliana: Uma Incursão Preliminar
https://bit.ly/38ulhPh
Leia: Como Sabemos O Professor e As Teorias Do Conhecimento Davi Charles Gomes
https://bit.ly/3EXOoqr
Leia: O Livro sem palavras: a defesa da fé na linguagem da criança
https://bit.ly/36YxmvO
Leia: Cornelius Van Til e Alvin Plantinga: uma breve comparação | James Anderson
Leia: Visão instrumentalista da Educação | C. Van Til
https://bit.ly/3MyqTXu
Leia: A suposta morte da epistemologia e o colapso do fundamento clássico
https://bit.ly/38vyck2
Leia: Resenha: Por que creio em Deus
Leia: Covenantal apologetics and common-sense realism: recalibranting the argument from cosnciousness as a test case
https://bit.ly/3Lsh8Kv
Para aprofundar-se: An analysis and evaluation of cornelius van til’s doctrine of common grace
https://bit.ly/3vrjxiY
Para aprofundar-se: Cornelius Van Til’s Doctrine of God and Its Relevance for Contemporary Hermeneutics
https://bit.ly/3LmKvh7
Assista: Qual o perigo de se abraçar a metodologia do Van Til sem o suplemento da ontologia reformacional?
https://bit.ly/3s0xYbp
Leia: A controvérsia Clark-Van Til | Herman Hoeksema
https://bit.ly/3voEkDK
Leia: Por que nao sou vantiliano? | W. Gary Crampton
https://bit.ly/3KzbVPO
Leia: Neither “Copernican” nor “Van Tilian”: Re-Reading Cornelius Van Til’s Reformed Apologetics in light of Herman Bavinck’s Reformed Dogmatics
https://bit.ly/3vt1OYt
Leia: Jerusalem and athensrevisited
https://bit.ly/37LjC8c
Leia: From Antithesis to Synthesis A Neo-Calvinistic Theological Strategy in Herman Bavinck and Cornelius Van Til
https://bit.ly/3kucsrj
Leia: Theology and Philosophy
https://bit.ly/3Lso1Lz
Para aprofundar-se: Kees Van Til als Nederlandse-Amerikaanse, Neo-Calvinistisch-Presbyteriaan apologeticus: An Analysis of Cornelius Van Til’s Presupposition of Reformed Dogmatics with special reference to Herman Bavinck’s Gereformeerde Dogmatiek
https://bit.ly/3vSByW9
Leia: Vestígios da Trindade: explicação última da realidade e fundamento apologético
https://bit.ly/3y1CoTl
Leia: Filosofia e Teologia: uma proposta pastoral de unidade
https://bit.ly/3KlCKqo
Assista: Diante da expressão “entrelaçamento” como podemos viabilizar a vida cristã?
https://bit.ly/3xZAVNc
Leia: Resenha: The Trinity and the vindication of Christian paradox: an interpretation and refinement of the theological apologetic of Cornelius Van Til.
https://bit.ly/3vQqglw
Leia: The Trinity and the Vindication of Christian Paradox: An Interpretation and Refinement of the Theological Apologetic of Cornelius Van Til
https://bit.ly/3y0OAUg
Leia: What on earth is the trinity?
https://bit.ly/3OVAKsy
Leia: The covenantal trinitarian alternative to the scholastic dilemma
https://bit.ly/3EZMoOl
Para aprofundar-se: The Roots of Reformational Philosophy: The Thought of Dirk H.Th. Vollenhoven and Herman Dooyeweerd in the Light of the Trinitarian Vision of Abraham Kuyper – 2013
https://bit.ly/3OHYCQ9
Para aprofundar-se: The Roots of Reformational Philosophy: The Thought of Dirk H.Th. Vollenhoven and Herman Dooyeweerd in the Light of the Trinitarian Vision of Abraham Kuyper – 2014
https://bit.ly/3MCDYyZ
Assista: Quais as contribuições do método apologético trinitário para a evangelização?
https://bit.ly/3vK6DLC
Assista: Qual o mínimo necessário para expor o evangelho em sua essência?
https://bit.ly/3OVB5LQ
Leia: Reconnoitering Dooyeweerd’s Theory of Man
https://bit.ly/3LAd8Ys
Leia: Current Reformational Philosophy and the “95 Theses on Herman Dooyeweerd” / J. Glenn Friesen
https://bit.ly/3rYOatZ
Para se aprofundar: Covenantal Apologetics
https://bit.ly/3xXAK5f
Assista: Existe um modo de aplicação trinitário à cultura?
https://bit.ly/3OKNodx
Leia: The word of god and biblical authority
https://bit.ly/3kpqCdj
Leia: The Word of God and Creation
https://bit.ly/3EXOFcK
Assista: Qual é a relevância de outras propostas apologéticas à luz da apologética trinitária modal esférica?
https://bit.ly/3KmhTTL
Leia: Dooyeweerd, Marlet and the new Catholic theology: From Franz von Baader to Pope Benedict XVI
https://bit.ly/3EVUYxA
Leia: The Great Turning P urning Point: Religion and Rationality in Doo oint: Religion and Rationality in Dooyeweerd’s Transcendental Critique
https://bit.ly/3KFrHZv
Leia: Traces of neo-Calvinism in France and Italy
https://bit.ly/3EZNfyD
Leia: Introducing radical orthodoxy:mapping a post-secular theology
https://bit.ly/3kpgwcE
Leia: Theology and philosophy within radical orthodoxy (milbank) and reformational philosophy (Dooyeweerd)
https://bit.ly/38BIDlW
Leia: Modernity, “Radical Orthodoxy”, and Cornelius Van Til: A journey of rediscovery of participatory theism
https://bit.ly/3KmiMvz
Leia: Good Cities or Cities of the Good?
https://bit.ly/3KwYmA1
Uma fé que traz luz
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor. Foram essas as palavras dirigidas pelo profeta Oseias ao povo de Israel, e que, para o nosso propósito aqui, expressam muito bem o intento do filósofo cristão John Frame em A doutrina do conhecimento de Deus, um dos volumes da sua prodigiosa série Teologia do Senhorio. Conhecer e prosseguir em conhecer. O nosso relacionamento com Deus é, sobretudo, um conhecer progressivo, uma relação de conhecimento que jamais é exaustivo.
Um dos principais filósofos cristãos em atividade, John Frame é professor no Reformed Theological Seminary das disciplinas de Teologia Sistemática e Filosofia. Além de A doutrina do conhecimento de Deus, onde trata da epistemologia cristã, sua série Teologia do Senhorio também possui os volumes A doutrina de Deus, A doutrina da vida cristã e A doutrina da Palavra de Deus, todos publicados no Brasil pela editora Cultura Cristã.
Compreendendo a teologia como “a aplicação da Palavra de Deus por pessoas a todas as áreas da vida” (2010, p. 93), Frame entende que ela jamais deveria ser encarada como mera disciplina acadêmica ou um conjunto de doutrinas. A teologia é, antes de tudo, pessoal; nas palavras de Frame, ela é a expressão de convicções profundas, de modo a ser “inevitável que em seu trabalho o teólogo compartilhe pessoalmente com seus leitores num nível de alguma intimidade” (2010, p. 334).
Um bom exemplo desse personalismo da teologia pode ser visto na vida e ministério de Charles Spurgeon (1834-1892). Conhecido como o príncipe dos pregadores, e descrito como uma luz que brilhou entre os seus contemporâneos, Spurgeon, embora não fosse um teólogo da academia, mostrou porque Lutero certa vez disse que “somos todos chamados de teólogos, assim como somos todos chamados cristãos” (2014, p. 15). Seu compromisso com o evangelho nunca foi simplesmente cognitivo. Era, antes de tudo, um compromisso do coração.
Nunca é demais lembrar nestes dias que “a reflexão teológica é uma forma de examinar nosso louvor, orações, palavras e adoração com o alvo de ter certeza que eles se conformam somente a Deus” (2014, p. 19). A boa teologia não fornece apenas um emaranhado de conceitos; ela conduz a uma vida de verdadeira comunhão com Deus. Não basta possuir uma estante cheia de livros. É preciso amar o Autor do Livro.
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Resenha: A doutrina do conhecimento de Deus
https://bit.ly/3mINd5L
Fichamento: Outline of Doctrine of Knowledge of God
https://bit.ly/3NP2Jcb
Assista: Porque Frame demorou tanto para ser popularizado no meio reformado brasileiro?
https://bit.ly/3tzG8sh
Assista: Explicando de forma prática a “adequada” ideia de Deus por Van Til e Bavink no pensamento clássico!
Leia: O conhecimento de Deus e a sabedoria para vida: um chamado ao teatro participativo
https://bit.ly/3NP3pyf
Leia: Divine Revelation: God Making Himself Known
https://bit.ly/3MNOlj4
Leia: The Sovereignty of God
https://bit.ly/39od6ox
Leia: God the Creator
https://bit.ly/3zBzndm
Leia: The Spirituality of God
https://bit.ly/3HgevKo
Leia: The Omnipotence, Omniscience, and Omnipresence of God
https://bit.ly/3NLr96l
Leia: The Eternality and Aseity of God
https://bit.ly/3mKkVb2
Leia: Perspectivas em Cosmovisão: James K. A. Smith e John Frame
https://bit.ly/3OfjJIK
Leia: Help My Unbelief
https://bit.ly/3Qg9wxp
Leia: Divine Sovereignty and Human Freedom
https://bit.ly/3xoKW4O
Assista: Como o Perspectivismo de Frame pode nos ajudar a responder as filosofias indentitárias?
https://bit.ly/3tAbNd8
Leia: Inspiração divina: o conhecimento de Deus na experiência de uma criança
https://bit.ly/3O6d9Uw
Leia: “Unregenerate Knowledge of God”
https://bit.ly/3tx6GKD
Leia: Divine Transcendence and Immanence
https://bit.ly/3OaMIgx
Assista: Como a abordagem de Frame pode nos ajudar no evangelismo e no ensino do evangelho?
https://bit.ly/3xKP8NH
Leia: O oceano numa colher de chá: a humildade perante a multiforme expressão do Reino
https://bit.ly/3NLWOow
Leia: Learning at Jesus’ Feet: A Case for Seminary Training
https://bit.ly/3aZ4xkw
Leia: Studying Theology as a Servant of Jesus
https://bit.ly/3MPT2sK
Leia: What Is Tri-Perspectivalism?
https://bit.ly/3xLKoHz
Leia: A Primer on Perspectivalism (Revised 2008)
https://bit.ly/3Oebv3c
Assista: O Tri perspectivismo tem relações com o relativismo?
https://bit.ly/3mIUVNf
Assista: O tri perspectivismo de Frame substitui a filosofia de Dooyeweerd ou os dois se complementam?
https://bit.ly/3zwfgwT
Assista: O Conhecimento de Deus
https://bit.ly/3NM0k2c
Leia: Perspectivismo: uma postura epistemológica de unidade para a Igreja
https://bit.ly/3zwq2U5
Leia: Uma vida em perspectivas
https://bit.ly/39qJlDx
Assista: Qual a relação entre a revelação de Deus e nosso conhecimento?
https://bit.ly/3xNkvaw
Assista: Ética na Escritura
https://bit.ly/2klnnII
Assista: A perspectiva Normativa
https://bit.ly/2lMUky6
Assista: Os Atributos da Escritura
https://bit.ly/2lMUlSG
Assista: Aspectos das Escrituras
https://bit.ly/2kwpae5
Assista: Perspectiva Situacional
https://bit.ly/2kjEkDi
Assista: Perseguindo o nosso objetivo
https://bit.ly/2lUngUB
Assista: Compreendendo os fatos
https://bit.ly/2m8wZH4
Assista: Como relacionar a pessoalidade do teólogo e o método teológico?
https://bit.ly/3O6iew4
Leia: Where Did Gentleness Go as a Pastoral Virtue?
https://bit.ly/3mG1Nev
Leia: Aos 80 anos, estou mais sensível em relação ao mistério
https://bit.ly/3Qgfnmn
Assista: Perspectiva Existencial
https://bit.ly/2kAnMHp
Assista: Pretendendo fazer o bem
https://bit.ly/2mgFEYc
Assista: Escolhendo fazer o bem
https://bit.ly/2lOsMs0
A vida do lado de fora
Quando ensinamos aos nossos filhos, ovelhas e alunos que o discípulo de Cristo têm um desafio cultural de ser uma presença pública fiel, necessariamente tocamos em um grande perigo na vida de todo cristão que nem sempre é lembrado em tratados de teologia política: manter uma presença pública infiel. Parece estranho falar de fidelidade e infidelidade pública, pois são dois conceitos habitualmente utilizados para descrever nossa obediência privada a Deus. Dizemos que fomos infiéis a Deus quando cometemos pecados muito íntimos — que, inclusive, não gostaríamos que viessem a público. No entanto, nessa falta de costume de pensar em nossas infidelidades públicas escondem-se dois fatores importantíssimos para a nossa vida cristã do lado de fora.
Em primeiro lugar, não podemos perder de vista que vícios privados têm consequências públicas. Ou seja, por mais que possamos acreditar que determinadas infidelidades a Deus são experimentadas somente em nossa experiência pessoal mais íntima, elas necessariamente sempre vão ter reflexos públicos. De maneira muito simples, espera-se que quem fale a verdade, faça isso em casa e na rua. Contrário senso, também é verdadeiro. Quem habitua-se a mentir nas circunstâncias mais privadas da sua vida cotidiana, sentirá a vontade de fazer o mesmo em meio à comunidade. Esse é o poder espiritual do hábito, das rotinas e do discipulado. Ademais, soma-se a esse fato que mesmo que o pecado seja cometido em âmbitos distintos da vida, o pecador continua sendo a mesma pessoa — que transita nesses âmbitos cotidianamente, saindo do seu espaço privado e ocupando esferas públicas. Sendo assim, começa a ficar claro como que a infidelidade privada tem altos custos públicos.
Além de tudo isso, em segundo lugar, também devemos nos lembrar que Jesus não nos deu mandamentos e leis para serem praticados de modo privado e intimista. Por todas as páginas da história da revelação, os cristãos são desafiados a obedecerem o Senhorio de Cristo em todos os âmbitos de suas vidas. A fidelidade ao Senhor da aliança não era compreendida como algo que estava limitado aos assuntos “religiosos” da vida do povo da aliança. Já no Éden, recebemos uma ordenança criacional de sujeitarmos a terra e dominarmos sobre toda a natureza. Isso é vivido na ciência, na política, nas artes e na cultura de forma geral. Toda a experiência de vida temporal do povo de Deus foi moldada a partir da compreensão de que devíamos obediência a Deus em cara área da nossa vida. E a infidelidade era uma possibilidade terrível que estava sempre a espreita. Ela aconteceria também publicamente quando desconsideramos essas ordens e desobedecemos o nosso Senhor.
Por tudo isso, formação teológica e espiritual em Cristo não é uma tarefa relacionada apenas ao que fazemos no domingo dentro das igrejas. É claro que o culto ao Senhor é um dos elementos centrais nesse processo, mas ele nos prepara justamente para o envio subsequente: a presença fiel em toda a vida vivida do lado de fora! Esse é o significado de um chamado para uma existência totalmente diante de Deus. Por tudo isso, nossa postura pública precisa refletir aquilo que Cristo começou a fazer em nossos corações, para que, como falaram dos primeiros cristãos de Atos dos Apóstolos, também possamos crescer em número e ganhar a simpatia de todo o povo.
Um trabalho que conseguiu estabelecer em termos sócio-filosóficos essa visão de presença social guiada pela transformação pessoal foi o livro Capital Moral (2009) do ex-senador holandês Roel Kuiper. Nesse livro o autor conta a história de como o pensamento moderno se estabeleceu até chegar às dinâmicas mais características de nossa cultura contemporânea — especialmente o estado de desconexão moral da sociedade ocidental. Em seguida, a partir do solo fértil da tradição de filosofia reformacional, ele argumenta que a mera noção de “contrato” social não será suficiente para enfrentar o esfacelamento das relações e a crescente suspeita e indiferença moral que enfrentamos em nossas sociedades. Será necessário recuperar não só a ideia, mas toda a prática de vida em torno do “pacto” e “aliança” que Deus tem com seu povo como o instrumento privilegiado na produção de capital moral para as famílias, comunidades civis, instituições sociais e políticas. O módulo deste mês explora os aspectos da obra de Roel Kuiper e como sua análise sócio-filosófica é frutífera para cultivarmos as virtudes morais necessárias que fazem florescer comunidades não apenas saudáveis, mas fiéis ao Senhor!
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: RESUMO “Capital Moral” I Anderson Barbosa
https://bit.ly/3aq4nTa
Ouça: Capital Moral | Bibotalk
https://bit.ly/3bUcrMt
Leia: A desconexão social
https://bit.ly/3amVJov
Assista: Como não abrir mão do desenvolvimento sem ceder à fé no progresso humanista?
https://youtu.be/RkAX62ag9DI
Leia: Reflexões sobre o livro de Anthony Giddens Modernidade e identidade
https://bit.ly/3yTj0Io
Leia Os cristãos precisam de uma utopia?
https://bit.ly/3RdACWi
Leia: Calvino, o diaconato e a responsabilidade social
https://bit.ly/3nOMPDm
Leia: Amando a Deus e ao próximo: João Calvino e o diaconato em Genebra
https://bit.ly/3NTEPeM
Leia: Direito, Soberania e Estado: Bodin e Althusius em perspectiva
https://bit.ly/3yRB6u3
Leia: Descrição: Representação política em Althusius e Hobbes
https://bit.ly/3bZCpxY
Leia: A origem do federalismo em Johannes Althusius
https://bit.ly/3Ph5u6K
Leia: Johannes althusius e a revolta holandesa: Direitos naturais e soberania popular
https://bit.ly/3Pelkih
Leia: O calvinismo de Johannes Althusius (1603), suas influências e seu impacto na federação e separação de poderes
https://bit.ly/3AGEj17
Leia: Description: Aspectos filosóficos e teólogicos no pensamento de Johannes Althusius
https://bit.ly/3RfBE4l
Leia: Mais que 3%
https://bit.ly/3uBlGHT
Assista: Como trazer a discussão sobre a crise de valores na modernidade para um evangelicalismo individualista?
https://youtu.be/pBQDFiZc5sA
Leia: A crise de identidade do homem pós-moderno e a individualização
https://bit.ly/3ytzvcE
Assista: Afetividade e Moralidade: Jonathan Haidt e o Mapa do Conflito | Guilherme de Carvalho
https://bit.ly/3yTarNI
Leia: Você pode não amar aquilo que acredita amar:
Nossos amores inconscientes | James KA Smith
https://bit.ly/3IpNNiP
Leia: A alma do socialismo:
Uma resposta compassiva aos defensores de programas sociais | Phillip Holmes
https://bit.ly/3c3GRf6
Leia: Capital Social e Capital Moral: Um contraste entre os conceitos de Robert Putnam e Roel Kuiper
https://bit.ly/3nM820T
Assista: Viva a Vida com Ética Cristã – Pr. Guilherme Carvalho
https://bit.ly/3NN43M0
Leia: Colapso ou Vitalidade: Cristianismo Liberal vs Cristianismo Conservador | David T. Koyzis
https://bit.ly/3c0mgZo
Leia: Repensando o secular, redimindo a cristandade | James KA Smith
https://bit.ly/3NTtiw7
Leia: Reconsiderando a “Religião Civil” | James KA Smith
https://bit.ly/3muVD0z
Leia: Uma Eclesiologia Neocalvinista – David Koyzis
https://bit.ly/3bZHFC2
Leia: Neocalvinismo: a resposta para jovens reformados inquietos? | Collin Hansen
https://bit.ly/3HawFwQ
Assista: Como, quando ou por que a igreja passou a adotar o caráter e de uma associação voluntária?
https://youtu.be/l2u1Zyqk-Vg
Leia: Por que precisamos de um novo contrato social? | Luiz Adriano Borges
https://bit.ly/3nQKOXw
Leia: Cristo, Cultura e Carson | David T. Koyzis
https://bit.ly/3yq2kqb
Leia: Com que autoridade? | David T. Koyzis
https://bit.ly/3nQ6ym6
Leia: Como produzir igrejas multiétnicas | Jonathan Leeman
https://bit.ly/3ySpDdZ
Leia: Além da “criação” e da lei natural: Uma teologia pública evangélica | James KA Smith
https://bit.ly/3bNNmmf
Leia: Soberania das esferas em Herman Dooyeweerd:
Nem estadista nem individualista Gregory Baus
https://bit.ly/3XFc1xs
Leia: A família precisa de colaboradores
https://bit.ly/3nOk4Xx
Assista: #1 O fim da família I Rev. Pedro Dulci
https://bit.ly/3OV7VvS
Assista: #2 O fim da família I Rev. Pedro Dulci
https://bit.ly/3uyq3n7
Leia: Nicholas Wolterstorff e a Ética Social do Calvinismo Holandês
https://bit.ly/3vMQhC1
Leia: Os pagãos necessitam do evangelho (Romanos 1.18-26) | Timothy Keller
https://bit.ly/3asC7iX
Leia: Cuidado pastoral como teologia pública: uma conversa com Timothy Keller
https://bit.ly/3amEynh
Leia: Jonas e os marinheiros: Uma fé pública em prol do bem comum | Jonathan Silveira
https://bit.ly/3NXXTbP
Leia: Cancelado: como a mentalidade oriental de honra e vergonha viajou para o Ocidente | Abdu Murray
https://bit.ly/3PcV9sd
Leia: O argumento do pluralismo kuyperiano | Jonathan Chaplin
https://bit.ly/3yOe4V1
Leia: O que Kuyper faria? – Liberalismo e os limites do pluralismo | David T. Koyzis
https://bit.ly/3uB5RRr
Leia: Quando nos retraímos – Evangelismo e os limites do Pluralismo (Parte 2) | David T. Koyzis
https://bit.ly/3anb1tE
Trabalhando pelo bem comum
Da forma como muitas pessoas se pronunciam a respeito dos assuntos políticos, a esfera pública parece ser um espaço absolutamente bem delimitado ideologicamente. Eles usam os conceitos que lembram um jogo de soma zero: direita e esquerda, conservadores e progressistas, fascista e reacionário… e isso para explicar toda uma gama diversificada de fenômenos sociais. Uma espécie de panacéia sociológica. Entretanto, todos nós sabemos que as dinâmicas políticas são bem mais complexas do que esse jogo maniqueísta, formando diversas camadas ideológicas que, em alguns momentos, se sobrepõem e escapam da compreensão rasteira dos nossos clichês preferidos. Nesses encontros com situações limítrofes é que as ideologias mostram seu poder analítico limitado.
Para dar apenas um exemplo dessas situações de exceção, lembro-me de uma notícia sobre a coalizão entre diversos grupos políticos conservadores e uma frente de libertação feminista dos EUA contra um projeto de lei no estado da Dakota do Sul que proibiria médicos de receitar bloqueadores hormonais para jovens com menos de 16 anos que estariam com cirurgias de redesignação de gênero confirmadas.¹ O que é políticamente interessante nessa notícia é que dois grupos sociais que historicamente são colocados em lados opostos nas diversas discussões políticas — tais como pornografia, prostituição, aborto, direito homoafetivo, libertação feminina — se aliaram contra pautas relacionadas aos transgêneros. Foi motivo inclusive de notícia o fato de que conservadores americanos e feministas radicais deram as mãos contra a luta de direitos civis das pessoas trans. Isso aconteceu somente porque as visões maniqueístas de análise social que mantém todos os grupos em polarização irresoluta, simplesmente não conseguiriam acompanhar um processo social dessa complexidade envolvendo as reivindicações adolescentes de pessoas trans.
Esse é apenas um caso específico dentre muitos outros que poderiam ser mencionados para ilustrar um princípio político fundamental: as dinâmicas da realidade social têm uma complexidade que os imaginários ideológicos não conseguem dar conta em razão de seus limites intrínsecos. A natureza própria das ideologias faz com que elas sejam incapazes de fornecer as categorias necessárias para nos orientarmos na realidade sem incorrermos em reducionismos, empobrecimentos e desumanizações. Quem deixou essa natureza diminuta das ideologias exposta foi o cientista político David T. Koyzis em sua obra Visões e Ilusões Políticas (2014). Seguindo uma tradição aberta pelo economista holandês Bob Goudzwaard, Koyzis explicou as modernas ideologias políticas a partir das antigas idolatrias religiosas em que um aspecto da realidade era recortado do todo e transformado em uma divindade. Em outras palavras, assim como os antigos cultos idólatras das religiões pagãs, as ideologias modernas divinizam partes isoladas de uma sociedade e não vêem problemas em sacrificar o que for necessário no altar de seu culto para defender seus falsos deuses. No fim, o que conta é a santidade política e o zelo ideológico.
Para ilustrarmos esse paradigma das ideologias enquanto idolatrias, pense novamente no caso de Dakota do Sul. Um olhar superficial para essa notícia soaria para nós uma contradição o fato de que conservadores e feministas estivessem em cobeligerância. Entretanto, um olhar mais atento e seguindo a lógica exposta por Koyzis mostra que, na verdade, é um caso de absoluta coerência idolátrica! É a total coerência idolátrica à mulher (enquanto um falso deus) que faz com que feministas não permitam que a identidade feminina seja dada a homens transgênero — colocando em risco espaços exclusivos para mulheres, como alas femininas das prisões ou abrigos para vítimas de violência doméstica.
Podem querer nos convencer do contrário, mas a paixão religiosa ainda é a melhor explicação para o funcionamento das militâncias políticas. É porque seu ídolo está sob ameaça que uma aliança política é formada. Os textos que constituem essa seção do livro insistem, a partir da análise de Koyzis, na urgência dos cristãos abrirem mão de análises sociais reducionistas para começarem, então, a enxergar o político com mais refinamento teológico. Tão somente assim conseguiremos abrir mão de visões estereotipadas e maniqueístas dos assuntos políticos rumo às raízes religiosas do que está acontecendo na esfera pública.
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¹ Notícia disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51624850
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Resenha: Visões e Ilusões Políticas | Rodomar Ricardo Ramlow
https://bit.ly/3OT3xgd
Leia: Do pó da terra à alma política
https://bit.ly/3zCYwE4
Assista: Reforma, sociedade e cultura: entre o sagrado e o secular | Guilherme de Carvalho
https://bit.ly/3J8lGFt
Leia: O mito da neutralidade ideológica: Roy Clouser, David Koyzis e o fenômeno da ideolatria
https://bit.ly/3Q2ylf5
Leia: Na Política do Espetáculo: Ideologia, Mídia e a Presença Cristã
https://bit.ly/3bb6YAU
Assista: Como responder ao questionamento de que o evangelho também é uma ideologia totalitária?
https://bit.ly/3OJiQb0
Assista: Quando uma ideologia ultrapassa os limites do aceitável deve ser completamente rejeitada
https://bit.ly/3vmpqxr
Assista: O cristão e a polarização política I Pedro Dulci
https://bit.ly/3Bm1AWc
Assista: O liberalismo clássico de Prinsterer e Kuyper I Lucas Freire
Leia: Os deuses das fake news
https://bit.ly/3vjZmD6
Assista: O que esperar das eleições presidenciais de 2022 e como nos preparar para elas?
https://bit.ly/3zgxtNv
Leia: A visão cristã do Estado e o príncipe moderno I Guilherme de Carvalho
https://bit.ly/2m2cPyn
Assista: A igreja deveria oferecer espaço para promoção do pluralismo político?
Leia: O critério das tendências progressivas e reacionárias na história – Herman Dooyeweerd
Leia: A construção social do mundo I Daniel Strauss
Assista: Do liberal ao plural: sobre o pluralismo político cristão I Pedro Dulci
Assista: Ativismo Político: uma abordagem evangélica I Igor Miguel
Assista: Fórum de Discussão | Guilherme, Igor e Pedro
https://bit.ly/3zd1E83
Leia: Uma voz silenciada: a função profética da Igreja em meio as polarizações políticas
https://bit.ly/3S8dMzI
Leia: A traição do teólogo público
https://bit.ly/3PE04TV
Assista: A carência de uma teologia do culto é um dos motivos para que exista associações partidárias?
https://bit.ly/3PJ1TPi
Assista: O chamado para contemplação, pode ser uma resposta para as utopias ideológicas na igreja?
https://bit.ly/3zCgypI
Assista: Reformando a Teologia Pública | Pedro Dulci
https://bit.ly/3cPEwFn
Assista: Doutrina, carisma e virtude presença fiel na esfera pública I Rev. Pedro Dulci
https://bit.ly/3b8A3gu
Assista: A Igreja Militante I Pedro Dulci
Leia: Antes do integral, o Eterno I Guilherme de Carvalho
Nossa relação com o dinheiro
Tornou-se uma tendência recorrente nas ciências sociais e filosofia política contemporânea a defesa de teses de que a história chegou ao fim. Uma das primeiras argumentações notórias nessa direção foi apresentada por Daniel Bell, em 1960. Para o sociólogo estadunidense, depois do fim da Segunda Guerra Mundial as ideologias, tal como eram articuladas para entender as plataformas políticas, não eram mais conceitos relevantes para pensar o cenário político. Com o novo período pós-guerra, elas seriam substituídas por um consenso generalizado de tal forma que, a partir de então, as pautas públicas seriam decididas exclusivamente por parecer técnico. Parte dessa mudança se deu, justamente, com a prosperidade econômica que uma parcela do globo começaria a experimentar, bem como do crescimento das expectativas que o mercado capitalista conseguiria resolver as questões de distribuição de bens que outrora era a esperança socialista. Em um cenário assim, acreditava-se que posturas meramente administrativas seriam suficientes para gerir uma sociedade que havia sido transformada em uma grande classe média. Definitivamente, essa nova forma de encarar o momento da política global era alimentado por uma fé triunfante no progresso e no desenvolvimento social.
Não é nossa intenção fazer aqui um catálogo das defesas notórias pelo fim da história. O que nos chama atenção nessas diferentes apostas sobre esse fim, é a prematura relação que elas estabelecem entre fim da história e a obsolescência das ideologias. É um tanto irônico ler que chegamos ao fim da linha ideológica em razão da fragmentação de um bloco ideológico hegemônico na Guerra Fria e a permanência de outro. De forma alguma esse fato ajuda a sustentar a argumentação pelo fim da história. Antes o contrário, parece que Bell e Fukuyama apenas evidenciam que os seus comprometimentos com arranjos ideológicos específicos tendem a impor padrões simplistas às complexidades das relações sociais. Quem identificou e elaborou com precisão esse ponto fraco de alguns discursos sobre o fim da história foi o cientista político David T. Koyzis dizendo-nos o seguinte: “Bell e Fukuyama não são, na verdade, profetas de uma nova ordem social despida de compromissos ideológicos; simplesmente estão prevendo o triunfo de sua própria ideologia favorita, no caso, uma combinação de liberalismo e democracia, potencializada pela orientação tecnocrata dos cientistas sociais”. Em vez de presenciarmos o raiar de uma nova era, livre de variações ideológicas pelo fim de sua evolução histórica, o que temos é a defesa retumbante das promessas de redenção que uma ideologia particular traz consigo. Nesse sentido, se realmente quisermos entender a relação entre temporalidade e política, precisamos prescindir das meras discussões entre as preferências ideológicas para caminharmos rumo a uma abordagem mais completa no tratamento dessa questão.
Quem produziu a análise mais precisa das verdadeiras raízes da crise econômica e política das sociedades ocidentais capitalistas foi o economista holandês Bob Goudzwaard em seu livro Capitalismo e Progresso (1987). Nessa obra, que já se tornou um clássico da filosofia e economia reformacional, Goudzwaard defenderá “a possível conexão entre um motif cultural dominante na sociedade ocidental a busca do progresso e a fé no progresso — e um componente crucial da estrutura da sociedade ocidental — o capitalismo”. Isso significa uma forma distintamente cristã de analisar as raízes religiosas dos processos e dinâmicas constituintes das chamadas sociedades capitalistas — entendido como “modo de organização social que é direcionado especificamente para o crescimento e a mudança. Com essa orientação específica em direção ao progresso, o capitalismo parece ser hoje em dia um elemento reconhecível e essencial da nossa estrutura social”. É exatamente com essa questão que se ocupa o trabalho de Goudzwaard — e as aulas que compõem esse módulo de estudos.. O soterramento da política pela mera gestão pública carrega consigo uma das mais sutis questões da economia e filosofia política: a inexistência de um contraponto à gestão infinita dos seres humanos. Conforme explica Goudzwaard: “a expressão ‘sociedade túnel’ talvez seja ainda mais clara uma vez que evoca a imagem de uma sociedade em que tudo — pessoas, instituições, normas, comportamento — contribui para o tranquilo avanço em direção à luz no fim do túnel. Porém, o fim do túnel parece nunca estar ao nosso alcance; a luz brilha para sempre no futuro. No entanto, mantém em movimento tudo e todos que se encontram no túnel”. Ao que parece, o Ocidente fechou seu escritório de contrapontos históricos quando se viu incapaz de imaginar uma postura política alternativa à perpétua administração pública pelos desenvolvimentos tecnológicos e a prosperidade econômica. A satisfação passiva com as teses do fim da história revela que falta-nos uma história do fim.
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Bob Goudzwaard e a contribuição neoêalvinista da economia | Leonardo Ramos e Tiago Rossi
https://bit.ly/2mmJBuu
Ouça: Capitalismo e Progresso | BTCast
https://bit.ly/2moCyl7
Leia: Cultivating Care within a Vulnerable Economy
https://bit.ly/3L1fNuu
Leia: Interview with Dr. Bob Goudzwaard | Christian Library
https://bit.ly/3KZBmMd
Leia: Transhumanismo: a fé no progresso levada às últimas consequências
https://bit.ly/3B28L4k
Leia: Esgotamento infantil: Sinais de um progresso capitalista?
https://bit.ly/3qxJMkd
Assista: Qual a solução para o problema da pobreza global?
Wayne Grudem
https://bit.ly/2lTSw6u
Assista: Qual deve ser a relação entre pregação e responsabilidade social?
https://bit.ly/2m2e7cH
Assista: Conselhos sustentáveis a políticos e economistas cristãos
https://bit.ly/3TYJxfS
Leia: The christian and modern business enterprise
https://bit.ly/3xbBIJT
Leia: Have our Gods Failed us?
https://bit.ly/3B4us3J
Leia: Our gods have failed us
https://bit.ly/3Brv70s
Leia: World Poverty – A Contribution
https://bit.ly/3QxLe0T
Leia: Why poverty grows
https://bit.ly/3QvbBEn
Leia: Talking More Than
https://bit.ly/3RzGB7M
Leia: Spirals of Life and Death:
The future of the Global Economy
https://bit.ly/3d0r9CD
Leia: 78. Faith, the Economy and People Movements in the Era of Globalization:
The Role of Churches and Non- Governmental Organization
https://bit.ly/3AZ307k
Leia: Global Problems: The Lost Dimension
https://bit.ly/3L3T80L
Ouça: Entrevista com Lucas Grassi Freire | Mises Brasil
https://bit.ly/2mnPsQc
Ouça: Hope in Troubled Times
https://bit.ly/3cZPLeC
Leia: Economia Política Reformacional Tiago Rossi Marques https://bit.ly/2mnQ9sM
Assista: Justiça Generosa | Tim Keller
https://bit.ly/2kHjyhd
Assista: O Deus do Mercado: Uma introdução à economia teológica | Yago Martins
https://bit.ly/2kQnsEo
Assista: Economia e Senhorio de Cristo | Rodolfo Amorim
https://bit.ly/2ks1xDo
Assista: Como a leitura de capitalismo e progresso escapa de interpretações estereotipadas de marketing?
https://bit.ly/3exu6Lb
Leia: Christian economics?
https://bit.ly/3d0KALz
Leia: The choice between what is and what ought to be
https://bit.ly/3Qvc2yD
Leia: The dynamic the word of God in
https://bit.ly/3TVHYPJ
Leia: The dynamic the word of God in (2)
https://bit.ly/3L4eAT7
Leia: From Death to Shalom
https://bit.ly/3eDlQtf
Leia: Socioeconomic Life: A way of confession
https://bit.ly/3QM1nQt
Leia: Economics and Christian faith: An interview with Bob Goudzwaard
https://bit.ly/3erGIDx
Leia: Economic life
https://bit.ly/3qpFICD
Leia: Economic life (2)
https://bit.ly/3L4IhU4
Leia: Economic life (4)
https://bit.ly/3L4flvr
Leia: “Freedom and justice:
Evangelical responsibilities in politics and the economy”
https://bit.ly/3L4flvr
Leia: Economic Life: A Confession
https://bit.ly/3eCAMHY
Leia: Bob Goudzwaard – Christianity and Economics
https://bit.ly/3qutHvT
Leia: Two Reflections on Bible and Economy
https://bit.ly/3xeIxKF
Leia: Dr. Bob Goudzwaard: A christian-social perspective on the global economy Lecture for the annual meeting of the ECPM, Bern 2009.
https://bit.ly/3BwooCx
Leia: Christianity and Economics
https://bit.ly/3QsckGp
Leia: Globalization, Regionalization and Sphere-Sovereignty
https://bit.ly/3exydH7
Leia: Economic theory and the normative aspects of reality
https://bit.ly/3KZIgRD
Leia: Christian Social Thought in the Dutch Neo-Calvinist Tradition Bob Goudzwaard
https://bit.ly/3cZbl35
Para aprofundar-se:
Leia: Toward reformation in economics
Assista: Existe uma preferência de Deus pelos pobres?
https://bit.ly/3D9rz4d
Leia: Estado Regulador? | Lucas Grassi Freire
https://bit.ly/2mmJBuu
Leia: Bolha Econômica | Lucas Grassi Freire
https://bit.ly/2kGcLEw
Leia: Incomes and their distribution Bob Goudzwaard
https://bit.ly/3U0u5Q2
Leia: Income differentials adrift
https://bit.ly/3eFzUCv
Leia: Economics and theology
https://bit.ly/3RqNEQ1
Leia: Towards a Future of Care
https://bit.ly/3xg795J
Leia: Mission in western culture, in specific relationship to economic life
https://bit.ly/3xc2Fgu
Para aprofundar-se:
Leia: Finding an Alternative to Over-Development
https://bit.ly/3RTv6Yo
Leia: Um novo olhar para velhos problemas: Progresso e responsabilidade
https://bit.ly/3TYArzx
Assista: Abraham Kuyper e a Política sob perspectiva Reformacional
https://bit.ly/3L5Dx0Q
Leia: José do Egito, era socialista? | Lucas Grassi Freire
https://bit.ly/2kPAsdp
Leia: Esquerda ou direita? Não é esse o ponto! Lucas Grassi Freire
https://bit.ly/2kPAsdp
Leia: Economic stewardship versus capitalist religion
https://bit.ly/3BulMoH
Leia: Economic growth: how much is enough?
https://bit.ly/3Lhx17j
Leia: The Global Market: Enclosure and Exclusion Today
https://bit.ly/3DekQ9k
Leia: Enrichment, impoverishment and the power of exclusion
https://bit.ly/3D8t8iS
Leia: Sketch of Contribution on Structural Violence in the Modern Globalizing Economy
https://bit.ly/3d9FBYO
Leia: Market, Money, Capital
https://bit.ly/3xeKYNj
Leia: Underlying causes of the global economic crisis
https://bit.ly/3Buf2ah
Leia: Pressa e Progresso: a sociedade do cansaço
https://bit.ly/3RMzKr2
Leia: Sofrimento, justiça e o conhecimento de Deus
https://bit.ly/3De7Os4
Assista: “Transformações da (des)ordem internacional liberal”, com o Prof. Dr. Leonardo Ramos
https://bit.ly/3xg8Ujl
Assista: Uma visão Bíblica da Economia | Lucas Grassi Freire
https://bit.ly/3TQQCPk
Assista: Aplicações da Economia em Ética Cristã I Lucas Grassi Freire
https://bit.ly/3eH304c
Leia: Religion and Labor
https://bit.ly/3RQ51cH
Leia: The overdevelopment of the west
https://bit.ly/3d0tTzJ
Leia: Planning economic systems and the future of our society
https://bit.ly/3eDXlw2
Leia: Centrally planned economies: I Strengths, Weaknesses and the Future
https://bit.ly/3L2mUCY
Leia: Christians in Resistance to the Neoliberal Culture of War Bob Goudzwaard
https://bit.ly/3B4cBKa
Leia: Capitalismo e Progresso no Corpo de Cristo: A igreja como polo de abertura da sociedade
https://bit.ly/3RAqnuU
Assista: Como metáforas ajudam a orientar a direção do desenvolvimento e da abertura de uma sociedade?
https://bit.ly/3xbi1BQ
Assista: Capitalismo e Progresso | Leonardo Ramos
https://bit.ly/2mmsnxh
Leia: Rumo à Reforma da ciência econômica Bob Goudzwaard
https://bit.ly/2mgpmyn
Assista: O liberalismo clássico de Goren Van Prinsterer e Abraham Kuyper Lucas Freire
https://bit.ly/3d34uFG
Leia: The Christian and Modern Business Enterprise
https://bit.ly/3TX5qvM
Leia: The Christian and Modern Business Enterprise (2)
https://bit.ly/3qu2rh8
Leia: The Christian and Modern Business Enterprise (3)
https://bit.ly/3De7Os3
Leia: Socioeconomic life – A way of confession
https://bit.ly/3QrtEeV
Leia: Towards a European Economy of Care
https://bit.ly/3L0HcwA
Leia: An Economy of Care: Two Views
https://bit.ly/3BuXESK
Leia: Towards an Economy of Sharing and Caring
https://bit.ly/3qnA5Ff
Leia: Reclaiming Our Future:
The vision of Jubilee
https://bit.ly/3d6igaI
Leia: Ethical Dimensions of a Globalising Economy
https://bit.ly/3RQdxZs
Leia: New Horizons for Economic Reflection
https://bit.ly/3ROlzC3
Para aprofundar-se:
Leia: Electionprogram 1977 – 1981
https://bit.ly/3DhCvN8
Deus é criativo
Multiplicam-se na contemporaneidade os discursos que denunciam uma crise nas artes. Seja pela sua captura fatal pelo mercado e a indústria cultural ou ainda a morte das imagens em uma sociedade do espetáculo, tornou-se quase um lugar comum criticar o arrefecimento das expressões artísticas e a crise do próprio lugar do artista no mundo contemporâneo. Alguém que se ocupou de maneira fundamental no interior desse debate foi o filósofo franco-argelino Jacques Rancière. Há mais de quinze anos ele já estava nos dizendo que esse tipo de discurso apocalíptico são: “indicações suficientes de que, hoje em dia, é no terreno estético que prossegue uma batalha ontem cerrada nas promessas de emancipação e nas ilusões e desilusões da história”.¹ Aqui Rancière sinalizar a relação que ele faz entre os conceitos de promessas e emancipação no interior do tratamento do aspecto estético.
No entanto, existe uma complicação típica de nosso período histórico: as imagens que são mencionadas, descritas e criticadas nos discursos técnicos estão sendo compreendidas de maneira unívoca ou equívoca? Quando utilizamos o conceito de “imagens”, temos concordância no que atribuímos ao aspecto estético? Ou colocado de uma outra maneira pelo próprio Rancière, “não haveria, sob o mesmo nome de imagem, diversas funções cujo ajuste problemático constitui precisamente o trabalho da arte?”, ou ainda, “do que estamos falando e o que precisamente nos é dito quando se afirma que daqui em diante não há mais realidade, apenas imagens?”.² Nessa formulação do problema que nos ocuparemos, esconde-se o que poderíamos chamar de “tendência” dominante no pensamento filosófico contemporâneo. Em vez de um equilíbrio dinâmico entre identidade e diferença sobrepondo-se e completando-se criativamente, o que vemos hoje é uma predominância paralisante da indiferença como o principal paradigma filosófico articulado para dizer o acontecimento. Seja na hermenêutica, com a indiferença do autor, seja nos estudos identitários com a indiferença de gênero ou na estética com a indiferença nas imagens, simplesmente perdemos a capacidade de fazer diferenciações e compreender o que constitui a identidade de um trabalho de arte, seus critérios avaliativos, qualidades e parâmetros de julgamento.
Pode parecer elementar, mas é necessário questionar que: quando se insiste que só existem imagens, como em muitos discursos de indiferença filosófica contemporânea, não é possível pensar o outro da imagem. A indiferença rouba a alteridade, isso porque, se tudo é imagem, nada é imagem. Rancière corrobora nossa hipótese de que não é supérfluo lembrar de coisas tão simples: “é preciso fazê-lo porque essas coisas simples não param de se confundir, porque a alteridade identitária da semelhança sempre interferiu no jogo das relações constitutivas das imagens da arte. Durante muito tempo, ser semelhante foi considerado o próprio da arte, mesmo que uma infinidade de espetáculos e de formas de imitação tenham sido dela prescrito. Não ser semelhante, em nosso tempo, é considerado seu imperativo, ainda que fotografias, vídeos e exibições de objetos semelhantes ao do cotidiano tenham tomado, em galerias e museus, o lugar das telas abstratas”.³
Tudo isso prepara o terreno para as perguntas com que nos ocuparemos nos textos da presente seção de nosso livro dedicados à estética e à filosofia da arte: quais são as condições incontornáveis que nos permitem dizer que o mesmo não é o outro, como também o que é o outro assim invocado pelas imagens? Qual critério nos permite dizer que há um outro de forma visível em uma tela e não em outra? Como podemos, por exemplo, diferenciar a natureza do jogo de imagens que a televisão propõe é diferente daquele que o cinema sugere? Essas perguntas referem-se à construção de estruturas esteticamente qualificadas (obras de arte) e seu entrelaçamento com outras estruturas (naturais, sociais, econômicas, confessionais).
Na tradição reformacional destaca-se o trabalho do historiador da arte Hans Rookmaaker (1922-1977) que ao mesmo tempo em que procurou responder cada uma dessas questões técnicas de estética e filosofia da arte, também manteve-se sempre muito sensível ao fato de que: “uma teoria estética jamais pode substituir uma arte viva ou a própria beleza, mas deve dar uma explicação teórica da experiência ingênua da beleza. O caráter teórico da ciência (isto é, o fato de que ela trabalha por abstração em relação à sístase) quer dizer que, embora esteja fundada na experiência ingênua, ela não pode e não deve jamais substituir a experiência ingênua”.⁴ Essa sensibilidade fez da abordagem de Rookmaaker capaz de não sucumbir aos reducionismos típicos de nossa era apontados muitos anos depois por Rancière, por exemplo. Basicamente seu trabalho em teoria estética foi o de submeter a própria esfera de lei estética a uma investigação mais atenta utilizando todo o instrumental filosófico dooyeweerdiano que estava ao seu alcance. Tão somente assim, temos renovadas condições de encarar as obras de arte — que são estruturas esteticamente qualificadas — não só do ponto de vista funcional, mas examinadas à luz do domínio da estética em sentido estrito e fazendo da estética uma verdadeira ciência da arte.
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¹ RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Trad. Monica Costa Netto. São Paulo: Editora 34, 2009, p. 12
² Ibid., p. 9.
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: The Importance of Hans Rookmaaker
https://bit.ly/3CqZval
Leia: Hans Rookmaaker’s Relevance for Today
https://bit.ly/3ywnELE
Leia: Art and the Christian Mind: The Life and Work of H.R. Rookmaaker
https://bit.ly/3CQlI3k
Leia: Rookmaaker: O que é Realidade?
https://bit.ly/3CNqJJK
Leia: Fé cristã e arte: Uma introdução
https://bit.ly/3RTr7uG
Ouça: A arte não precisa de justificativa | Kaiky Fernandez
https://bit.ly/2kqKQrW
Ouça: Relações entre Fé e Cultura | Kaiky Fernandez
https://bit.ly/2mhUE81
Ouça: Interação Cultural | Kaiky Fernandez
https://bit.ly/2kR7mdI
Ouça: Exegese Cultural | Kaiky Fernandez
https://bit.ly/2lSIQsN
Ouça: Princípios de Fé e Arte | Rodolfo Amorim
https://bit.ly/2lVjdrk
Leia: “Eu leio Rookmaaker…”
Leia: Crítica sobre o livro:
“A Arte Não Precisa De Justificativa”
Leia: A arte cristã: Uma perspectiva de Francis Schaffer e H.R. Rookmaaker | Rehem
Leia: O esvaziamento metafísico nas artes e a filosofia de Guilherme Ockham
https://bit.ly/3H6btbm
Leia: Arquitetura da luz: A reconstrução da igreja de Saint-Denis e a teologia de Dionísio pseudo-areopagita
Assista: Como não reduzir ou confundir o conceito de “belo” de Rookmaaker?
https://bit.ly/3fTfwhP
Assista: Como comunicar o que é normativo na esfera estética?
https://bit.ly/3enVDPE
Leia: Rookmaaker e o significado da arte
https://bit.ly/3CPTyFi
Leia: O aspecto esquecido: Estética, comunidade cristã e a redescoberta da arte cristã
Leia: W. Edgar: Cinco Razões para Ler Rookmaaker Hoje
Ouça: A arte não precisa de justificativa
https://bit.ly/3Vg1HKy
Leia: E viu Deus que era bom
Assista: De que forma o ativismo impulsiona uma ruptura entre a beleza e a arte?
https://bit.ly/3fMLTi3
Assista: É possível avaliar a beleza natural com categoria semelhante na arte produzida pelo homem?
https://bit.ly/3rMKavW
Assista: Teologia Natural e a tarefa do artista contemporâneo | Guilherme de Carvalho
https://bit.ly/3Vg2hYK
Leia: O artista verdadeiramente livre
https://bit.ly/3eo5swM
Leia: Criados para criar
https://bit.ly/3CrTxpV
Leia: A Música que Hans Rookmaaker Ouvia
https://bit.ly/3CKDqoF
Leia: Marleen Hengelaar: As imagens do Espírito
https://bit.ly/3RT4hmL
Leia: Marleen Hengelaar: Boas representações de Deus
https://bit.ly/3T975xe
Leia: Entrevista com Steve Turner
Leia: Na Paisagem Sonora: Arte, Música & Espiritualidade
https://bit.ly/3fZjxRH
Assista: Quais os principais desafios para uma ética e estética no contexto da cultura brasileira?
https://bit.ly/3ViNjRO
Leia: A moda e a manifestação da sabedoria em Israel
https://bit.ly/3COqJJD
Leia: Narrativas híbridas e construções simbólicas do cotidiano na música evangélica brasileira:
Limites, possibilidades e rupturas
https://bit.ly/3EvA4Hx
Leia: Aproximações entre teologia e estética. Uma introdução em perspectiva da teologia protestante
Assista: Questões Filosóficas para trampos artísticos Pedro Dulci
https://bit.ly/2kGbFIV
Ouça: Cultura, Obras e Mundo | Bruno Maroni
https://spoti.fi/2ks6tIq
Leia: Hans Rookmaaker: Celebrating the Creational Grace of Art
https://bit.ly/3CONOMc
Ouça: Conceitos de Cultura – Partes 1 e 2
https://spoti.fi/2kGgX7e
Assista: Fé e Arte na Contemporaneidade – Partes 1 e 2
https://bit.ly/2m2jkRN
https://bit.ly/2kqMXvS
Leia: O senhorio de Cristo e a redenção das artes
https://bit.ly/3EvADRF
Leia: Teologia e cultura: Desafios de um pensar teológico a partir de um diálogo entre Francis A. Schaeffer e Hans R. Rookmaaker
Ouça: Antes de mais nada: cultura e natureza – Partes 1 e 2
https://spoti.fi/2mmLAPs
https://spoti.fi/2kGonHA
Assista: Arte e Apologética | Fórum com vários autores
https://bit.ly/2kggZSR
Assista: E essa tal de beleza? | Coletivo Tangente
https://bit.ly/2mhVXUt
Assista: Fé Cristã e Cultura Brasileira | Coletivo Tangente
https://bit.ly/2mfJAbw
Assista: Schaeffer, Rookammaker e o pensamento artístico Coletivo Tangente
https://bit.ly/2mhVYYx
Assista: Nudez na Arte | Coletivo Tangente
https://bit.ly/2kPJ5oc
Leia: Julgamento estético: Norma e ambiguidade
https://bit.ly/3fZkLN5
Leia: Hans Rookmaaker and Francis Schaeffer
https://bit.ly/3rJHK18
Leia: The Legacy of Hans Rookmaaker: ‘So What?’
https://bit.ly/3yxra8r
Para aprofundar-se: Art is Life: Rookmaaker, Theology and Art, a critical consideration
https://bit.ly/3ekpKaw
Para aprofundar-se: Convergências e divergências nas perspectivas sobre a arte e a cultura em Paul Tillich e Hans Rookmaaker
https://bit.ly/3Mpo4sV
Palavra e natureza
No campo da investigação a respeito do diálogo entre ciência e religião, o nome de Alister E. McGrath tornou-se amplamente conhecido nos últimos anos. Não apenas pelas suas investidas contra o trabalho dos quatro cavaleiros do ateísmo Richard Dawkins, Daniel Dannet, Christopher Hitchens e Sam Harris, mas, acima de tudo, pela sua produção de conteúdo em direção a um novo horizonte de relação entre esses dois campos de trabalho. Apesar de sua obra nessa área ser muito vasta existe um valioso artigo intitulado Ciência, Fé e a Compreensão do sentido das coisas, publicado no livro Verdadeiro Cientistas, Fé verdadeira, organizado organizado pelo professor de genética R. J. Berry¹, onde McGrath nos deixa explícito aquele que é a corrente elétrica de suas investigações a respeito do diálogo em ciência e religião.
Em primeiro lugar, ele começa contando sobre sua trajetória pessoal de estudos. Nem todos sabem, mas antes de tornar-se doutor em teologia, McGrath tem uma mesma trajetória de pesquisa em níveis doutorais no ramo das ciências naturais. Entretanto, suas pesquisas fizeram uma curva: “meu verdadeiro interesse fazia uma transição para outra área. Nunca perdi o fascínio pelo mundo natural; simplesmente surgiu outro interesse. A princípio, esses interesses eram concorrentes, mas depois complementares. O que eu antes supunha ser o campo de batalha entre ciência e religião passou a ser cada vez mais percebido como a representação de uma sinergia crítica, porém construtiva, com um enorme potencial para o enriquecimento intelectual”.² E foi exatamente assim, nessa transição de área de estudos, que começaram a surgir novas perguntas que auxiliariam McGrath a colocar novos pontos de partida para a investigação teológica — especialmente no que diz respeito ao ramo da teologia natural. Ele continua explicando que: “como, eu me perguntava, os métodos e as premissas das ciências naturais poderiam ser utilizados para desenvolver uma teologia cristã robusta? E o que eu poderia fazer para explorar adequadamente essa possibilidade?”.³
Essa modificação na trajetória de seus interesses também contribuiu para que, em segundo lugar, McGrath empreendesse uma transição de sua abordagem. Seus esforços teológicos e apologéticos passaram a ter outro tipo de relação com a teologia natural e com a ciência. Ele explica que essa nova maneira de estabelecer a relação entre as ciências naturais e a teologia — os dois livros da revelação de Deus — o levariam a “dar um segundo passo, afastando-me da ideia de que alguém poderia ‘provar’ a existência de Deus por meio do mundo natural. Em vez disso, passei a ver que o ponto-chave era o fato de haver um alto grau de ressonância intelectual entre a visão cristã da realidade e o que realmente observamos. A fé cristã oferece um ‘encaixe empírico’ com o mundo real”.⁴ Do ponto de vista das abordagens em teologia natural, essa mudança nos raciocínios de McGrath são tão radicais quanto a revolução copernicana. A teologia natural deixava de ser uma disciplina feita “de baixo para cima” utilizando os dados do mundo natural para se chegar até Deus com provas racionais, para constituir-se uma investigação “de cima para baixo”, isto é, que parte da revelação desse Deus para compreender todo o mundo da experiência temporal oferecendo um encaixe empírico de alta ressonância com a realidade.
É claro que McGrath não é o criador dessa modificação fundamental de abordagem, que diz respeito a um abandono de práticas antigas na teologia que perduraram durante a Idade Média, por exemplo, mas que foram questionadas após a revolução científica moderna. Já observamos esse mesmo raciocínio presente na argumentação do filósofo escocês Thomas Reid (1710-1796) em sua crítica ao ceticismo moderno. Apesar de seu assunto específico não ser a realidade como um todo, constituindo uma teologia natural, mas tão somente a descrição dos processos constituinte da mente humana, ainda assim podemos enxergar o mesmo raciocínio de McGrath logo na introdução da Investigação sobre a mente humana segundo os princípios do senso comum, onde lemos o seguinte: “a linguagem dos filósofos, em relação às faculdades originais da mente, está tão adaptada ao sistema prevalecente que ela não consegue se encaixar em nenhum outro, como um casaco que serve ao homem para quem foi feito, e o favorece, mas que, contudo, cai mal muito mal em um homem de diferente constituição física, embora esse possa ser igualmente bonito e proporcional”.⁵ Observe que a descrição filosófica da realidade é comparada a um casaco que, apesar de bonito e até adaptado, não se encaixa à realidade dos processos mentais mais comuns observados no mundo real. Reid criticará toda a filosofia moderna de Descartes, Locke, Berkeley e Hume justamente porque ela foi construída artificialmente — nesse caso, longe das ordenanças criacionais reveladas por Deus em sua palavra e na realidade pelo senso comum — e por isso não tem encaixe empírico com a realidade.
Alister McGrath explora essa noção de encaixe empírico a partir de sua recuperação mais recente feita pelo matemático e filósofo da religião de Oxford Ian T. Ramsey (1915-1972), que a colocou de uma maneira muito próxima da de Thomas Reid: “o modelo teológico funciona mais como a colocação de uma bota ou sapato do que o ‘sim’ ou ‘não’ de uma lista de chamada… Assim, o teste de um sapato é medido pela sua habilidade de se encaixar a urna ampla série de fenômenos, pela sua habilidade geral de atender uma série de necessidades. Isso é o que eu posso chamar de método de encaixe empírico, que é demonstrado pela teorização teológica”.⁶ O encaixe empírico, portanto, assume um lugar de primeira importância na determinação do modelo de teologia natural que será praticado por McGrath na longa esteira teológico-filosófica que se encontram pensadores como Reid e Ramsey, por exemplo. Em lugar de de construir uma teologia natural que constitui uma lista de “sim” e “não” do que pode ser afirmado sobre Deus a partir da realidade natural, a disciplina teológica se torna muito mais parecida como a colocação de um sapato ou de um casaco que melhor se encaixa com a realidade — explicando-a, dando-lhe sentido e fazendo-a voltar a ser significativa aos olhos de todos os seres humanos.
Sob a orientação dessa percepção teológica, McGrath reorientou sua abordagem científica, apologética e de teologia pública. Sua postura apologética passou a considerar em estreita afinidade o potencial que as ciências naturais tinham para interpretar a realidade através de lentes genuinamente cristãs. Uma verdadeira redescoberta do mundo natural ao nosso redor agora encarado como o livro da revelação de Deus cheio de sentido e significado: “como a visão da natureza de um ponto de vista da fé, de modo em que ela seria vista, interpretada e apreciada através de lentes cristãs. Acontecimentos e entidades naturais não seriam, portanto, “provas”, mas consoantes com a existência de Deus. O que é observado na ordem natural harmoniza-se com os temas principais da visão cristã de Deus”.⁷
Os textos que constituem essa seção do livro orientam-se de maneira geral através dessa modificação dos esforços intelectuais no trabalho de McGrath — em especial no seu livro Teologia Natural: uma nova abordagem (2008). Em cada um deles encaminhou-se na direção de procurar fazer com que a teologia aprendesse com a metodologia e as premissas usadas pelas ciências naturais – e, a partir disso, desenvolver uma renovada relação com as mesmas. O ponto alto dessas investigações foi a percepção de como a reflexão cristã pode se beneficiar do rigor intelectual das ciências empíricas bem como as ciências naturais se mantém livres de reducionismos idólatras à medida em que se tornam conscientes dos encaixes do seu Criador.
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¹ Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2016.
² MCGRATH, Alister. Ciência, Fé e a Compreensão do sentido das coisas. In: Verdadeiros Cientistas, Fé verdadeira. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2016, p. 24
³ Ibid., p. 26
⁴ Ibid., p. 26.
⁵ REID, Thomas. Investigação sobre a mente humana segundo os princípios do senso comum. São Paulo: Edições Vida Nova, 2013, p. 22.
⁶ MCGRATH, Alister. Ciência, Fé e a Compreensão do sentido das coisas. In: Verdadeiros Cientistas, Fé verdadeira. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2016, p. 26.
⁷ Ibid.
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: Ciências naturais e teologia cristã buscando novos caminhos de diálogo
https://bit.ly/3GHnNRk
Leia: Entrevista com Alister McGrath: “Percebi que o ateísmo é uma fé”
http://glo.bo/3XqVlJq
Leia: Teologia natural: Chegando ao Criador a partir da criação, por Alister McGrath
https://bit.ly/3Vn6MA4
Leia: A alma da ciência: Fé cristã e filosofia natural
https://bit.ly/3AGqi2B
Leia: A revelação natural e as provas da existência divina
https://bit.ly/3LsPrkx
Assista: Qual a diferença entre Teologia Natural e o pensamento reformado sobre a Revelação Natural?
https://bit.ly/3i8uWjb
Assista: Modelos (equivocados) de Relacionar Fé e ciência Pedro Dulci
https://bit.ly/2m1Jbcw
Assista: O modelo do diálogo entre fé cristã e ciência Pedro Dulci
https://bit.ly/2kGd95X
Assista: O que é teologia Natural? | Alister McGrath
https://bit.ly/2lXx4gL
Assista: Definindo a Agenda – Alister McGrath
https://bit.ly/3OzEgZF
Assista: Cristãos devem rever suas crenças à luz da ciência? – Alister McGrath
https://bit.ly/3hWDauK
Assista: Teologia Natural | G. de Carvalho e Filipe Fontes
https://bit.ly/2klxe0Y
Assista: A ciência de Deus – Partes 1 e 2 | Alister MGrath
https://bit.ly/2kGs6VA
https://bit.ly/2kGd1mZ
Assista: Pode a teologia ser científica? | G. de Carvalho
https://bit.ly/2moEeej
Leia: O Cristianismo é um Estímulo, não um Obstáculo à Ciência
https://bit.ly/3UZYU7D
Leia: A Natureza aponta para Deus? Teologia Natural – Parte I
https://bit.ly/3UZYU7D
Leia: A Natureza aponta para Deus? Teologia Natural – Parte II
https://bit.ly/3EYAcPH
Leia: A Teologia Natural de Alister McGrath como discurso na arena pública
https://bit.ly/3OvEQaU
Leia: Uma Teologia Mais Natural:
Eberhard Jüngel sobre Criação e Cristologia
https://bit.ly/3ETR61O
Leia: Entre a Ciência e a Teologia:
Como a ciência aprende sobre entidades não observáveis
https://bit.ly/3VmNsmp
Leia: Ciências da religião
https://bit.ly/3tQkZK9
Leia: Stephen Hawking, Deus e o papel da ciência Alister McGrath https://bit.ly/2mjdBas
Leia: O que vemos no microscópio pode nos levar à adoração | Ruth Bancewicz
https://bit.ly/2kj9DxU
Leia: Ciência para além do cientificismo: as contribuições de Renê van Woudenberg | Pedro Dulci
https://bit.ly/2H0ONvO
Assista: O logos divino e o caráter teotrópico do universo Roberto Covolan
https://bit.ly/2kGfqOx
Assista: Fé e inteligibilidade do mundo Guilherme de Carvalho
https://bit.ly/2lSKaMp
Assista: Teologia Natural e Dessecularização da Ciência Guilherme de Carvalho
https://bit.ly/2kQvPzO
Assista: Debate entre William Lane Craig, Guilherme de Carvalho, Davi Charles Gomes e Jonas Madureira
https://bit.ly/2kSt9BA
Leia: O princípio antrópico e o debate entre ciência e religião | John Polkinghorne
https://bit.ly/2lZSr1a
Leia: O que Deus tem a ver com a matemática?
https://bit.ly/2kGfJZH
Leia: Hermenêutica da vida: O sentido cristológico da teologia natural para interpretar a realidade
https://bit.ly/3V08szK
Assista: Pregando as parábolas | Craig Blomberg
https://bit.ly/3TZH6Ir
Assista: Interpretando as parábolas | Craig Blomberg
https://bit.ly/3ibDQwk
Leia: Parábola
https://bit.ly/3gy97JF
Leia: O Reino de Deus à luz das parábolas de Jesus
https://bit.ly/3EuuIe1
Leia: As parábolas de jesus:
Uma estratégia de comunicação dos princípios do reino de Deus
https://bit.ly/3V3j6pm
Assista: A Ciência de Deus (McGrath) – Animação 01 e Animação 02
https://bit.ly/3gtizhk
https://bit.ly/3UYj4iq
Assista: Como seria uma ciência redimida e aperfeiçoada pela graça?
https://bit.ly/3i93uBT
Assista: Wonders of the Living World S1: Alister McGrath, Como podemos aprender sobre Deus com a ciência?
https://bit.ly/3gs3DAf
Assista: O Universo precisa de Deus para ser explicado? Pedro Dulci
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Assista: Ciência, inteligibilidade e coerência: a visão cristã da realidade | Alister McGrath
https://bit.ly/2kSxJjh
Assista: Deus e a Natureza: aspectos fundamentais Guilherme de Carvalho
https://bit.ly/2lTM4wj
Assista: Teologia de Kuyper e o campo científico Guilherme de Carvalho
https://bit.ly/2mmC1Qv
Assista: Alister McGrath – Ciência, inteligibilidade e coerência:
A visão cristã da realidade
https://bit.ly/3tQXErL
Assista: [Live] Alister McGrath, Guilherme de Carvalho, Roberto Covolan: Uma teoria de tudo (que importa)
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Leia: Contemplando a criação com o olhar redimido
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Leia: Uma glória relegada: Teologia natural, cosmovisão e apologética
https://bit.ly/3UaAmrC
Assista: Wonders of the Living World, Margaret Miller: O que podemos aprender sobre Deus através da criação?
https://bit.ly/3Xwcnpp
Assista: Wonders of the Living World, S1: Ruth Bancewicz, Qual o pensamento por trás deste projeto?
https://bit.ly/3gpH7rL
Assista: Wonders of the Living World: Hilary Marlow – Na Bíblia, como a criação desperta admiração e espanto?
https://bit.ly/3Xt1JzN
Assista: Wonders Living World Jeff H Que reflexões são inspiradas pela beleza vista dentro de um laboratório?
https://bit.ly/3XwBdWu
Assista: Wonders of the Living World Margaret Miller: Qual o valor da criação e o que isso tem a ver conosco?
https://bit.ly/3XlZNct
Assista: Wonders of the Living World, S3 Alister McGrath, O mundo natural tem algum valor em si mesmo?
https://bit.ly/3VoeMk8
Assista: Wonders of the Living World Hilary Marlow, Onde fica a esperança quando temos que cuidar da criação?
https://bit.ly/3V0gU1K
Leia: Ecoteologia, mudanças climáticas e o cultivo de virtudes ecológicas
https://bit.ly/3EzmjWt
Leia: “Em vez de reduzir a influência do fundamentalismo, Dawkins está piorando as coisas”
https://bit.ly/3GEBX5G
De volta para o futuro
Existe um sentido profundo e pouco discutido de se relacionar desenvolvimento tecnológico e pensamento filosófico. A hipótese central dos capítulos que constituem essa seção do livro é que a tecnologia é uma das formas mais correntes de tornarmos a vida humana significativa. Para a maioria dos leitores, essa hipótese soará muito estranha. Isso porque, habitualmente aprendemos a colocar a tecnologia junto das ciências naturais e questões aplicadas, enquanto a busca de sentido fica circunscrita às ciências humanas, como a filosofia, por exemplo. Ou seja, tecnologia e significado da vida seriam duas realidades separadas por um abismo praticamente intransponível. Guardadas as devidas proporções poéticas, muitas pessoas ainda hoje sustentam que ciência e tecnologia são empreendimentos precisos, enquanto as questões da existência humana flutuam nas águas da imprecisão, da mesma forma que o escritor português Fernando Pessoa acreditava que “navegar é preciso; viver não é preciso”. Gostaríamos de dedicar essa última seção de nosso livro para provar o contrário.
No interior dessa polarização entre a precisão das ciências empíricas e a imprecisão das ciências humanas encontra-se uma antiga e falsa visão da realidade que antagoniza os domínios da natureza e liberdade na experiência humana. Tal visão de mundo enxerga âmbito natural como determinado, previsível e absolutamente controlável, enquanto o domínio da liberdade humana pode ser alcançada nas produções do espírito humano autônomo, emancipado de qualquer prisão e com infinitas possibilidades de se realizar. Trata-se do famoso diagrama schaefferiano do mundo dividido em dois andares que tem uma longa genealogia e pode ser remontado em sua linhagem intelectual e religiosa ao dualismo platônico de mundo sensível e mundo das ideias.¹ Essa maneira de olhar para o mundo tem produzido dicotomias assustadoras como, por exemplo, as reivindicações de identidade gênero que desconsideram totalmente a história natural de um corpo em nome de uma alma desencarnada ao se enxergar em um gênero totalmente diferente do qual nasceu. E não apenas isso, poderíamos continuar citando vários exemplos aqui como a secularização da ciência, a dificuldade de encontrar significado na vida profissional, a luta em relacionar nossa fé com as outras áreas da nossa vida, e assim por diante. Em cada um desses fenômenos da nossa vida mais cotidiana esconde-se o mesmo sintoma de uma enfermidade mais grave: a divisão de nossa vida entre um reino de determinação natural e um âmbito impreciso de liberdade humana. Os habitantes do mundo contemporâneo sofrem de vertigem cultural por serem lançados e lado para o outro constantemente — ora com discursos de determinação natural aprisionadores, ora com indeterminações morais aflitivas.
Nessa altura de nosso projeto de uma presença pública na filosofia, teologia e ciências não é mais necessário dizer que essa visão dicotômica da realidade não tem nenhuma relação com a forma cristã de enxergar o mundo. Não obstante, contrário senso também é verdadeiro. Se o coração dos indivíduos é governado pelo motivo religioso central das Escrituras, toda a sua vida tem condições de tornar-se repleta de sentido e significado. Sendo assim, à revelia de Fernando Pessoa, para um cristão com visão de mundo bíblica, tanto navegar quanto viver é preciso!
Quem nos ajuda de uma maneira muito rigorosa nesse processo de mostrar o relacionamento entre desenvolvimento tecnológico e pensamento filosófico são quatro engenheiros e filósofos holandeses. No interessantíssimo manual Filosofia da Tecnologia: uma introdução (2015), Maarten J. Verkerk, Jan Hoogland, Jan van der Stoep e Marc J. de Vries deixam explícita uma verdade muito básica da vida humana que nos ajuda a superar a dicotomia entre natureza e liberdade. O presente módulo se ocupará exatamente sobre esse esforço.
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¹ REALE, G; ANTISERE, D. Filosofia: Antiguidade e Idade Média (Volume 1). São Paulo: Paulus, 2017, p. 134
Guia de Estudos
Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.
Leia: O Pensamento de Egbert Schuurman sobre a Cultura Tecnológica
https://bit.ly/3FrPdsk
Assista: Entrevista com Egbert Schuurman | Gustavo Assi
https://bit.ly/2mmDjuP
Leia: Resenha – Livro: Filosofia da Tecnologia
https://bit.ly/3FPdkCz
Assista: Entrevista com Maarten J. Verkerk | Gustavo Assi
http://bit.ly/2lZUgLy
Leia: O significado além da tecnologia
https://bit.ly/3WjszsY
Leia: O que Atenas tem a ver com o Vale do Silício? Traçando um paralelo entre filosofia e computação
https://bit.ly/3htVL1x
Leia: Filosofia da Tecnologia: um breve histórico
https://bit.ly/3HT9Osr
Leia: Clio encontra Prometeu e Hefesto: Classificando estudos de ciência, tecnologia e Sociedade e a perspectiva cristã
https://bit.ly/3FPeJci
Leia: Ferramentas filosóficas para projetos tecnológicos
https://bit.ly/3W02bEu
Leia: A Filosofia Existencial da Tecnologia de Karl Jaspers
https://bit.ly/3UYPoRp
Leia: O Cristianismo e a História da Tecnologia – Parte 1
https://bit.ly/3UWgbOs
Leia: O Cristianismo e a História da Tecnologia – Parte 2
https://bit.ly/3hremv3
Leia: O Cristianismo e a História da Tecnologia – Final
https://bit.ly/3uOwMc6
Para aprofundar-se: A brief overview of Herman Dooyeweerd’s philosophy
https://bit.ly/3uR6SVm
Para aprofundar-se: Technology Has a Message
https://bit.ly/3VXEjBD
Para aprofundar-se: Forming a Christian View of Computer Technology
https://bit.ly/3j2u1kW
Para aprofundar-se: Diversity in Cognitive Models
https://bit.ly/3PrqLM1
Para aprofundar-se: A Different Way of Approaching Data Models and KR Ontologies
https://bit.ly/3FlvUAM
Para aprofundar-se: A philosophical underpinning for I. T. evaluation
https://bit.ly/3HBwI7f
Leia: A tecnologia no drama das Escrituras e os desafios de hoje
https://bit.ly/3Yr0yRO
Leia: Tecnologia como salvação:
Fé e esperança em um mundo mediado por artefatos tecnológicos
https://bit.ly/3BAbL96
Leia: A fé cristã na era da cultura tecnológica
https://bit.ly/3WA2eqL
Leia: As raízes mais profundas do problema climático: sobre culpa, arrependimento e renascimento Maarten J. Verkerk
http://bit.ly/2kQcIG5
Leia: Ciência + Religião
https://bit.ly/3V0f0gG
Ouça: A tecnologia é neutra?
https://bit.ly/3Ft5Qns
Leia: Entrevista exclusiva com Derek C. Schuurman sobre a Relação entre Fé Cristã e Tecnologia
https://bit.ly/3VZE8po
Leia: Tecnologia, revolta dos rôbos e o coração
https://bit.ly/3FUPjdr
Leia: Tecnologia e virtude – uma resenha da obra de Shannon Vallor
https://bit.ly/3WkRc8G
Leia: Religião, Robôs e Inteligência Artificial
https://bit.ly/3HBgzi8
Leia: Rainha das Ciências: Por que a teologia nunca foi tão necessária
https://bit.ly/3htXu71
Leia: Ficção Científica, Ciência e Religião
https://bit.ly/3BACyBX
Leia: Teologia tecnológica
https://bit.ly/3uQY6GT
Leia: Ciência, tecnologia e cristianismo na obra de C. S. Lewis
https://bit.ly/3j2Gjdh
Para aprofundar-se: Technology in a Christian-philosophical perspective
https://bit.ly/3WePuWa
Para aprofundar-se: Futurology or eschatology
https://bit.ly/3hriR8V
Para aprofundar-se: A Christian Perspective on Artificial Intelligence:
How Should Christians Think about Thinking Machines?
https://bit.ly/3HFvmbF
Assista: O que fazer com a Tecnologia?
https://bit.ly/3WePYeW
Leia: Filosofia da tecnologia e educação: Uma perspectiva reformacional
https://bit.ly/3v9rt7D
Leia: Tecnologia: o fim da teleologia?
https://bit.ly/3hrsV1Q
Leia: O surgimento e o papel bíblico da tecnologia e da ciência
https://bit.ly/3W8GLVw
Leia: Ciência para além do cientificismo: As contribuições de René van Woudenberg
https://bit.ly/3v19xMp
Para aprofundar-se: The Ethics of Responsibility as a Comprehensive Approach: An Application to the Ethics of Technology
https://bit.ly/3FT1ask
Para aprofundar-se: Practically Critical: Making the Critical Approach More Useful
https://bit.ly/3WgFtaT
Leia: Cultivando e guardando o jardim: A atividade tecnológica (cultural) como uma interpretação responsiva ao Autor (o outro)
https://bit.ly/3uOBV3V
Leia: Um ponto cego: tecnologia e o reino de Deus
https://bit.ly/3j5FVug
Leia: As dimensões cósmicas da relação entre ciência e fé cristã
https://bit.ly/3VYAQme
Leia: Preocupações de JRR Tolkien sobre Tecnologia
https://bit.ly/3ByJTSw
Leia: A nanotecnologia, a Criação e Deus
https://bit.ly/3FQ8kh4
Leia: Filosofia Cristã e Agropecuária
https://bit.ly/3hlLPap
Leia: A Agropecuária e a Ecologia
https://bit.ly/3FS68FF
Para aprofundar-se: Technology and the Ethics of Responsibility
https://bit.ly/3US5jkw
Para aprofundar-se: Technology and the Biblical Story
https://bit.ly/3YiDCV7
Leia: Novas tecnologias e o cuidado pastoral: sobre a necessidade de discernimento digital
https://bit.ly/3FOOnah
Assista: Como viver na era do tecnicismo? | Gustavo Assi
https://bit.ly/2moGrGD
Leia: O significado da tecnologia por Derek Schuurman
https://bit.ly/3PpNf07
Leia: Ética e o Caráter Sistêmico da Tecnologia Moderna
https://bit.ly/3j1mdjq
Leia: Robôs, Transumanismo e Vida Além da Terra
https://bit.ly/3PpNmZB
Leia: Os algoritmos vão nos controlar? Um esboço de resposta em três passos
https://bit.ly/3PzMJN1
Para aprofundar-se: Information Society: Cultural Impoverishment or Enrichment?
https://bit.ly/3UZMtrR
Para aprofundar-se: Introducing Open Source and the Raspberry Pi to Schools in Developing Nations
https://bit.ly/3WfTeqv
Para aprofundar-se: The Notion of Lifeworld Applied to Information Systems Research
https://bit.ly/3FwLlWM
Assista: Pensando e Fazendo: Introdução à filosofia da tecnologia – Pedro Rendeiro
https://bit.ly/3uRfwmU
Leia: A presença fiel em uma sociedade tecnológica
https://bit.ly/3PtGOcn
Leia: Tecnologia e experiência cotidiana
https://bit.ly/3UXtKNw
Leia: O que eu gostaria que meu pastor soubesse sobre a vida de um cientista
https://bit.ly/3uQsZuZ
Leia: Cientistas, o trabalho de vocês é importante para Deus
https://bit.ly/3Yr6g6c
Leia: Tecnologia para a realidade. “Deus fez o homem tal que ele fosse…
https://bit.ly/3BCUPyF
Leia: Distopias e filosofia da tecnologia
https://bit.ly/3Fx2PSW
Leia: Em busca da transcendência: Os oxfordianos e os debates em torno do transumanismo
https://bit.ly/3PquvNU
Leia: Reflexões sobre O Dilema das Redes
https://bit.ly/3uR0WM3
Para aprofundar-se: Philosophical and Ethical Problems of Technicism and Genetic Engineering
https://bit.ly/3UZNss3
Para aprofundar-se: Approaches to Christian Education: From Elusive Towards a Larger and Deeper Approach
https://bit.ly/3HBAIoc
Para aprofundar-se: Understanding Everyday Use of Facebook and Games
https://bit.ly/3BCS5RM
Leia: Diagnóstico e intervenção em saúde: Contribuições dos aspectos modais de Herman Dooyeweerd
https://bit.ly/3Vq4QqB
Leia: Transhumanismo: a fé no progresso levada às últimas consequências
https://bit.ly/3B28L4k
Leia: Análise filosófica das organizações industriais Maarten J. Verkerk
http://bit.ly/2ml0c1D
Leia: Process Innovation in Mental Health Care: Development and implementation of clinical pathways in psychiatric hospital Vijverdal
https://bit.ly/3YpfQXd
Leia: Beyond the empirical turn: responsible technology
https://bit.ly/3V6DgOA