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GUIA DE ESTUDOS 2024

Avançado

MÓDULO 01

O Drama da Doutrina

A importância da doutrina cristã para a vida

Por que para muitos ouvidos contemporâneos, o termo “doutrina” é sinônimo de religiosidade e tradicionalismo? Por que trata-se de um conceito que soa maçante e empoeirado? Doutrina não é um daqueles assuntos que ocupam um lugar fundamental em nosso dia a dia e que nos empolgamos para compartilhar. Não existe nenhum verbo mais pejorativo hoje em dia do que “doutrinar”.

A maioria de nós acha muito difícil formular claramente as doutrinas que acreditamos — e parece ser mais difícil ainda sustentar “doutrinas” nos ambientes plurais e multifacetados em que transitamos. De forma geral, quando estamos em uma situação que se torna inevitável a presença da “doutrina”, ela necessariamente nos colocará em discórdia com quem está ao nosso redor.

Nesse cenário, o primeiro e mais fundamental passo na construção de uma teologia pública é perguntar-se pela natureza e a importância da doutrina para toda a vida cristã. Quanto a essa investigação específica, destaca-se de publicações precedentes o livro O Drama da Doutrina (2005), do teólogo norteamericano Kevin J. Vanhoozer. Da maneira que lhe é própria, Vanhoozer consegue não só percorrer profundamente as discussões mais técnicas em torno da disciplina da crítica doutrinária ao mesmo tempo em que comunica sua importância para o dia a dia das comunidades de fé em Jesus.

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    O Drama da Doutrina – Kevin Vanhoozer
    (Editora Vida Nova)

  2. Leitura alternativa:
    A Gênesi da Doutrina – Alister McGrath
    (Editora Vida Nova)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Resenha do Livro O Drama da Doutrina – Fares Furtado
    https://bit.ly/3sJZ8oj

  2. Leia: Review of The Drama of Doctrine – Robbie F. Castleman
    https://bit.ly/3HFzCVB

     

  3. Leia: Kevin Vanhoozer, o rei do Drama – Wesley Hill
    https://bit.ly/2kO8Bds

Aula 1.1 - O recorrente desafio de não reduzir a doutrina.

  1. Assista: Qual a diferença entre Doutrina e Teologia?
    https://bit.ly/34fF7Mh 

     

  2. Leia: Teodrama: uma alternativa à tensão “teoria versus prática” – Daniel Simões
    https://bit.ly/32mfys7

     

  3. Assista: De que maneira a doutrina se relaciona com a formação da Cosmovisão?
    https://bit.ly/3sGCkFY

     

  4. Leia: A doutrina cristã: seu início, queda e uma proposta de como trazê-la de volta à igreja – Pedro Augusto Paiva
    https://bit.ly/3Jeb8UY

     

  5. Assista: Teologias identitárias modernas caem no reducionismo apontado por Vanhoozer?
    https://bit.ly/3HmxQsb 

     

  6. Assista: A fiel representação da Palavra – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/344Ouhv

     

  7. Leia: O conceito de ortodoxia cristã na teologia canônico-linguística – Mateus Nunes
    https://bit.ly/3FjiOCR

  8. Leia: Religião como estrutura da realidade: uma teoria da religião a partir da teologia pós-liberal de George Lindbeck – Christian David Soares Bitencourt
    https://bit.ly/2lXwG1C 

Aula 1.2 - O Evangelho bíblico como um Teodrama

  1. Assista: Qual metáfora melhor define o Drama das Escrituras?
    https://bit.ly/3Hniwvk

     

  2. Leia: O drama do escárnio – Douglas Quintiliano
    https://bit.ly/3ssiQ7V

     

  3. Assista: O conceito de teodrama de Von Balthasar – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/2kjmVdP 

     

  4. Leia: Fomos dados em espetáculo ao mundo (Parte 1) – Fabrício Tavares de Moraes
    https://bit.ly/3sN1zqc

     

  5. Leia: Fomos dados em espetáculo ao mundo (Parte 1) – Fabrício Tavares de Moraes

    https://bit.ly/3Jt8XNf

     

  6. Assista: Como tornar prática e clara, a linguagem do Teodrama?
    https://bit.ly/32ygHx0

     

  7. Assista: Quais os pontos cegos da linguagem canônica linguística? 

    https://bit.ly/3sRMNP3

Aula 1.3 - A tarefa da Teologia à luz do Teodrama bíblico

  1. Assista: Assista: O que é Teologia Primeira? – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/2lRAb9S

  2. Assista: A filosofia pode contribuir para a hermenêutica? – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/2lSF1E5

  3. Assista: O Método canônico linguístico pode ajudar no diálogo inter-religioso com os Judeus? 

    https://bit.ly/3sLUm9D

Aula 1.4 - Por que o Cânon é a regra? Problemas e possibilidades

  1. Leia: Cantando o sola – Douglas Quintiliano
    https://bit.ly/3JeCQAL

  2. Assista: Sola Scriptura e o papel da tradição cristã – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/2lWepSm 

  3. Ouça: Autoridade bíblica pós-reforma
    https://bit.ly/3Hk0nyk

  4. Ouça: Sola Scriptura e o caos protestante
    https://bit.ly/2mkt1vh

Aula 1.5 - Praticando o cânon: formas-de-vida da aliança

  1. Assista: Encenando o Drama da Doutrina – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/2lSFg1X 

     

  2. Assista: Aspectos práticos da obra “Encenando o Drama da Doutrina” – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/2kmmeR9

  3. Leia: Praticando o cânon: oração, teodrama e a espiritualidade cotidiana – Bruno Maroni
    https://bit.ly/3stfbGQ

  4. Leia: O Drama da Doutrina para crianças – Ana Ester Correia

    https://bit.ly/3srb4Lu

Aula 1.6 - O Teólogo como Dramaturgista

  1. Assista: O que levou à separação de pastores e teólogos? – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/3mKRWEK

  2. Assista: Por que pastores-teólogos são necessários? – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/3Jt9kHD

  3. Assista: Qual é a perda se os pastores não forem teólogos também? – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/3HgsoXM

  4. Leia: Carta a um aspirante a teólogo – Kevin Vanhoozer
    https://bit.ly/3sKUvKB

MÓDULO 02

Uma fé para a vida

A compreensão holística da cosmovisão cristã​

Na apresentação do livro Wordview: the history of a concept, de David K. Naugle, publicado no Brasil pela editora Monergismo, com o título Cosmovisão: a história de um conceito, em 2018, Arthur F. Holmes afirma que “toda verdade, em última análise, tem a ver com os caminhos e as obras de Deus” (NAUGLE, 2017, p. 13). Fato é que o termo alemão weltanschauung, comumente traduzido por cosmovisão ou visão de mundo, tem sua origem não na teologia, mas na filosofia, no clássico Crítica da Faculdade do Juízo, de Immanuel Kant (1724-1804). Contudo, em ressonância com as palavras de Holmes, a apropriação do termo pela teologia cristã foi, conforme argumenta Naugle, “um dos desenvolvimentos mais significativos na história recente da igreja”, não por ser algum tipo de empreendimento arbitrário de alguns teólogos sobre os auspícios de uma apologética fragmentária, mas por se referir a algo inerente aos “caminhos e as obras de Deus”, que diz respeito à própria natureza da fé cristã. 

Se por um lado o conceito de weltanschauung diz respeito ao centro das afeições humanas, o coração, a importância de uma cosmovisão cristã é tanto um imperativo bíblico quanto uma necessidade diante da demanda do tempo presente, de cosmovisões antitéticas à tradição cristã, como o naturalismo e o niilismo. Talvez ninguém tenha entendido isso melhor do que o polímata holandês Abraham Kuyper (1837-1920), especialmente lembrado por ser o fundador da Universidade Livre de Amsterdã, em 1880, e primeiro-ministro da Holanda de 1901 a 1905. A pedra angular do seu pensamento pode ser expressa nas palavras de inauguração da Universidade Livre: “Não há uma polegada quadrada do domínio total da nossa existência humana sobre a qual Cristo, que é soberano sobre todas as coisas, não grite ‘Meu!’” (KUYPER apud NAUGLE, 2017, p. 43). Um crítico da apologética clássica e fortemente influenciado pela teologia dos reformadores, sobretudo no que diz respeito à sua visão da soberania divina, Kuyper entendia que qualquer resposta eficaz aos ataques contra o cristianismo bíblico não poderia ser dada de forma fragmentada, mas com uma proposta de cosmovisão cristã de todo abrangente, uma visão integrada da realidade.

Ocupar-se não só com esses ataques, mas com as respostas a sua altura é tarefa de todos aqueles que estudam cosmovisão cristã.

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Cosmovisão: história de um conceito – David Naugle
    (Editora Monergismo)

  2. Leitura alternativa:
    Dando Nome ao Elefante – James W. Sire
    (Editora Monergismo)

Leituras complementares

  1. Abraham Kuyper – Calvinismo (Cultura Cristã)
  2. Abraham Kuyper – Principles of Sacred Theology (Lexham Press)
  3. Abraham Kuyper – A Obra do Espírito Santo (Cultura Cristã)
  4. Friedrich Nietzsche – O Crepúsculo dos ídolos (Companhia das Letras)
  5. Friedrich Nietzsche – A Gaia Ciência (Companhia das Letras)
  6. G. W. F. Hegel – A Fenomenologia do Espírito (Editora Vozes)
  7. Herman Dooyeweerd – New Critique of Theoretical Thought (Paideia Press)
  8. Immanuel Kant – Crítica à Faculdade do Juízo (Edições 70)
  9. Johann Gottlieb Fichte – Uma tentativa de Crítica de toda Revelação (Abril Editorial)
  10. Jacob Klapwijk – On Worldview’s and Philosophies (paper)
  11. Kevin Vanhoozer – O Drama da Doutrina (Vida Nova)
  12. Kevin Vanhoozer – Quadros de uma Exposição teológica (Editora Monergismo)
  13. Michael Horton – Doutrinas da Fé Cristã (Cultura Cristã)
  14. Peter Heslam – Creating a Christian Worldview (Dortd College Press)
  15. Søren Kierkegaard – Papeis de alguém que ainda vive (Edições 70)
  16. Vincent Bacote – Introdução à Sabedoria e Prodígios (Editora Monergismo)
  17. Vicent McCarthy – The Phenomenology of Moods in Kierkegaard (paper)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Worldview – The history of a concept
    https://bit.ly/3gs8z4a

     

  2. Leia: Dando Nome ao Elefante: cosmovisão como um conceito
    https://bit.ly/3rxZvBg

Aula 2.1 - O uso cristão do conceito de cosmovisão: James Orr

  1. Leia: James Orr
    https://bit.ly/3ruQZTI

  2. Leia: A Word from James Orr
    https://bit.ly/3GCU5cl

  3. Assista: Qual a relação entre doutrina e cosmovisão?
    https://youtu.be/bSkEyK8EJng

Aula 2.2 - O uso cristão do conceito de cosmovisão: Abraham Kuyper

  1. Ouça: Abraham Kuyper
    https://bit.ly/3uvk8jr

  2. Leia: Uma Introdução à Cosmovisão Calvinista Kuyperiana
    https://bit.ly/3sqaX0Y

  3. Leia: A legitimidade do Governo e da Política em Calvino, Kuyper e Dooyeweerd
    https://bit.ly/3j1F5zi

  4. Leia: Missão Integral ou Neocalvinismo
    https://bit.ly/3j1FsKc

  5. Assista: Teologia Kuyper e Campo Científico
    https://youtu.be/Q95uf30YB-8

  6. Assista: Tradição Kuyperiana
    https://youtu.be/PFCXTSvh_gA

  7. Assista: Cosmovisão tem relação com a polarização política hoje no mundo?
    https://youtu.be/AZzKK7PV9-M

  8. Assista: Abraham Kuyper e a Transformação Social
    https://youtu.be/FX4dv8AHLB0

  9. Leia: Abraham Kuyper e a cosmovisão bíblica
    https://bit.ly/3ov8S2M

  10. Para aprofundar-se: O neocalvinismo holandês e o movimento de cosmovisão cristã
    https://bit.ly/3Ls0Cur

  11. Para aprofundar-se: Creating a Christian Worldview: Abraham Kuyper’s Lectures on Calvinism
    https://bit.ly/34iFtSG

  12. Para aprofundar-se: Abraham Kuyper e o engajamento cristão nas esferas socioculturais e políticas
    https://bit.ly/3J7fxIi

Aula 2.3 - O desenvolvimento filosófico do conceito de cosmovisão: Herman Dooyeweerd e a nova crítica do pensamento

  1. Leia: Resenha: No crepúsculo do pensamento ocidental
    https://bit.ly/3wnLlnT

  2. Leia: Philosofando Coram Deo
    https://bit.ly/3GU2Q3W

  3. Leia: Um estudo comparativo entre as propostas ético-sociais de H. Dooyeweerd e N. Wolterstorff
    https://bit.ly/3WvHfEQ

  4. Leia: Nicholas Wolterstorff e a ética social do calvinismo holandês
    https://bit.ly/3HqCk3Y

  5. Leia: A herança epistêmica Agostiniano-Calvinista em Alvin Plantinga
    https://bit.ly/3LiZoBi

  6. Assista: A Filosofia Cristã de Herman Dooyeweerd (playlist c/ 9 partes)
    https://bit.ly/3sk2bl7

Aulas 2.4 e 2.5 - Usos filosóficos de “cosmovisão”

  1. Leia: O impacto da filosofia de Kant sobre a doutrina da revelação em Karl Barth
    https://bit.ly/3j1YoID

  2. Leia: A morte e a morte da modernidade
    https://bit.ly/3Hn6AN4

  3. Leia: Kierkegaard lendo Agostinho
    https://bit.ly/3ZZSw39

  4. Assista: Jesus, Nietzsche e Dostoiévski
    https://youtu.be/IDiPzCEUR7Y

  5. Leia: Prolegômenos de cosmovisão (Parte I)
    https://bit.ly/3qippqN

  6. Leia: Prolegômenos de Cosmovisão (Parte II)
    https://bit.ly/3mw5ljP

  7. Para aprofundar-se: Nietzsche Was Right
    https://bit.ly/34lrUSc

  8. Para aprofundar-se: Kant and Theology
    https://bit.ly/3J3Xsuw

  9. Para aprofundar-se: Kierkegaard and Theology
    https://bit.ly/3J6NgSf

Aulas 2.6 - A formulação completa do que é uma cosmovisão

  1. Assista: Quando um cristão afirma que a bíblia se aplica apenas para quem crê, como respondê-lo
    https://youtu.be/2SIg6SXqlf4

  2. Assista: É possível afirmar que exista uma unidade de cosmovisão entre as correntes protestantes?
    https://youtu.be/jX_sLrA9YAM

  3. Assista: Uma definição de cosmovisão cristã sempre nasce da ontologia?
    https://youtu.be/RY0bUTiKV-s

  4. Leia: A Ontologia como princípio da formação de uma cosmovisão cristã a partir da vocação de Moisés
    https://bit.ly/3H2aDv4

  5. Leia: A busca humana da diversão sobre a ótica bíblica de Criação-Queda-Redenção
    https://bit.ly/3JpYrsL

  6. Leia: Diagnosticando os sintomas do nosso tempo
    https://bit.ly/3iTG4S6

  7. Leia: Resenha: o crente no mundo de Deus
    https://bit.ly/3HpfdXl

  8. Leia: Reflexões críticas sobre Weltanschauung
    https://bit.ly/3J7jkbO

  9. Leia: Cosmovisão: do conceito à prática na Escola Cristã
    https://bit.ly/3J9Hnai

  10. Leia: Como sabemos? O professor e as teorias do conhecimento
    https://bit.ly/3XxWYEH

  11. Para Aprofundar-se: Should We Do Away With Talk of Worldview?
    https://bit.ly/3J7tWEm

  12. Para aprofundar-se: Christian Contours: How a Biblical Worldview Shapes the Mind and Heart
    https://bit.ly/3oxfltX

  13. Para aprofundar-se: Uma Análise Filosófica, Teológica e Antropológica do Conceito de Cosmovisão
    https://bit.ly/3uxAVCv

Aulas 2.7 - A preferência pelas Narrativas na formulação e comunicação de Cosmovisões

 

  1. Assista: O que é o conceito do imaginário social?
    https://youtu.be/71iAQidYiJ4

  2. Assista: A imaginação da criança pode ser um instrumento para ensinar a ela doutrinas da fé cristã?
    https://youtu.be/CVSJ9WS4Amo

  3. Assista: Como educar alguém dentro da cosmovisão cristã?
    https://youtu.be/BzApmr5w6fk

  4. Assista: O poder do hábito e a dádiva das práticas
    https://youtu.be/SXqX-mWLzzg 

  5. Assista: O poder formativo da repetição
    https://youtu.be/IXY3k2DwxKg

  6. Assista: O que está faltando na teologia pública?
    https://youtu.be/_u5IxC5qXU8

  7. Leia: Uma fé para a vida: sobre intencionalidade no ministério infantil
    https://bit.ly/3AVj1uE

  8. Leia: Sob o controle do amor: a relação entre cosmovisão e as afeições
    https://bit.ly/3J5e59u

  9. Para aprofundar-se: Moral and Ritual Knowing
    https://bit.ly/3Lsgk8T

  10. Para aprofundar-se: Knowing and Reality
    https://youtu.be/udysdDRfKYM

  11. Para aprofundar-se: Ritualed knowing
    https://bit.ly/3JkUFON

MÓDULO 03

A Certeza da Fé

Filosofia e Revelação

Conforme um dos seus mais recentes biógrafos, James Eglinton, o definiu Herman Bavinck (1854-1921) era “para seus contemporâneos, ele era conhecido não apenas como um teólogo brilhante. Para eles, ele também era — entre outras coisas — um pioneiro em psicologia, um reformador pedagógico, um defensor da educação de meninas e defensor dos direitos de voto das mulheres, um parlamentar e um jornalista. Ele foi, e em alguns círculos hoje continua sendo, uma pessoa de importância internacional”. 

Apesar de alguns líderes e teólogos latinoamericanos serem rápidos em questionar o valor das contribuições que os escritos de homens europeus têm para pensar as condições da igreja brasileira, uma breve reconstrução do contexto cultural e intelectual de Bavinck será suficiente para percebermos que, guardadas as devidas especificidades, sua teologia respondeu desafios que ainda são os nossos. Mais do que isso, uma vez que Bavinck havia “nascido logo depois que a Holanda se comprometeu com os ideais sociais democráticos liberais, ele era uma espécie de garoto-propaganda dessa nova era de oportunidades, igualdade e liberdade” — tornando-se um paradigma privilegiado para compreendermos o significado e os limites dessa sociedade que ainda insiste em permanecer entre nós.

Em especial, sua Filosofia da Revelação mostra-se como um ponto de inflexão para uma série de perguntas filosóficas e teológicas que continuarão ocupando as principais mentes dentro e fora da igreja do Ocidente. Isso faz com que Bavinck seja uma leitura incontornável. Ter disponível em nosso idioma em uma excelente tradução da suas Stone Lectures é uma oportunidade de lidarmos com uma obra de maturidade de um dos grandes teólogos que a igreja reformada produziu no começo do século 20 — junto da fisionomia intelectual moderna, mas com a postura irrefutavelmente ortodoxa que, de alguma maneira, ainda é a nossa.

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Filosofia da RevelaçãoHerman Bavinck
    (Editora Monergismo)

  2. Leitura alternativa:
    Certeza da FéHerman Bavinck
    (Editora Monergismo)

Leituras complementares

  1. Albert Wolters. Translator’s Preface to Nature and Grace (Dordt College Press)

     

  2. Gerrit C. Berkouwer. A half century of theology: movements and motives (Eerdmans). 

     

  3. Herman Bavinck. Common Grace (paper)

     

  4. Herman Bavinck. Dogmática Reformada (Cultura Cristã)

     

  5. Herman Dooyeweerd. No Crepúsculo do Pensamento ocidental (Cultura Cristã) 

     

  6. Henry Elias Dosker. Introduction in Essays on Religion, Science and Society (Baker)

     

  7. James Eglinton. Bavinck: a critical Biography (Baker)

     

  8. John Bolt. Introdução à Dogmática Reformada (Cultura Cristã)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Filosofia da Revelação – Prefácio
    https://bit.ly/3hBpu2y

     

  2. Leia: Philosophy of Revelation
    https://bit.ly/3pxneA0

     

  3. Leia: Prefácio à “A Filosofia da Revelação”
    https://bit.ly/3pyAiFE

     

  4. Para aprofundar-se: The Context of Herman Bavinck’s Stone Lectures
    https://bit.ly/3KuY9hx

     

  5. Para aprofundar-se: Herman Bavinck’s Lectures on the Certainty of Faith (1891)
    https://bit.ly/370KzE3

Aula 3.1 - Ortodoxo e Moderno: lições da trajetória de um pastor-teólogo chamado Herman Bavinck

  1. Assista: Qual a melhor sequência para ler e conhecer as obras do Bavinck?
    https://youtu.be/d9mtD_em2O4

  2. Assista: Como as obras de Bavinck podem contribuir em nosso contexto?
    https://youtu.be/Uay5U2iJlmU

  3. Assista: Quais ensinos de Bavinck poderiam auxiliar a igreja frente aos dilemas atuais da cultura brasileira?https://youtu.be/Q1tEOJ7sVyo

  4. Leia: Herman Bavinck (1854-1921)
    https://bit.ly/3vC9XKE

  5. Leia: Herman Bavinck: Cem Anos Atrás
    https://bit.ly/3tueV9g

  6. Leia: A visão de Bavinck acerca da “Amizade Crítica”
    https://bit.ly/3Kc1XDZ

  7. Leia: As raízes históricas do liberalismo teológico
    https://bit.ly/3Xy7n3c

  8. Leia: Um ensaio introdutório sobre a espiritualidade reformada
    https://bit.ly/3wnLZ4R

  9. Para aprofundar-se: Bavinck as Pastor (1880-82)
    https://bit.ly/3tufa4a

  10. Para aprofundar-se: Herman Bavinck’s Modernisme en Orthodoxie: A Translation
    https://bit.ly/3MjPcsL

  11. Para aprofundar-se: An Excerpt on Prayer from Bavinck’s Reformed Ethics
    https://bit.ly/3K9LtfC

  12. Para aprofundar-se: The Theology of Albrecht Ritschl
    https://bit.ly/370sNkf

  13. Para aprofundar-se: Herman Bavinck on Scottish Covenan Theology and Reformed Piety
    https://bit.ly/3MlG1rM

  14. Para aprofundar-se: Elementos para uma teologia pública em Herman Bavinck
    https://bit.ly/3tsi0Ha

  15. Para aprofundar-se: Trinity or German idealism? Reconsidering the origins of Herman Bavinck’s organic motif
    https://bit.ly/3JPPKrs

Aula 3.2 - O crepúsculo do sobrenatural e a necessidade de uma filosofia da revelação

  1. Assista: Ao evocar a Revelação, Bavinck não está esquivando-se da filosofia?
    https://youtu.be/TlV_70OZKx8

  2. Leia: O impacto da filosofia de Kant sobre a doutrina da revelação em Karl Barth
    https://bit.ly/3j1YoID

     

  3. Leia: Revelação em Paul Tillich
    https://bit.ly/3KcBPsz

     

  4. Para aprofundar-se: Beyond the Schleiermacher-Barth Dilemma
    https://bit.ly/3MjyppX

Aula 3.3 - Os limites da Filosofia e a necessidade da Revelação

  1. Assista: A graça comum é o meio pelo qual a graça especial se faz possível?
    https://youtu.be/66S5AImJJ0Y

     

  2. Leia: Educação e evangelização em missão
    https://bit.ly/3HxRfGl

     

  3. Para aprofundar-se: Bavinck on Religion
    https://bit.ly/35kn34w

     

  4. Para aprofundar-se: Religion as Revelation?
    https://bit.ly/35kEnX3

     

  5. Para aprofundar-se: Should we read Bavinck’s The Philosophy of Revelation as an apologetic-of-despair work?
    https://bit.ly/3vuTaZQ

Aula 3.4 - A revelação como condição de possibilidade para a certeza da fé

  1. Assista: Como podemos nos certificar que estamos interpretando a Revelação da Palavra corretamente?
    https://youtu.be/AogbjXO8T_Y

  2. Leia: “Estou pensando em acabar com tudo” e a dependência humana
    https://bit.ly/3pz7n48

  3. Para aprofundar-se: Religion as Revelation?
    https://bit.ly/35lOif1  

  4. Para aprofundar-se: Conscience
    https://bit.ly/3MkfQSl

  5. Para aprofundar-se: Knowledge according to Bavinck and Aquinas
    https://bit.ly/3pz7zjS

  6. Para aprofundar-se: The Natural Knowledge of God
    https://bit.ly/3tpLdT8

Aula 3.5 - O ajuste fino nas relações entre Deus, o mundo e o ser humano

  1. Assista: Como fundamentar uma proposta da filosofia da revelação sem ser monista?
    https://youtu.be/iWFNJpnFuuM

  2. Assista: Podemos compreender a proposta de Bavinck também como uma alternativa de filosofia da história ?
    https://youtu.be/TTTkCnY0-DM

  3. Assista: Como seria uma ciência redimida e aperfeiçoada pela graça?
    https://youtu.be/RT62irBM23U

     

  4. Leia: A providência
    https://bit.ly/35BUBsu

     

  5. Leia: Teologia como ciência especial I
    https://bit.ly/3py8Ibx

  6. Leia: Teologia como ciência especial II
    https://bit.ly/3vQP9zd

     

  7. Leia: Teologia como ciência especial III
    https://bit.ly/36Z9APY

     

  8. Leia: Teologia como ciência especial IV
    https://bit.ly/3Kc3Q3x

     

  9. Para aprofundar-se: The Centrality of the Heart in Herman Bavinck’s Anthropology
    https://bit.ly/3KaZEkC

Aula 3.6 - Revelação e conversão para a orientação das experiências religiosas

 

  1. Leia: Herman Bavinck como um homem da ciência
    https://bit.ly/3tpLPrU

  2. Para aprofundar-se: On how Herman Bavinck responds to the theory of evolution
    https://bit.ly/3wpLc3g

  3. Para aprofundar-se: On Certainty in Faith and Science
    https://bit.ly/3MjResT

MÓDULO 04

Filosofia Cristã

A possibilidade dela e a impossibilidade de qualquer outra

Descrito por G. E. Langemeijer como “o filósofo mais original que a Holanda já produziu, incluindo Espinoza” e por David Naugle como “o mais criativo e influente filósofo entre os neocalvinistas no século XX”, Herman Dooyeweerd argumentava que toda filosofia, em última instância, é movida por pressuposições religiosas, e não teóricas, e de que ela sempre fracassará quando, desprovida dessa consciência, desejar ser autônoma.

A mola mestra da filosofia de Dooyeweerd, dando continuidade à tradição kuyperiana, era, segundo nos ensinou L. Kalsbeek: “a convicção de que a antítese espiritual tem marcado o próprio pensamento filosófico no decurso da História”, e que, assim, “o filósofo cristão deve discernir entre os motivos-básicos do cristão e do não cristão que deram luz às várias tradições de pensamento. Acima de tudo, o pensador cristão deve continuamente guardar a si mesmo de fazer qualquer tipo de síntese entre os motivos-básicos completamente antitéticos e mutuamente excludentes”. 

Uma boa apologética é aquela que considera a importância dos motivos-básicos do coração na constituição de uma cosmovisão. A força direcionadora da vida humana reside, antes de tudo, no coração. A regeneração, mediante o ato transformador do Espírito Santo no coração, pela Palavra, é o que redime e faz nascer de novo o coração que, uma vez morto em seus delitos e pecados, jamais poderia ser redirecionado ao Criador por si mesmo através de evidências.

Tudo isso faz da filosofia de Herman Dooyeweerd uma condição fundamental para a construção de nossa teologia pública.

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    No Crepúsculo do Pensamento Ocidental – Herman Dooyeweerd
    (Editora Monergismo)

  2. Leitura alternativa:
    Raízes da Cultura Ocidental – Herman Dooyeweerd
    (Editora Cultura Cristã)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Resenha – Raízes da cultura ocidental
    https://bit.ly/3ZD3ASo

Aula 4.1 - Qual é o projeto de Dooyeweerd e por quê estudá-lo

  1. Assista: Sobre Abraham Kuyper
    https://bit.ly/2kObH14

  2. Assista: Sobre o Coração
    https://bit.ly/2kjBUEJ

  3. Assista: Sobre a sua filosofia
    https://bit.ly/2lR39qy

  4. Assista: Quais são os maiores lapsos e inconsistências da filosofia da ideia cosmonômica?
    https://youtu.be/wdkH_FMfX_8

  5. Leia: Prolegômenos de cosmovisão (parte I)
    https://bit.ly/3qippqN

  6. Leia: Prolegômenos de Cosmovisão (Parte II)
    https://bit.ly/3mw5ljP

  7. Leia: Princípios de uma epistemologia cristã a partir da filosofia reformacional de Herman Dooyeweerd
    https://bit.ly/3hT5s3B

  8. Leia: Herman Dooyeweerd: Uma Crítica Transcendental ao Pensamento Teórico.
    https://bit.ly/3vba7qe

  9. Leia: Considerações sobre a Filosofia da Ideia Cosmonômica
    https://bit.ly/3rhCbY0

  10. Leia: Introdução ao pensamento reformacional de Herman Dooyeweerd
    https://bit.ly/3jxa6Yd

  11. Leia: Uma análise e crítica do pensamento teórico em Herman Dooyeweerd
    https://bit.ly/3urdU3J

  12. Assista: A Filosofia de Dooyeweerd – 01 e 02

    https://bit.ly/2kC9hTu
    https://bit.ly/2kjoDvL

Aula 4.2 - Características da atitude teórica do pensamento e os problemas que ela levanta para a filosofia

  1. Assista: Crítica a Kant
    https://bit.ly/2kMjRao 

  2. Assista: Dinâmica de absolutização do pensamento econômico, principalmente no cenário político nacional
    https://youtu.be/KbzowANgjE4

  3. Assista: Quais são os maiores riscos atuais de reducionismos e absolutizações por parte da igreja?
    https://youtu.be/F-caLuOOTxo

  4. Leia: De Arquimedes a Cristo
    https://bit.ly/37e9Gn4

  5. Leia: Uma crítica à suposta autonomia da razão
    https://bit.ly/3v7uFQr

  6. Leia: As diferentes Geometrias e a Crítica do Pensamento Transcendental de Herman Dooyeweerd
    https://bit.ly/36xVXa6

  7. Leia: A crítica transcendental do pensamento teórico de Herman Dooyeweerd

    https://bit.ly/3rgf7cf

  8. Leia: Entidades e Aspectos Modais
    https://bit.ly/2lXno5L 

  9. Leia: Kierkegaard e Dooyeweerd: Suas Respostas à Pretensa Autonomia do Pensamento Humano
    https://bit.ly/3JzFYpH

  10. Leia: O Dogma da Autonomia Religiosa do Pensamento Teórico Em Dooyeweerd e Suas Contribuições para a Academia Brasileira
    https://bit.ly/377eScx

  11. Leia: Dooyeweerd’s Transcendental Critique
    https://bit.ly/3xj7fKQ

     

  12. Leia: Principles and Positivization: Dooyeweerd and rational autonomy
    https://bit.ly/3xeRQLz

Aula 4.3 - A compreensão do ego humano e suas relações centrais

  1. Assista: Qual é a importância do conceito de coração no pensamento de Dooyeweerd?
    https://youtu.be/sRixKyKcBzg

     

  2. Leia: Idolatria do Ego
    https://bit.ly/3upNM9j

     

  3. Leia: A relação entre o autoconhecimento e o conhecimento de Deus em Agostinho, João Calvino e Herman Dooyeweerd | Elisando da C. Cordeiro
    https://bit.ly/2kjoNDn

     

     

  4. Leia: A raiz religiosa do discurso político segundo Herman Dooyeweerd
    https://bit.ly/3jxeuXb

     

     

  5. Leia: On The Human Selfhood, Ego, Heart
    https://bit.ly/37zfCac

  6. Leia: Ego, Self, and the Body. An Assessment of Dooyeweerd’s Philosophical Anthropology
    https://bit.ly/35ZywGM

Aula 4.4 - A tendência estrutural religiosa do ego humano e suas forças motrizes

  1. Leia: Antropologia filosófica cristã: uma perspectiva reformacional
    https://bit.ly/364GgVs

     

  2. Ouça: Antropologia Filosófica
    https://bit.ly/2kOlpR5

     

  3. Leia: Homo Culturalis, Homo Religiosus: The Crisis Of Modern Culture as The Crisis Of Religion
    https://bit.ly/3O512I8

     

  4. Leia: Paul Tillich e Herman Dooyeweerd e o coração almático egocentral
    https://bit.ly/3LSM5qT

     

  5. Leia: Dooyeweerd: The Human Ego
    https://bit.ly/3xfdAH6


  6. Leia: Ego
    https://bit.ly/37DPJpB

Aula 4.5 - Os motivos básicos da história ocidental

  1. Assista: Dooyeweerd pode ser, de fato, considerado um Proto Pós-moderno? Por quê?
    https://youtu.be/8CSt8YLEGiU

     

  2. Leia: A Filosofia Reformada de Herman Dooyeweerd e Suas Condições de Recepção no Contexto Brasileiro
    https://bit.ly/3O4wAOA

     

  3. Leia: Aspecto Histórico e Crítica Ao Historicismo Em Herman Dooyeweerd
    https://bit.ly/3JoAUol

     

  4. Leia: Dooyeweerd’s Theory of Ground Motives and Religious Presuppositions
    https://bit.ly/3usbBgD

     

  5. Assista: A Filosofia de Dooyeweerd – 03 a 07
    https://bit.ly/2kmEU3a

    https://bit.ly/2mdNSjD

    https://bit.ly/2mkwSZh

    https://bit.ly/2mcuoMj

    https://bit.ly/2mjKiEQ

Aula 4.6 - Religião, Filosofia e Teologia Reformacional

  1. Assista: Quais as Diferenças entre Dooyeweerd e Van Til na relação entre Teologia e Filosofia?
    https://youtu.be/V2DZWD3g7FI

     

  2. Leia: Contribuições da Filosofia da Ideia Cosmonômica para a Aprendizagem Informal Científica Em Biologia
    https://bit.ly/3DXZCL7

     

     

  3. Leia: O Critério das Tendências Progressivas e Reacionárias na História Herman Dooyweerd
    https://bit.ly/2lXo5fn 

     

  4. Leia: A Construção (social) do Mundo no Encontro do Cristianismo com o Humanismo D. F. M. Strauss
    https://bit.ly/2mdO8z7 

     

  5. Assista: A fé e a inteligibilidade do mundo: aproximando Herman Dooyeweerd e Alister McGrath
    https://bit.ly/2lSKaMp

     

     

  6. Assista: Herman Dooyeweerd e Eric Voegelin sobre a transcendência divina Johannes Corrodi Katzenstein
    https://bit.ly/2mbxY9s

     

  7. Assista: A Filosofia de Dooyeweerd – 08 e 09
    https://bit.ly/2mih0X9
    https://bit.ly/2kovqo8

MÓDULO 05

A Trindade contra as tretas

Apologética trinitária

A filosofia reformacional, especialmente na figura de Herman Dooyeweerd — mas também de Hendrik G. Stoker, por exemplo —, demonstrou sabiamente que a razão não possui a autonomia que a modernidade após Kant tanto celebrou. Sua crítica ao transcendental ao pensamento teórico mostrou a insuficiência deste, e apontou para o ego transcendental religioso como centro da atividade humana. A verdade é que a razão está entre as possibilidades de experiência da realidade, e não acima dela. Para a filosofia que nasceu na Holanda, o ego transcendente – coração, em linguagem bíblica – é o centro religioso estrutural do ser humano, que dirige o conhecimento em qualquer outro nível.

Depois de estabelecer que este o ego está sujeito à lei central da comunhão religiosa, podemos avançar a questão para a distinção entre Criador e Criatura, ou seja, que o compromisso religioso do coração humano é a estrutura que fundamenta a direção que este mesmo ego apontará em todos os aspectos da experiência temporal. Esta é a condição da criatura distinta de seu Criador, e que está sempre inclinada à sua Origem. Isto é, (i) o Deus que se revela, ou, (ii) de maneira apóstata, na absolutização de algum aspecto da realidade, o que constitui a idolatria – exatamente o que a filosofia moderna fez com a razão. Tanto a filosofia, quanto a teologia, podem ser matéria de absolutização.

Tudo isso nos leva, incontornavelmente, a estabelecer que é necessário que o filósofo e teólogo seja transformado desde o coração pela ação do Espírito Santo, para que atuem debaixo da plena Revelação de Deus. A Revelação, ação de Deus no cosmo, conforme entendeu a teologia do pacto e para a qual aponta a filosofia reformacional, se dá através dos termos da Trindade. Somente isso pode sustentar o conceito cristão mais abrangente da realidade, também da fé e do conhecimento. A ação de Deus para a criação e redenção do cosmo é a base teológico-sistemática sobre a qual se reúnem teologia e filosofia. Onde todas as coisas são redimidas e convergem para um único plano, o do Deus Criador manifesto através das obras da Trindade.

Até aqui traçamos um caminho não de mera reconciliação entre teologia reformada e filosofia reformacional (que muitas vezes na história aconteceu como alguma espécie de adequação), mas seguindo as pesquisas do brasileiro Guilherme Braun Jr. em sua pioneira obra, encontramos uma base sólida para fundamentar tanto uma quanto a outra. A base comum de ambas está na ação do Deus Triúno, supremo Criador, sobre todo o cosmo – incluindo os seres humanos. A “distinção Criador-criatura, como unidade entre filosofia e teologia […] dependentes da Palavra-Revelação divina […] é, em última instância, dependente da obra do Deus triúno”.

Nesse sentido, uma abordagem trinitária não só se faz possível, mas necessária para a o método neo-calvinista de filosofia e apologética — conforme veremos neste módulo de estudos.

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Método Trinitário Neo Calvinista de Apologética – Gui Braun Jr
    (Editora Monergismo)

  2. Leitura alternativa:
    Graça Comum – Cornelius Van Til
    (Cultura Cristã)

    ou

    Ortodoxia Radical e a Tradição Reformada: Criação, Aliança e Participação – James K.A. Smith
    (Thomas Nelson Brasil)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Método trinitário neocalvinista de apologética – uma introdução simplificada
    https://bit.ly/36UcXrB

  2. Leia: Book review: Commom grace and the gospel
    https://bit.ly/3KljDN7

     

  3. Leia: Common Grace and the Gospel
    https://bit.ly/36UfWQP

     

  4. Leia: Radical Orthodoxy and the Reformed Tradition: Creation, Covenant, and Participation.
    https://bit.ly/3OIcsC9

  5. Para se aprofundar: A trinitarian modal-spherical method of Apologetcs: An Attempt to combine the vantilian method of apologetics with eformational philosophy
    https://bit.ly/3LoSiLi

Aula 5.1 - Revisitando velhas questões para um novo método

  1. Leia: A apologética de Van til: leitura e análise W. Gary Crampton
    https://bit.ly/2kQ4qxZ

  2. Leia: Resenha: Apologética cristã
    https://bit.ly/3MDjW7K

  3. Leia: Resenha: Cornelius Van Til, uma análise do seu pensamento John Frame
    https://bit.ly/3KwEAVG

  4. Leia: Alguns pensamentos sobre a apologética de Francis Schaeffer | John Frame
    https://bit.ly/3OJ2yjB

  5. Leia: The Most Important Christian Thinker Since Calvin?
    https://bit.ly/370EOqk

  6. Leia: Testing Christianity’s truth claims; approaches to Christian apologetics
    https://bit.ly/3Lur6em
     

  7. Leia: Answering Objections to Presuppositionalism
    https://bit.ly/38zpOA8

  8. Leia: Fides Quaerens Intellectum: What Is Presuppositionalism?
    https://bit.ly/38t7IQa

  9. Leia: Questioning Presuppositionalism
    https://bit.ly/39oAz8O

     

  10. Assista: Apologética de Van Til – Partes 1 e 2 

    https://bit.ly/3EWQdDR
    https://bit.ly/3EW1aFS
     

  11. Para se aprofundar: The History and Nature of Apologetics
    https://bit.ly/3MAZq7t

Aula 5.2 - Herman Dooyeweerd sobre Cornelius Van Til

  1. Assista: Existem pontos irreconciliáveis na metodologia de Van Til e Dooyerweerd?
    https://bit.ly/3LtVxRC

  2. Leia: Carta de Van Til a Schaeffer
    https://bit.ly/3kmNAC0

  3. Leia: Introdução à teologia sistemática | Cornelius Van til
    https://bit.ly/3vqwM3s

  4. Leia: Paulo em Atenas | Cornelius Van Til
    https://bit.ly/2kpyjFe

  5. Leia: Cristo e a Cultura | Cornelius Van Til
    https://bit.ly/2kPdEKG

  6. Leia: As ilustrações de Van Til | Jim West
    https://bit.ly/3y1o4u2

  7. Leia: Calvinistas também pensam | Ricardo Q. Gouveia
    https://bit.ly/3LrpBxr

  8. Leia: Resenha do livro: “O pastor reformado e o pensamento moderno” | David Charles Gomes
    https://bit.ly/3EXnCyr

  9. Leia: Resenha do livro “O Pastor Reformado e o pensamento moderno” José Carlos Piacenti
    https://bit.ly/38ryXuo

  10. Leia: Christian Philosophy: A Systematic and Narrative Introduction
    https://bit.ly/3KraKl4

  11. Assista: Understanding Cornelius Van Til | K. Scott Oliphint
    https://bit.ly/3vQ3Roj

Aula 5.3 - Cornelius Van Til sobre a Graça Comum e Herman Dooyeweerd

  1. Assista: Existem pontos na filosofia reformacional que apontam diretamente para o Deus das escrituras?
    https://bit.ly/3Lvx12E

  2. Leia: A teologia Natural da Confissão de Fé de Westminster | Cornelius Van Til
    https://bit.ly/3Kx9QE0

  3. Leia: Sobre o ponto de contato | Allen Porto
    https://bit.ly/36WngLP

  4. Assista: Como o método trinitário pode nos ajudar a construir pontes de diálogo nas redes sociais?
    https://bit.ly/3KjxK5G

  5. Leia: A Metapsicologia Vantiliana: Uma Incursão Preliminar
    https://bit.ly/38ulhPh

  6. Leia: Como Sabemos O Professor e As Teorias Do Conhecimento Davi Charles Gomes
    https://bit.ly/3EXOoqr

  7. Leia: O Livro sem palavras: a defesa da fé na linguagem da criança
    https://bit.ly/36YxmvO

  8. Leia: Cornelius Van Til e Alvin Plantinga: uma breve comparação | James Anderson 

    https://bit.ly/3rXe810

  9. Leia: Visão instrumentalista da Educação | C. Van Til
    https://bit.ly/3MyqTXu

  10. Leia: A suposta morte da epistemologia e o colapso do fundamento clássico
    https://bit.ly/38vyck2

  11. Leia: Resenha:  Por que creio em Deus

    https://bit.ly/3vNrz4H

  12. Leia: Covenantal apologetics and common-sense realism: recalibranting the argument from cosnciousness as a test case
    https://bit.ly/3Lsh8Kv

  13. Para aprofundar-se: An analysis and evaluation of cornelius van til’s doctrine of common grace
    https://bit.ly/3vrjxiY

  14. Para aprofundar-se: Cornelius Van Til’s Doctrine of God and Its Relevance for Contemporary Hermeneutics
    https://bit.ly/3LmKvh7

Aula 5.4 - A crítica complementar de Hendrik G. Stoker a Cornelius Van Til

  1. Assista: Qual o perigo de se abraçar a metodologia do Van Til sem o suplemento da ontologia reformacional?
    https://bit.ly/3s0xYbp

  2. Leia: A controvérsia Clark-Van Til | Herman Hoeksema
    https://bit.ly/3voEkDK

  3. Leia: Por que nao sou vantiliano? | W. Gary Crampton
    https://bit.ly/3KzbVPO

  4. Leia: Neither “Copernican” nor “Van Tilian”: Re-Reading Cornelius Van Til’s Reformed Apologetics in light of Herman Bavinck’s Reformed Dogmatics
    https://bit.ly/3vt1OYt

  5. Leia: Jerusalem and athensrevisited
    https://bit.ly/37LjC8c

  6. Leia: From Antithesis to Synthesis A Neo-Calvinistic Theological Strategy in Herman Bavinck and Cornelius Van Til
    https://bit.ly/3kucsrj

  7. Leia: Theology and Philosophy
    https://bit.ly/3Lso1Lz

  8. Para aprofundar-se: Kees Van Til als Nederlandse-Amerikaanse, Neo-Calvinistisch-Presbyteriaan apologeticus: An Analysis of Cornelius Van Til’s Presupposition of Reformed Dogmatics with special reference to Herman Bavinck’s Gereformeerde Dogmatiek
    https://bit.ly/3vSByW9

Aula 5.5 - Uma metodologia trinitária para a apologética neocalvinista — A Trindade

  1. Leia: Vestígios da Trindade: explicação última da realidade e fundamento apologético
    https://bit.ly/3y1CoTl

  2. Leia: Filosofia e Teologia: uma proposta pastoral de unidade
    https://bit.ly/3KlCKqo

  3. Assista: Diante da expressão “entrelaçamento” como podemos viabilizar a vida cristã?
    https://bit.ly/3xZAVNc

  4. Leia: Resenha: The Trinity and the vindication of Christian paradox: an interpretation and refinement of the theological apologetic of Cornelius Van Til.
    https://bit.ly/3vQqglw

  5. Leia: The Trinity and the Vindication of Christian Paradox: An Interpretation and Refinement of the Theological Apologetic of Cornelius Van Til
    https://bit.ly/3y0OAUg

  6. Leia: What on earth is the trinity?
    https://bit.ly/3OVAKsy

  7. Leia: The covenantal trinitarian alternative to the scholastic dilemma
    https://bit.ly/3EZMoOl

  8. Para aprofundar-se: The Roots of Reformational Philosophy: The Thought of Dirk H.Th. Vollenhoven and Herman Dooyeweerd in the Light of the Trinitarian Vision of Abraham Kuyper – 2013
    https://bit.ly/3OHYCQ9

  9. Para aprofundar-se: The Roots of Reformational Philosophy: The Thought of Dirk H.Th. Vollenhoven and Herman Dooyeweerd in the Light of the Trinitarian Vision of Abraham Kuyper – 2014
    https://bit.ly/3MCDYyZ

Aula 5.6 - Uma metodologia trinitária para a apologética neocalvinista — As relações centrais

  1. Assista: Quais as contribuições do método apologético trinitário para a evangelização?
    https://bit.ly/3vK6DLC

     

  2. Assista: Qual o mínimo necessário para expor o evangelho em sua essência?
    https://bit.ly/3OVB5LQ

     

  3. Leia: Reconnoitering Dooyeweerd’s Theory of Man
    https://bit.ly/3LAd8Ys

     

  4. Leia: Current Reformational Philosophy and the “95 Theses on Herman Dooyeweerd” / J. Glenn Friesen
    https://bit.ly/3rYOatZ

     

  5. Para se aprofundar: Covenantal Apologetics
    https://bit.ly/3xXAK5f

Aula 5.7 - Uma metodologia trinitária para a apologética neocalvinista — As ideias-base

  1. Assista: Existe um modo de aplicação trinitário à cultura?
    https://bit.ly/3OKNodx

     

  2. Leia: The word of god and biblical authority
    https://bit.ly/3kpqCdj


  3. Leia: The Word of God and Creation
    https://bit.ly/3EXOFcK

Aula 5.8 - Apologética neocalvinista em diálogo com Roma — a Nouvelle Théologie

  1. Assista: Qual é a relevância de outras propostas apologéticas à luz da apologética trinitária modal esférica?
    https://bit.ly/3KmhTTL

     

  2. Leia: Dooyeweerd, Marlet and the new Catholic theology: From Franz von Baader to Pope Benedict XVI
    https://bit.ly/3EVUYxA

     

  3. Leia: The Great Turning P urning Point: Religion and Rationality in Doo oint: Religion and Rationality in Dooyeweerd’s Transcendental Critique
    https://bit.ly/3KFrHZv

     

  4. Leia: Traces of neo-Calvinism in France and Italy
    https://bit.ly/3EZNfyD

Aula 5.9 - Apologética neocalvinista em diálogo com Cambridge — a Ortodoxia Radical

  1. Leia: Introducing radical orthodoxy:mapping a post-secular theology
    https://bit.ly/3kpgwcE

     

  2. Leia: Theology and philosophy within radical orthodoxy (milbank) and reformational philosophy (Dooyeweerd)
    https://bit.ly/38BIDlW

     

  3. Leia: Modernity, “Radical Orthodoxy”, and Cornelius Van Til: A journey of rediscovery of participatory theism
    https://bit.ly/3KmiMvz

  4. Leia: Good Cities or Cities of the Good?
    https://bit.ly/3KwYmA1

MÓDULO 06

Uma fé que traz luz

A realidade a partir do conhecimento de Deus

Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor. Foram essas as palavras dirigidas pelo profeta Oseias ao povo de Israel, e que, para o nosso propósito aqui, expressam muito bem o intento do filósofo cristão John Frame em A doutrina do conhecimento de Deus, um dos volumes da sua prodigiosa série Teologia do Senhorio. Conhecer e prosseguir em conhecer. O nosso relacionamento com Deus é, sobretudo, um conhecer progressivo, uma relação de conhecimento que jamais é exaustivo.

Um dos principais filósofos cristãos em atividade, John Frame é professor no Reformed Theological Seminary das disciplinas de Teologia Sistemática e Filosofia. Além de A doutrina do conhecimento de Deus, onde trata da epistemologia cristã, sua série Teologia do Senhorio também possui os volumes A doutrina de Deus, A doutrina da vida cristã e A doutrina da Palavra de Deus, todos publicados no Brasil pela editora Cultura Cristã.

Compreendendo a teologia como “a aplicação da Palavra de Deus por pessoas a todas as áreas da vida” (2010, p. 93), Frame entende que ela jamais deveria ser encarada como mera disciplina acadêmica ou um conjunto de doutrinas. A teologia é, antes de tudo, pessoal; nas palavras de Frame, ela é a expressão de convicções profundas, de modo a ser “inevitável que em seu trabalho o teólogo compartilhe pessoalmente com seus leitores num nível de alguma intimidade” (2010, p. 334).

Um bom exemplo desse personalismo da teologia pode ser visto na vida e ministério de Charles Spurgeon (1834-1892). Conhecido como o príncipe dos pregadores, e descrito como uma luz que brilhou entre os seus contemporâneos, Spurgeon, embora não fosse um teólogo da academia, mostrou porque Lutero certa vez disse que “somos todos chamados de teólogos, assim como somos todos chamados cristãos” (2014, p. 15). Seu compromisso com o evangelho nunca foi simplesmente cognitivo. Era, antes de tudo, um compromisso do coração.

Nunca é demais lembrar nestes dias que “a reflexão teológica é uma forma de examinar nosso louvor, orações, palavras e adoração com o alvo de ter certeza que eles se conformam somente a Deus” (2014, p. 19). A boa teologia não fornece apenas um emaranhado de conceitos; ela conduz a uma vida de verdadeira comunhão com Deus. Não basta possuir uma estante cheia de livros. É preciso amar o Autor do Livro.

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    A Doutrina do Conhecimento de Deus – John Frame
    (Editora Cultura Cristã)

  2. Leitura complementar:
    Teologia em Três Dimensões – John Frame
    (Editora Vida Nova)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Resenha: A doutrina do conhecimento de Deus
    https://bit.ly/3mINd5L

     

  2. Fichamento: Outline of Doctrine of Knowledge of God
    https://bit.ly/3NP2Jcb

  3. Assista: Porque Frame demorou tanto para ser popularizado no meio reformado brasileiro?
    https://bit.ly/3tzG8sh

Aula 6.1 - Conhecendo a Deus, o Senhor da Aliança

  1. Assista: Explicando de forma prática a “adequada” ideia de Deus por Van Til e Bavink no pensamento clássico!

    https://bit.ly/3xMFycU

     

  2. Leia: O conhecimento de Deus e a sabedoria para vida: um chamado ao teatro participativo
    https://bit.ly/3NP3pyf

     

  3. Leia: Divine Revelation: God Making Himself Known
    https://bit.ly/3MNOlj4

     

  4. Leia: The Sovereignty of God
    https://bit.ly/39od6ox

     

  5. Leia: God the Creator
    https://bit.ly/3zBzndm

     

  6. Leia: The Spirituality of God
    https://bit.ly/3HgevKo

     

  7. Leia: The Omnipotence, Omniscience, and Omnipresence of God
    https://bit.ly/3NLr96l

     

  8. Leia: The Eternality and Aseity of God
    https://bit.ly/3mKkVb2

Aula 6.2 - O conhecimento de Deus pelos incrédulos

  1. Leia: Perspectivas em Cosmovisão: James K. A. Smith e John Frame
    https://bit.ly/3OfjJIK

     

  2. Leia: Help My Unbelief
    https://bit.ly/3Qg9wxp

     

  3. Leia: Divine Sovereignty and Human Freedom
    https://bit.ly/3xoKW4O

Aula 6.3 - A lei de Deus, o mundo e nós mesmos como objetos de conhecimento

  1. Assista: Como o Perspectivismo de Frame pode nos ajudar a responder as filosofias indentitárias?
    https://bit.ly/3tAbNd8

  2. Leia: Inspiração divina: o conhecimento de Deus na experiência de uma criança
    https://bit.ly/3O6d9Uw

  3. Leia: “Unregenerate Knowledge of God”
    https://bit.ly/3tx6GKD

  4. Leia: Divine Transcendence and Immanence
    https://bit.ly/3OaMIgx

Aula 6.4 - Deus e as perspectivas dos nossos estudos teológicos

  1. Assista: Como a abordagem de Frame pode nos ajudar no evangelismo e no ensino do evangelho?
    https://bit.ly/3xKP8NH

     

  2. Leia: O oceano numa colher de chá: a humildade perante a multiforme expressão do Reino
    https://bit.ly/3NLWOow

     

  3. Leia: Learning at Jesus’ Feet: A Case for Seminary Training
    https://bit.ly/3aZ4xkw

     

  4. Leia: Studying Theology as a Servant of Jesus
    https://bit.ly/3MPT2sK

     

  5. Leia: What Is Tri-Perspectivalism?
    https://bit.ly/3xLKoHz

     

  6. Leia: A Primer on Perspectivalism (Revised 2008)
    https://bit.ly/3Oebv3c

Aula 6.5 - Perspectivas da justificação do conhecimento

  1. Assista: O Tri perspectivismo tem relações com o relativismo?
    https://bit.ly/3mIUVNf

  2. Assista: O tri perspectivismo de Frame substitui a filosofia de Dooyeweerd ou os dois se complementam?
    https://bit.ly/3zwfgwT

     

  3. Assista: O Conhecimento de Deus
    https://bit.ly/3NM0k2c

     

  4. Leia: Perspectivismo: uma postura epistemológica de unidade para a Igreja
    https://bit.ly/3zwq2U5

     

  5. Leia: Uma vida em perspectivas
    https://bit.ly/39qJlDx

Aula 6.6 - Perspectivas do conhecimento teológico — normativa

  1. Assista: Qual a relação entre a revelação de Deus e nosso conhecimento?
    https://bit.ly/3xNkvaw

     

  2. Assista: Ética na Escritura
    https://bit.ly/2klnnII 

     

  3. Assista: A perspectiva Normativa
    https://bit.ly/2lMUky6

     

  4. Assista: Os Atributos da Escritura
    https://bit.ly/2lMUlSG

  5. Assista: Aspectos das Escrituras
    https://bit.ly/2kwpae5

Aula 6.7 - Perspectivas do conhecimento teológico — situacional

  1. Assista: Perspectiva Situacional
    https://bit.ly/2kjEkDi

     

  2. Assista: Perseguindo o nosso objetivo
    https://bit.ly/2lUngUB

  3. Assista: Compreendendo os fatos
    https://bit.ly/2m8wZH4 

Aula 6.8 - Perspectivas do conhecimento teológico — existencial

  1. Assista: Como relacionar a pessoalidade do teólogo e o método teológico?
    https://bit.ly/3O6iew4

     

  2. Leia: Where Did Gentleness Go as a Pastoral Virtue?
    https://bit.ly/3mG1Nev

  3. Leia: Aos 80 anos, estou mais sensível em relação ao mistério
    https://bit.ly/3Qgfnmn

     

  4. Assista: Perspectiva Existencial
    https://bit.ly/2kAnMHp

     

  5. Assista: Pretendendo fazer o bem
    https://bit.ly/2mgFEYc

  6. Assista: Escolhendo fazer o bem
    https://bit.ly/2lOsMs0

MÓDULO 07

A vida do lado de fora

Capital moral cristão na esfera pública

Quando ensinamos aos nossos filhos, ovelhas e alunos que o discípulo de Cristo têm um desafio cultural de ser uma presença pública fiel, necessariamente tocamos em um grande perigo na vida de todo cristão que nem sempre é lembrado em tratados de teologia política: manter uma presença pública infiel. Parece estranho falar de fidelidade e infidelidade pública, pois são dois conceitos habitualmente utilizados para descrever nossa obediência privada a Deus. Dizemos que fomos infiéis a Deus quando cometemos pecados muito íntimos — que, inclusive, não gostaríamos que viessem a público. No entanto, nessa falta de costume de pensar em nossas infidelidades públicas escondem-se dois fatores importantíssimos para a nossa vida cristã do lado de fora. 

Em primeiro lugar, não podemos perder de vista que vícios privados têm consequências públicas. Ou seja, por mais que possamos acreditar que determinadas infidelidades a Deus são experimentadas somente em nossa experiência pessoal mais íntima, elas necessariamente sempre vão ter reflexos públicos. De maneira muito simples, espera-se que quem fale a verdade, faça isso em casa e na rua. Contrário senso, também é verdadeiro. Quem habitua-se a mentir nas circunstâncias mais privadas da sua vida cotidiana, sentirá a vontade de fazer o mesmo em meio à comunidade. Esse é o poder espiritual do hábito, das rotinas e do discipulado. Ademais, soma-se a esse fato que mesmo que o pecado seja cometido em âmbitos distintos da vida, o pecador continua sendo a mesma pessoa — que transita nesses âmbitos cotidianamente, saindo do seu espaço privado e ocupando esferas públicas. Sendo assim, começa a ficar claro como que a infidelidade privada tem altos custos públicos.

Além de tudo isso, em segundo lugar, também devemos nos lembrar que Jesus não nos deu mandamentos e leis para serem praticados de modo privado e intimista. Por todas as páginas da história da revelação, os cristãos são desafiados a obedecerem o Senhorio de Cristo em todos os âmbitos de suas vidas. A fidelidade ao Senhor da aliança não era compreendida como algo que estava limitado aos assuntos “religiosos” da vida do povo da aliança. Já no Éden, recebemos uma ordenança criacional de sujeitarmos a terra e dominarmos sobre toda a natureza. Isso é vivido na ciência, na política, nas artes e na cultura de forma geral. Toda a experiência de vida temporal do povo de Deus foi moldada a partir da compreensão de que devíamos obediência a Deus em cara área da nossa vida. E a infidelidade era uma possibilidade terrível que estava sempre a espreita. Ela aconteceria também publicamente quando desconsideramos essas ordens e desobedecemos o nosso Senhor.

Por tudo isso, formação teológica e espiritual em Cristo não é uma tarefa relacionada apenas ao que fazemos no domingo dentro das igrejas. É claro que o culto ao Senhor é um dos elementos centrais nesse processo, mas ele nos prepara justamente para o envio subsequente: a presença fiel em toda a vida vivida do lado de fora! Esse é o significado de um chamado para uma existência totalmente diante de Deus. Por tudo isso, nossa postura pública precisa refletir aquilo que Cristo começou a fazer em nossos corações, para que, como falaram dos primeiros cristãos de Atos dos Apóstolos, também possamos crescer em número e ganhar a simpatia de todo o povo. 

Um trabalho que conseguiu estabelecer em termos sócio-filosóficos essa visão de presença social guiada pela transformação pessoal foi o livro Capital Moral (2009) do ex-senador holandês Roel Kuiper. Nesse livro o autor conta a história de como o pensamento moderno se estabeleceu até chegar às dinâmicas mais características de nossa cultura contemporânea — especialmente o estado de desconexão moral da sociedade ocidental. Em seguida, a partir do solo fértil da tradição de filosofia reformacional, ele argumenta que a mera noção de “contrato” social não será suficiente para enfrentar o esfacelamento das relações e a crescente suspeita e indiferença moral que enfrentamos em nossas sociedades. Será necessário recuperar não só a ideia, mas toda a prática de vida em torno do “pacto” e “aliança” que Deus tem com seu povo como o instrumento privilegiado na produção de capital moral para as famílias, comunidades civis, instituições sociais e políticas. O módulo deste mês explora os aspectos da obra de Roel Kuiper e como sua análise sócio-filosófica é frutífera para cultivarmos as virtudes morais necessárias que fazem florescer comunidades não apenas saudáveis, mas fiéis ao Senhor!

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Capital Moral: O Poder De Conexão Da Sociedade – Roel Kuiper
    (Editora Monergismo)

  2. Leitura alternativa:
    Não há leitura alternativa para esse mês

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: RESUMO “Capital Moral” I Anderson Barbosa
    https://bit.ly/3aq4nTa

  2. Ouça: Capital Moral | Bibotalk
    https://bit.ly/3bUcrMt

Aula 7.1 - O atual cenário das sociedades ocidentais

  1. Leia: A desconexão social
    https://bit.ly/3amVJov

     

  2. Assista: Como não abrir mão do desenvolvimento sem ceder à fé no progresso humanista?
    https://youtu.be/RkAX62ag9DI

     

  3. Leia: Reflexões sobre o livro de Anthony Giddens Modernidade e identidade
    https://bit.ly/3yTj0Io

Aula 7.2 - Arqueologia da moralidade moderna — um conto sobre duas cidades

  1. Leia Os cristãos precisam de uma utopia?
    https://bit.ly/3RdACWi

     

  2. Leia: Calvino, o diaconato e a responsabilidade social
    https://bit.ly/3nOMPDm 

     

  3. Leia: Amando a Deus e ao próximo: João Calvino e o diaconato em Genebra
    https://bit.ly/3NTEPeM

     

  4. Leia: Direito, Soberania e Estado: Bodin e Althusius em perspectiva
    https://bit.ly/3yRB6u3

     

  5. Leia: Descrição: Representação política em Althusius e Hobbes
    https://bit.ly/3bZCpxY

     

  6. Leia: A origem do federalismo em Johannes Althusius
    https://bit.ly/3Ph5u6K

     

  7. Leia: Johannes althusius e a revolta holandesa: Direitos naturais e soberania popular
    https://bit.ly/3Pelkih

     

  8. Leia: O calvinismo de Johannes Althusius (1603), suas influências e seu impacto na federação e separação de poderes
    https://bit.ly/3AGEj17

     

  9. Leia: Description: Aspectos filosóficos e teólogicos no pensamento de Johannes Althusius
    https://bit.ly/3RfBE4l

Aula 7.3 - Perda da intersubjetividade e os paradoxos da individualização pós-moderna

  1. Leia: Mais que 3%
    https://bit.ly/3uBlGHT

  2. Assista: Como trazer a discussão sobre a crise de valores na modernidade para um evangelicalismo individualista?
    https://youtu.be/pBQDFiZc5sA

  3. Leia: A crise de identidade do homem pós-moderno e a individualização
    https://bit.ly/3ytzvcE

  4. Assista: Afetividade e Moralidade: Jonathan Haidt e o Mapa do Conflito | Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/3yTarNI

  5. Leia: Você pode não amar aquilo que acredita amar:
    Nossos amores inconscientes | James KA Smith
    https://bit.ly/3IpNNiP

  6. Leia: A alma do socialismo:
    Uma resposta compassiva aos defensores de programas sociais | Phillip Holmes
    https://bit.ly/3c3GRf6

Aula 7.4 - Compreensão e preocupação: atitudes dialógicas fundamentais e suas reações morais

  1. Leia: Capital Social e Capital Moral: Um contraste entre os conceitos de Robert Putnam e Roel Kuiper
    https://bit.ly/3nM820T

     

  2. Assista: Viva a Vida com Ética Cristã – Pr. Guilherme Carvalho
    https://bit.ly/3NN43M0

     

  3. Leia: Colapso ou Vitalidade: Cristianismo Liberal vs Cristianismo Conservador | David T. Koyzis
    https://bit.ly/3c0mgZo

  4. Leia: Repensando o secular, redimindo a cristandade | James KA Smith
    https://bit.ly/3NTtiw7

Aula 7.5 - Desafios sociológicos para uma nova tipologia de instituições sociais

  1. Leia: Reconsiderando a “Religião Civil” | James KA Smith
    https://bit.ly/3muVD0z

  2. Leia: Uma Eclesiologia Neocalvinista – David Koyzis
    https://bit.ly/3bZHFC2

  3. Leia: Neocalvinismo: a resposta para jovens reformados inquietos? | Collin Hansen
    https://bit.ly/3HawFwQ

  4. Assista: Como, quando ou por que a igreja passou a adotar o caráter e de uma associação voluntária?
    https://youtu.be/l2u1Zyqk-Vg 

  5. Leia: Por que precisamos de um novo contrato social? | Luiz Adriano Borges
    https://bit.ly/3nQKOXw

  6. Leia: Cristo, Cultura e Carson | David T. Koyzis
    https://bit.ly/3yq2kqb

  7. Leia: Com que autoridade? | David T. Koyzis
    https://bit.ly/3nQ6ym6

  8. Leia: Como produzir igrejas multiétnicas | Jonathan Leeman
    https://bit.ly/3ySpDdZ

  9. Leia: Além da “criação” e da lei natural: Uma teologia pública evangélica | James KA Smith
    https://bit.ly/3bNNmmf

  10. Leia: Soberania das esferas em Herman Dooyeweerd:
    Nem estadista nem individualista Gregory Baus
    https://bit.ly/3XFc1xs

Aula 7.6 - A família como comunidade moral

  1. Leia: A família precisa de colaboradores
    https://bit.ly/3nOk4Xx

  2. Assista: #1 O fim da família I Rev. Pedro Dulci
    https://bit.ly/3OV7VvS

  3. Assista: #2 O fim da família I Rev. Pedro Dulci
    https://bit.ly/3uyq3n7

  4. Para aprofundar: A igreja local como formadora de capital moral
    https://bit.ly/44NXmlR

Aula 7.7 - As dimensões morais da comunidade política

  1. Leia: Nicholas Wolterstorff e a Ética Social do Calvinismo Holandês
    https://bit.ly/3vMQhC1 

     

  2. Leia: Os pagãos necessitam do evangelho (Romanos 1.18-26) | Timothy Keller
    https://bit.ly/3asC7iX

     

  3. Leia: Cuidado pastoral como teologia pública: uma conversa com Timothy Keller
    https://bit.ly/3amEynh

     

  4. Leia: Jonas e os marinheiros: Uma fé pública em prol do bem comum | Jonathan Silveira
    https://bit.ly/3NXXTbP

  5. Leia: Cancelado: como a mentalidade oriental de honra e vergonha viajou para o Ocidente | Abdu Murray
    https://bit.ly/3PcV9sd

Aula 7.8 - Pluralismo social e moralidade complexa

  1. Leia: O argumento do pluralismo kuyperiano | Jonathan Chaplin
    https://bit.ly/3yOe4V1

     

  2. Leia: O que Kuyper faria? – Liberalismo e os limites do pluralismo | David T. Koyzis
    https://bit.ly/3uB5RRr

     

  3. Leia: Quando nos retraímos – Evangelismo e os limites do Pluralismo (Parte 2) | David T. Koyzis
    https://bit.ly/3anb1tE

MÓDULO 08

Trabalhando pelo bem comum

Justiça social, ação política e fé cristã

Da forma como muitas pessoas se pronunciam a respeito dos assuntos políticos, a esfera pública parece ser um espaço absolutamente bem delimitado ideologicamente. Eles usam os conceitos que lembram um jogo de soma zero:  direita e esquerda, conservadores e progressistas, fascista e reacionário… e isso para explicar toda uma gama diversificada de fenômenos sociais. Uma espécie de panacéia sociológica. Entretanto, todos nós sabemos que as dinâmicas políticas são bem mais complexas do que esse jogo maniqueísta, formando diversas camadas ideológicas que, em alguns momentos, se sobrepõem e escapam da compreensão rasteira dos nossos clichês preferidos. Nesses encontros com situações limítrofes é que as ideologias mostram seu poder analítico limitado.

Para dar apenas um exemplo dessas situações de exceção, lembro-me de uma notícia sobre a coalizão entre diversos grupos políticos conservadores e uma frente de libertação feminista dos EUA contra um projeto de lei no estado da Dakota do Sul que proibiria médicos de receitar bloqueadores hormonais para jovens com menos de 16 anos que estariam com cirurgias de redesignação de gênero confirmadas.¹  O que é políticamente interessante nessa notícia é que dois grupos sociais que historicamente são colocados em lados opostos nas diversas discussões políticas — tais como pornografia, prostituição, abordo, direito homoafetivo, libertação feminina — se aliaram contra pautas relacionadas aos transgêneros. Foi motivo inclusive de notícia o fato de que conservadores americanos e feministas radicais deram as mãos contra a luta de direitos civis das pessoas trans. Isso aconteceu somente porque as visões maniqueístas de análise social que mantém todos os grupos em polarização irresoluta, simplesmente não conseguiriam acompanhar um processo social dessa complexidade envolvendo as reivindicações adolescentes de pessoas trans.

Esse é apenas um caso específico dentre muitos outros que poderiam ser mencionados para ilustrar um princípio político fundamental: as dinâmicas da realidade social têm uma complexidade que os imaginários ideológicos não conseguem dar conta em razão de seus limites intrínsecos. A natureza própria das ideologias faz com que elas sejam incapazes de fornecer as categorias necessárias para nos orientarmos na realidade sem incorrermos em reducionismos, empobrecimentos e desumanizações. Quem deixou essa natureza diminuta das ideologias exposta foi o cientista político David T. Koyzis em sua obra Visões e Ilusões Políticas (2014). Seguindo uma tradição aberta pelo economista holandês Bob Goudzwaard, Koyzis explicou as modernas ideologias políticas a partir das antigas idolatrias religiosas em que um aspecto da realidade era recortado do todo e transformado em uma divindade. Em outras palavras, assim como os antigos cultos idólatras das religiões pagãs, as ideologias modernas divinizam partes isoladas de uma sociedade e não vêem problemas em sacrificar o que for necessário no altar de seu culto para defender seus falsos deuses. No fim, o que conta é a santidade política e o zelo ideológico. 

Para ilustrarmos esse paradigma das ideologias enquanto idolatrias, pense novamente no caso de Dakota do Sul. Um olhar superficial para essa notícia soaria para nós uma contradição o fato de que conservadores e feministas estivessem em cobeligerância. Entretanto, um olhar mais atento e seguindo a lógica exposta por Koyzis mostra que, na verdade, é um caso de absoluta coerência idolátrica! É a total coerência idolátrica à mulher (enquanto um falso deus) que faz com que feministas não permitam que a identidade feminina seja dada a homens transgênero — colocando em risco espaços exclusivos para mulheres, como alas femininas das prisões ou abrigos para vítimas de violência doméstica. 

Podem querer nos convencer do contrário, mas a paixão religiosa ainda é a melhor explicação para o funcionamento das militâncias políticas. É porque seu ídolo está sob ameaça que uma aliança política é formada. Os textos que constituem essa seção do livro insistem, a partir da análise de Koyzis, na urgência dos cristãos abrirem mão de análises sociais reducionistas para começarem, então, a enxergar o político com mais refinamento teológico. Tão somente assim conseguiremos abrir mão de visões estereotipadas e maniqueístas dos assuntos políticos rumo às raízes religiosas do que está acontecendo na esfera pública.

_

¹ Notícia disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51624850 

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Visões e Ilusões Políticas – David Koyzis
    (Editora Vida Nova)

  2. Leitura alternativa:
    Fé Cristã e Ação Política – Pedro Dulci
    (Editora Ultimato)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Resenha: Visões e Ilusões Políticas | Rodomar Ricardo Ramlow
    https://bit.ly/3OT3xgd

Aula 8.1 - Política além da superfície

  1. Leia: Do pó da terra à alma política
    https://bit.ly/3zCYwE4

  2. Assista: Reforma, sociedade e cultura: entre o sagrado e o secular | Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/3J8lGFt 

Aula 8.2 - Identidade, Ideologia e Idolatria

  1. Assistir: A Cruz e as Políticas de Identidade I Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/3cPpPCd

  2. Leia: A esquerda deve tirar a pauta da questão identitária I Mark Lilla
    https://bit.ly/3WWKBBf

  3. Leia: Esquerda gosta de resistir, não de governar I Mark Lilla
    http://glo.bo/3bcsMMA

  4. Leia: Afetividade e Moralidade I Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/3BgFiFs

  5. Leia: Protestos no brasil: chegou a hora de uma política reformada? I Lucas Freire
    https://bit.ly/3cLoBrg 

Aula 8.3 - Abordagens cristã e não cristãs sobre a Ideologia

  1. Leia: O mito da neutralidade ideológica: Roy Clouser, David Koyzis e o fenômeno da ideolatria
    https://bit.ly/3Q2ylf5

  2. Leia: Na Política do Espetáculo: Ideologia, Mídia e a Presença Cristã
    https://bit.ly/3bb6YAU

  3. Assista: Como responder ao questionamento de que o evangelho também é uma ideologia totalitária?
    https://bit.ly/3OJiQb0

  4. Assista: Quando uma ideologia ultrapassa os limites do aceitável deve ser completamente rejeitada
    https://bit.ly/3vmpqxr

  5. Assista: O cristão e a polarização política I Pedro Dulci
    https://bit.ly/3Bm1AWc

Aula 8.4 - O liberalismo como idolatria política

 

  1. Assista: O liberalismo clássico de Prinsterer e Kuyper I Lucas Freire

    https://bit.ly/3OG2uA2

Aula 8.5 - O conservadorismo como idolatria política

Aula 8.6 - A democracia como idolatria política

 

  1. Leia: Os deuses das fake news
    https://bit.ly/3vjZmD6

  2. Assista: O que esperar das eleições presidenciais de 2022 e como nos preparar para elas?
    https://bit.ly/3zgxtNv

     

  3. Leia: A visão cristã do Estado e o príncipe moderno I Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/2m2cPyn

Aula 8.7 - O socialismo como idolatria política

Aula 8.8 - Transcendendo as ideologias e afirmando a pluriformidade social

 

  1. Assista: A igreja deveria oferecer espaço para promoção do pluralismo político?

    https://bit.ly/3PWDYvs

  2. Leia: O critério das tendências progressivas e reacionárias na história – Herman Dooyeweerd

    https://bit.ly/3za4wTm

  3. Leia: A construção social do mundo I Daniel Strauss

    https://bit.ly/3zeSnfS

  4. Assista: Do liberal ao plural: sobre o pluralismo político cristão I Pedro Dulci

    https://bit.ly/3cQFX6s

  5. Assista: Ativismo Político: uma abordagem evangélica I Igor Miguel

    https://bit.ly/3Je6zue

  6. Assista: Fórum de Discussão | Guilherme, Igor e Pedro
    https://bit.ly/3zd1E83

Aula 8.9 - A igreja militante [extra]

  1. Leia: Uma voz silenciada: a função profética da Igreja em meio as polarizações políticas
    https://bit.ly/3S8dMzI

  2. Leia: A traição do teólogo público
    https://bit.ly/3PE04TV

  3. Assista: A carência de uma teologia do culto é um dos motivos para que exista associações partidárias?
    https://bit.ly/3PJ1TPi

  4. Assista: O chamado para contemplação, pode ser uma resposta para as utopias ideológicas na igreja?
    https://bit.ly/3zCgypI

  5. Assista: Reformando a Teologia Pública | Pedro Dulci
    https://bit.ly/3cPEwFn

  6. Assista: Doutrina, carisma e virtude presença fiel na esfera pública I Rev. Pedro Dulci
    https://bit.ly/3b8A3gu

  7. Assista: A Igreja Militante I Pedro Dulci

    https://bit.ly/3Shgbse

     

  8. Leia: Antes do integral, o Eterno I Guilherme de Carvalho

    https://bit.ly/3Bo6yBU

MÓDULO 09

Nossa relação com o dinheiro

Economia e desenvolvimento social

Tornou-se uma tendência recorrente nas ciências sociais e filosofia política contemporânea a defesa de teses de que a história chegou ao fim. Uma das primeiras argumentações notórias nessa direção foi apresentada por Daniel Bell, em 1960. Para o sociólogo estadunidense, depois do fim da Segunda Guerra Mundial as ideologias, tal como eram articuladas para entender as plataformas políticas, não eram mais conceitos relevantes para pensar o cenário político. Com o novo período pós-guerra, elas seriam substituídas por um consenso generalizado de tal forma que, a partir de então, as pautas públicas seriam decididas exclusivamente por parecer técnico. Parte dessa mudança se deu, justamente, com a prosperidade econômica que uma parcela do globo começaria a experimentar, bem como do crescimento das expectativas que o mercado capitalista conseguiria resolver as questões de distribuição de bens que outrora era a esperança socialista. Em um cenário assim, acreditava-se que posturas meramente administrativas seriam suficientes para gerir uma sociedade que havia sido transformada em uma grande classe média. Definitivamente, essa nova forma de encarar o momento da política global era alimentado por uma fé triunfante no progresso e no desenvolvimento social. 

Não é nossa intenção fazer aqui um catálogo das defesas notórias pelo fim da história. O que nos chama atenção nessas diferentes apostas sobre esse fim, é a prematura relação que elas estabelecem entre fim da história e a obsolescência das ideologias. É um tanto irônico ler que chegamos ao fim da linha ideológica em razão da fragmentação de um bloco ideológico hegemônico na Guerra Fria e a permanência de outro. De forma alguma esse fato ajuda a sustentar a argumentação pelo fim da história. Antes o contrário, parece que Bell e Fukuyama apenas evidenciam que os seus comprometimentos com arranjos ideológicos específicos tendem a impor padrões simplistas às complexidades das relações sociais. Quem identificou e elaborou com precisão esse ponto fraco de alguns discursos sobre o fim da história foi o cientista político David T. Koyzis dizendo-nos o seguinte: “Bell e Fukuyama não são, na verdade, profetas de uma nova ordem social despida de compromissos ideológicos; simplesmente estão prevendo o triunfo de sua própria ideologia favorita, no caso, uma combinação de liberalismo e democracia, potencializada pela orientação tecnocrata dos cientistas sociais”.  Em vez de presenciarmos o raiar de uma nova era, livre de variações ideológicas pelo fim de sua evolução histórica, o que temos é a defesa retumbante das promessas de redenção que uma ideologia particular traz consigo. Nesse sentido, se realmente quisermos entender a relação entre temporalidade e política, precisamos prescindir das meras discussões entre as preferências ideológicas para caminharmos rumo a uma abordagem mais completa no tratamento dessa questão. 

Quem produziu a análise mais precisa das verdadeiras raízes da crise econômica e política das sociedades ocidentais capitalistas foi o economista holandês Bob Goudzwaard em seu livro Capitalismo e Progresso (1987). Nessa obra, que já se tornou um clássico da filosofia e economia reformacional, Goudzwaard defenderá “a possível conexão entre um motif cultural dominante na sociedade ocidental a busca do progresso e a fé no progresso — e um componente crucial da estrutura da sociedade ocidental — o capitalismo”. Isso significa uma forma distintamente cristã de analisar as raízes religiosas dos processos e dinâmicas constituintes das chamadas sociedades capitalistas — entendido como “modo de organização social que é direcionado especificamente para o crescimento e a mudança. Com essa orientação específica em direção ao progresso, o capitalismo parece ser hoje em dia um elemento reconhecível e essencial da nossa estrutura social”. É exatamente com essa questão que se ocupa o trabalho de Goudzwaard — e as aulas que compõem esse módulo de estudos.. O soterramento da política pela mera gestão pública carrega consigo uma das mais sutis questões da economia e filosofia política: a inexistência de um contraponto à gestão infinita dos seres humanos. Conforme explica Goudzwaard: “a expressão ‘sociedade túnel’ talvez seja ainda mais clara uma vez que evoca a imagem de uma sociedade em que tudo — pessoas, instituições, normas, comportamento — contribui para o tranquilo avanço em direção à luz no fim do túnel. Porém, o fim do túnel parece nunca estar ao nosso alcance; a luz brilha para sempre no futuro. No entanto, mantém em movimento tudo e todos que se encontram no túnel”. Ao que parece, o Ocidente fechou seu escritório de contrapontos históricos quando se viu incapaz de imaginar uma postura política alternativa à perpétua administração pública pelos desenvolvimentos tecnológicos e a prosperidade econômica. A satisfação passiva com as teses do fim da história revela que falta-nos uma história do fim.

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Capitalismo e Progresso – Bob Goudzwaard
    (Editora Ultimato)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Bob Goudzwaard e a contribuição neoêalvinista da economia | Leonardo Ramos e Tiago Rossi
    https://bit.ly/2mmJBuu

     

  2. Ouça: Capitalismo e Progresso | BTCast
    https://bit.ly/2moCyl7

     

  3. Leia: Cultivating Care within a Vulnerable Economy
    https://bit.ly/3L1fNuu

     

  4. Leia: Interview with Dr. Bob Goudzwaard | Christian Library
    https://bit.ly/3KZBmMd

Aula 9.1 - Os problemas complexos da cultura ocidental

  1. Leia: Transhumanismo: a fé no progresso levada às últimas consequências
    https://bit.ly/3B28L4k

  2. Leia: Esgotamento infantil: Sinais de um progresso capitalista?
    https://bit.ly/3qxJMkd

  3. Assista: Qual a solução para o problema da pobreza global?
    Wayne Grudem
    https://bit.ly/2lTSw6u

  4. Assista: Qual deve ser a relação entre pregação e responsabilidade social?
    https://bit.ly/2m2e7cH

  5. Assista: Conselhos sustentáveis a políticos e economistas cristãos
    https://bit.ly/3TYJxfS
     

  6. Leia: The christian and modern business enterprise
    https://bit.ly/3xbBIJT

     

  7. Leia: Have our Gods Failed us?
    https://bit.ly/3B4us3J

  8. Leia: Our gods have failed us
    https://bit.ly/3Brv70s

  9. Leia: World Poverty – A Contribution
    https://bit.ly/3QxLe0T

     

  10. Leia: Why poverty grows
    https://bit.ly/3QvbBEn

     

  11. Leia: Talking More Than
    https://bit.ly/3RzGB7M

     

  12. Leia: Spirals of Life and Death:
    The future of the Global Economy
    https://bit.ly/3d0r9CD

     

  13. Leia: 78. Faith, the Economy and People Movements in the Era of Globalization:
    The Role of Churches and Non- Governmental Organization
    https://bit.ly/3AZ307k
     

  14. Leia: Global Problems: The Lost Dimension
    https://bit.ly/3L3T80L

  15. Ouça: Entrevista com Lucas Grassi Freire | Mises Brasil
    https://bit.ly/2mnPsQc

     

  16. Ouça: Hope in Troubled Times
    https://bit.ly/3cZPLeC

Aula 9.2 - Um novo olhar para os problemas estruturais do Ocidente

  1. Leia: Economia Política Reformacional Tiago Rossi Marques https://bit.ly/2mnQ9sM

     

  2. Assista: Justiça Generosa | Tim Keller
    https://bit.ly/2kHjyhd 

  3. Assista: O Deus do Mercado: Uma introdução à economia teológica | Yago Martins
    https://bit.ly/2kQnsEo  

  4. Assista: Economia e Senhorio de Cristo | Rodolfo Amorim
    https://bit.ly/2ks1xDo

  5. Assista: Como a leitura de capitalismo e progresso escapa de interpretações estereotipadas de marketing?
    https://bit.ly/3exu6Lb

  6. Leia: Christian economics?
    https://bit.ly/3d0KALz

  7. Leia: The choice between what is and what ought to be
    https://bit.ly/3Qvc2yD

  8. Leia: The dynamic the word of God in
    https://bit.ly/3TVHYPJ

     

  9. Leia: The dynamic the word of God in (2)
    https://bit.ly/3L4eAT7

     

  10. Leia: From Death to Shalom
    https://bit.ly/3eDlQtf

  11. Leia: Socioeconomic Life: A way of confession
    https://bit.ly/3QM1nQt

  12. Leia: Economics and Christian faith: An interview with Bob Goudzwaard
    https://bit.ly/3erGIDx

  13. Leia: Economic life
    https://bit.ly/3qpFICD

  14. Leia: Economic life (2)
    https://bit.ly/3L4IhU4

  15. Leia: Economic life (4)
    https://bit.ly/3L4flvr

     

  16. Leia: “Freedom and justice:
    Evangelical responsibilities in politics and the economy”
    https://bit.ly/3L4flvr

  17. Leia: Economic Life: A Confession
    https://bit.ly/3eCAMHY

     

  18. Leia: Bob Goudzwaard – Christianity and Economics
    https://bit.ly/3qutHvT

     

  19. Leia: Two Reflections on Bible and Economy
    https://bit.ly/3xeIxKF

  20. Leia: Dr. Bob Goudzwaard: A christian-social perspective on the global economy Lecture for the annual meeting of the ECPM, Bern 2009.
    https://bit.ly/3BwooCx

  21. Leia: Christianity and Economics
    https://bit.ly/3QsckGp

     

  22. Leia: Globalization, Regionalization and Sphere-Sovereignty
    https://bit.ly/3exydH7

     

  23. Leia: Economic theory and the normative aspects of reality
    https://bit.ly/3KZIgRD

     

  24. Leia: Christian Social Thought in the Dutch Neo-Calvinist Tradition Bob Goudzwaard
    https://bit.ly/3cZbl35

     

    Para aprofundar-se:

  25. Leia: Toward reformation in economics 

    https://bit.ly/3eDUq6y

Aula 9.3 - A queda das barreiras para o progresso ocidental

  1. Assista: Existe uma preferência de Deus pelos pobres?
    https://bit.ly/3D9rz4d

     

  2. Leia: Estado Regulador? | Lucas Grassi Freire
    https://bit.ly/2mmJBuu  

     

  3. Leia: Bolha Econômica | Lucas Grassi Freire
    https://bit.ly/2kGcLEw

  4. Leia: Incomes and their distribution Bob Goudzwaard
    https://bit.ly/3U0u5Q2

     

  5. Leia: Income differentials adrift
    https://bit.ly/3eFzUCv
     

  6. Leia: Economics and theology
    https://bit.ly/3RqNEQ1

     

  7. Leia: Towards a Future of Care
    https://bit.ly/3xg795J

     

  8. Leia: Mission in western culture, in specific relationship to economic life
    https://bit.ly/3xc2Fgu

    Para aprofundar-se:

  9. Leia: Finding an Alternative to Over-Development
    https://bit.ly/3RTv6Yo

Aula 9.4 - A evolução da sociedade capitalista

  1. Leia: Um novo olhar para velhos problemas: Progresso e responsabilidade
    https://bit.ly/3TYArzx

     

  2. Assista: Abraham Kuyper e a Política sob perspectiva Reformacional
    https://bit.ly/3L5Dx0Q

  3. Leia: José do Egito, era socialista? | Lucas Grassi Freire
    https://bit.ly/2kPAsdp

     

  4. Leia: Esquerda ou direita? Não é esse o ponto! Lucas Grassi Freire
    https://bit.ly/2kPAsdp

     

  5. Leia: Economic stewardship versus capitalist religion
    https://bit.ly/3BulMoH

     

  6. Leia: Economic growth: how much is enough?
    https://bit.ly/3Lhx17j

     

  7. Leia: The Global Market: Enclosure and Exclusion Today
    https://bit.ly/3DekQ9k

     

  8. Leia: Enrichment, impoverishment and the power of exclusion
    https://bit.ly/3D8t8iS

     

  9. Leia: Sketch of Contribution on Structural Violence in the Modern Globalizing Economy
    https://bit.ly/3d9FBYO

  10. Leia: Market, Money, Capital
    https://bit.ly/3xeKYNj

  11. Leia: Underlying causes of the global economic crisis
    https://bit.ly/3Buf2ah

Aula 9.5 - Sinais de esgotamento do progresso nas sociedades capitalistas

  1. Leia: Pressa e Progresso: a sociedade do cansaço
    https://bit.ly/3RMzKr2

  2. Leia: Sofrimento, justiça e o conhecimento de Deus
    https://bit.ly/3De7Os4

     

  3. Assista: “Transformações da (des)ordem internacional liberal”, com o Prof. Dr. Leonardo Ramos
    https://bit.ly/3xg8Ujl

     

  4. Assista: Uma visão Bíblica da Economia | Lucas Grassi Freire
    https://bit.ly/3TQQCPk

  5. Assista: Aplicações da Economia em Ética Cristã I Lucas Grassi Freire
    https://bit.ly/3eH304c

  6. Leia: Religion and Labor
    https://bit.ly/3RQ51cH

     

  7. Leia: The overdevelopment of the west
    https://bit.ly/3d0tTzJ

  8. Leia: Planning economic systems and the future of our society
    https://bit.ly/3eDXlw2

     

  9. Leia: Centrally planned economies: I Strengths, Weaknesses and the Future
    https://bit.ly/3L2mUCY

     

  10. Leia: Christians in Resistance to the Neoliberal Culture of War Bob Goudzwaard
    https://bit.ly/3B4cBKa

Aula 9.6 - A necessária abertura da sociedade pelos seus habitantes

  1. Leia: Capitalismo e Progresso no Corpo de Cristo: A igreja como polo de abertura da sociedade
    https://bit.ly/3RAqnuU

  2. Assista: Como metáforas ajudam a orientar a direção do desenvolvimento e da abertura de uma sociedade?
    https://bit.ly/3xbi1BQ

  3. Assista: Capitalismo e Progresso | Leonardo Ramos
    https://bit.ly/2mmsnxh 

  4. Leia: Rumo à Reforma da ciência econômica Bob Goudzwaard
    https://bit.ly/2mgpmyn
     

  5. Assista: O liberalismo clássico de Goren Van Prinsterer e Abraham Kuyper Lucas Freire
    https://bit.ly/3d34uFG

  6. Leia: The Christian and Modern Business Enterprise
    https://bit.ly/3TX5qvM

  7. Leia: The Christian and Modern Business Enterprise (2)
    https://bit.ly/3qu2rh8

  8. Leia: The Christian and Modern Business Enterprise (3)
    https://bit.ly/3De7Os3

      

  9. Leia: Socioeconomic life – A way of confession
    https://bit.ly/3QrtEeV

     

  10. Leia: Towards a European Economy of Care
    https://bit.ly/3L0HcwA

     

  11. Leia: An Economy of Care: Two Views
    https://bit.ly/3BuXESK

  12. Leia: Towards an Economy of Sharing and Caring
    https://bit.ly/3qnA5Ff

  13. Leia: Reclaiming Our Future:
    The vision of Jubilee
    https://bit.ly/3d6igaI

     

  14. Leia: Ethical Dimensions of a Globalising Economy
    https://bit.ly/3RQdxZs

     

  15. Leia: New Horizons for Economic Reflection
    https://bit.ly/3ROlzC3

     

    Para aprofundar-se:

  16. Leia: Electionprogram 1977 – 1981
    https://bit.ly/3DhCvN8

MÓDULO 10

Deus é criativo

Arte, cultura e a beleza cristã

Multiplicam-se na contemporaneidade os discursos que denunciam uma crise nas  artes. Seja pela sua captura fatal pelo mercado e a indústria cultural ou ainda a morte das imagens em uma sociedade do espetáculo, tornou-se quase um lugar comum criticar o  arrefecimento das expressões artísticas e a crise do próprio lugar do artista no mundo contemporâneo. Alguém que se ocupou de maneira fundamental no interior desse debate foi o filósofo franco-argelino Jacques Rancière. Há mais de quinze anos ele já estava nos dizendo que esse tipo de discurso apocalíptico são: “indicações suficientes de que, hoje em dia, é no terreno estético que prossegue uma batalha ontem cerrada nas promessas de emancipação e nas ilusões e desilusões da história”.¹  Aqui Rancière sinalizar a relação que ele faz entre os conceitos de promessas e emancipação no interior do tratamento do aspecto estético. 

No entanto, existe uma complicação típica de nosso período histórico: as imagens que são mencionadas, descritas e criticadas nos discursos técnicos estão sendo compreendidas de maneira unívoca ou equívoca? Quando utilizamos o conceito de “imagens”, temos concordância no que atribuímos ao aspecto estético? Ou colocado de uma outra maneira pelo próprio Rancière, “não haveria, sob o mesmo nome de imagem, diversas funções cujo ajuste problemático constitui precisamente o trabalho da arte?”, ou ainda, “do que estamos falando e o que precisamente nos é dito quando se afirma que daqui em diante não há mais realidade, apenas imagens?”.²  Nessa formulação do problema que nos ocuparemos, esconde-se o que poderíamos chamar de “tendência” dominante no pensamento filosófico contemporâneo. Em vez de um equilíbrio dinâmico entre identidade e diferença sobrepondo-se e completando-se criativamente, o que vemos hoje é uma predominância paralisante da indiferença como o principal paradigma filosófico articulado para dizer o acontecimento. Seja na hermenêutica, com a indiferença do autor, seja nos estudos identitários com a indiferença de gênero ou na estética com a indiferença nas imagens, simplesmente perdemos a capacidade de fazer diferenciações e compreender o que constitui a identidade de um trabalho de arte, seus critérios avaliativos, qualidades e parâmetros de julgamento. 

Pode parecer elementar, mas é necessário questionar que: quando se insiste que só existem imagens, como em muitos discursos de indiferença filosófica contemporânea, não é possível pensar o outro da imagem. A indiferença rouba a alteridade, isso porque, se tudo é imagem, nada é imagem. Rancière corrobora nossa hipótese de que não é supérfluo lembrar de coisas tão simples: “é preciso fazê-lo porque essas coisas simples não param de se confundir, porque a alteridade identitária da semelhança sempre interferiu no jogo das relações constitutivas das imagens da arte. Durante muito tempo, ser semelhante foi considerado o próprio da arte, mesmo que uma infinidade de espetáculos e de formas de imitação tenham sido dela prescrito. Não ser semelhante, em nosso tempo, é considerado seu imperativo, ainda que fotografias, vídeos e exibições de objetos semelhantes ao do cotidiano tenham tomado, em galerias e museus, o lugar das telas abstratas”.³

Tudo isso prepara o terreno para as perguntas com que nos ocuparemos nos textos da presente seção de nosso livro dedicados à estética e à filosofia da arte: quais são as condições incontornáveis que nos permitem dizer que o mesmo não é o outro, como também o que é o outro assim invocado pelas imagens? Qual critério nos permite dizer que há um outro de forma visível em uma tela e não em outra? Como podemos, por exemplo, diferenciar a natureza do jogo de imagens que a televisão propõe é diferente daquele que o cinema sugere? Essas perguntas referem-se à construção de estruturas esteticamente qualificadas (obras de arte) e seu entrelaçamento com outras estruturas (naturais, sociais, econômicas, confessionais). 

Na tradição reformacional destaca-se o trabalho do historiador da arte Hans Rookmaaker (1922-1977) que ao mesmo tempo em que procurou responder cada uma dessas questões técnicas de estética e filosofia da arte, também manteve-se sempre muito sensível ao fato de que: “uma teoria estética jamais pode substituir uma arte viva ou a própria beleza, mas deve dar uma explicação teórica da experiência ingênua da beleza. O caráter teórico da ciência (isto é, o fato de que ela trabalha por abstração em relação à sístase) quer dizer que, embora esteja fundada na experiência ingênua, ela não pode e não deve jamais substituir a experiência ingênua”.⁴ Essa sensibilidade fez da abordagem de Rookmaaker capaz de não sucumbir aos reducionismos típicos de nossa era apontados muitos anos depois por Rancière, por exemplo. Basicamente seu trabalho em teoria estética foi o de submeter a própria esfera de lei estética a uma investigação mais atenta utilizando todo o instrumental filosófico dooyeweerdiano que estava ao seu alcance.  Tão somente assim, temos renovadas condições de encarar as obras de arte — que são estruturas esteticamente qualificadas — não só do ponto de vista funcional, mas examinadas à luz do domínio da estética em sentido estrito e fazendo da estética uma verdadeira ciência da arte.

_

¹ RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Trad. Monica Costa Netto. São Paulo: Editora 34, 2009, p. 12

² Ibid., p. 9.

³ Ibid., p. 16. 

⁴ ROOKMAAKER, Hans. A esfera da lei estética e o estilo das obras de arte, p. 46. 
 
Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Filosofia e Estética – Hans Rookmaaker
    (Editora Monergismo)

  2. Leitura alternativa:
    A Arte Moderna e a Morte de uma Cultura – Hans Rookmaaker
    (Editora Ultimato)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: The Importance of Hans Rookmaaker
    https://bit.ly/3CqZval

     

  2. Leia: Hans Rookmaaker’s Relevance for Today
    https://bit.ly/3ywnELE

  3. Leia: Art and the Christian Mind: The Life and Work of H.R. Rookmaaker
    https://bit.ly/3CQlI3k

Aula 10.1 - Princípios básicos da filosofia da arte para crentes e descrentes

  1. Leia: Rookmaaker: O que é Realidade?
    https://bit.ly/3CNqJJK

     

  2. Leia: Fé cristã e arte: Uma introdução 
    https://bit.ly/3RTr7uG

  3. Ouça: A arte não precisa de justificativa | Kaiky Fernandez
    https://bit.ly/2kqKQrW

     

  4. Ouça: Relações entre Fé e Cultura | Kaiky Fernandez
    https://bit.ly/2mhUE81

     

  5. Ouça: Interação Cultural | Kaiky Fernandez
    https://bit.ly/2kR7mdI

     

  6. Ouça: Exegese Cultural | Kaiky Fernandez
    https://bit.ly/2lSIQsN

     

  7. Ouça: Princípios de Fé e Arte | Rodolfo Amorim
    https://bit.ly/2lVjdrk

     

  8. Leia: “Eu leio Rookmaaker…”  

    https://bit.ly/3VkLOmc

  9. Leia: Crítica sobre o livro:
    “A Arte Não Precisa De Justificativa” 

    https://bit.ly/3VlSxfq

     

  10. Leia: A arte cristã: Uma perspectiva de Francis Schaffer e H.R. Rookmaaker | Rehem

    https://bit.ly/3rSkyO9

  11. Leia: O esvaziamento metafísico nas artes e a filosofia de Guilherme Ockham
    https://bit.ly/3H6btbm

  12. Leia: Arquitetura da luz: A reconstrução da igreja de Saint-Denis e a teologia de Dionísio pseudo-areopagita 

    https://bit.ly/3enwsg0

Aula 10.2 - A esfera da lei estética e o estilo das obras de arte

  1. Assista: Como não reduzir ou confundir o conceito de “belo” de Rookmaaker?
    https://bit.ly/3fTfwhP

     

  2. Assista: Como comunicar o que é normativo na esfera estética?
    https://bit.ly/3enVDPE

     

  3. Leia: Rookmaaker e o significado da arte
    https://bit.ly/3CPTyFi

  4. Leia: O aspecto esquecido: Estética, comunidade cristã e a redescoberta da arte cristã

    https://bit.ly/3CQnHVk

  5. Leia: W. Edgar: Cinco Razões para Ler Rookmaaker Hoje 

    https://bit.ly/3MluMjN

     

  6. Ouça: A arte não precisa de justificativa
    https://bit.ly/3Vg1HKy

  7. Leia: E viu Deus que era bom

    https://bit.ly/3Ml8H4N

Aula 10.3 - O artista, o espectador e a arte cristã

  1. Assista: De que forma o ativismo impulsiona uma ruptura entre a beleza e a arte?
    https://bit.ly/3fMLTi3

     

  2. Assista: É possível avaliar a beleza natural com categoria semelhante na arte produzida pelo homem?
    https://bit.ly/3rMKavW

     

  3. Assista: Teologia Natural e a tarefa do artista contemporâneo | Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/3Vg2hYK

     

  4. Leia: O artista verdadeiramente livre
    https://bit.ly/3eo5swM

     

  5. Leia: Criados para criar
    https://bit.ly/3CrTxpV

     

  6. Leia: A Música que Hans Rookmaaker Ouvia
    https://bit.ly/3CKDqoF
     

  7. Leia: Marleen Hengelaar: As imagens do Espírito
    https://bit.ly/3RT4hmL

     

  8. Leia: Marleen Hengelaar: Boas representações de Deus
    https://bit.ly/3T975xe
     

  9. Leia: Entrevista com Steve Turner  

    https://bit.ly/3RRTdq0


  10. Leia: Na Paisagem Sonora: Arte, Música & Espiritualidade
    https://bit.ly/3fZjxRH

Aula 10.4 - O trabalho artístico e a abertura de uma sociedade Assista: Quais os principais desafios para uma ética e estética no contexto

  1. Assista: Quais os principais desafios para uma ética e estética no contexto da cultura brasileira?
    https://bit.ly/3ViNjRO

  2. Leia: A moda e a manifestação da sabedoria em Israel
    https://bit.ly/3COqJJD

  3. Leia: Narrativas híbridas e construções simbólicas do cotidiano na música evangélica brasileira:
    Limites, possibilidades e rupturas
    https://bit.ly/3EvA4Hx

  4. Leia: Aproximações entre teologia e estética. Uma introdução em perspectiva da teologia protestante 

    https://bit.ly/3T9K3X5

     

  5. Assista: Questões Filosóficas para trampos artísticos Pedro Dulci
    https://bit.ly/2kGbFIV 

     

  6. Ouça: Cultura, Obras e Mundo | Bruno Maroni
    https://spoti.fi/2ks6tIq 

  7. Leia: Hans Rookmaaker: Celebrating the Creational Grace of Art
    https://bit.ly/3CONOMc

Aula 10.5 - A educação artística em tempos de morte da cultura

  1. Ouça: Conceitos de Cultura – Partes 1 e 2
    https://spoti.fi/2kGgX7e  

    https://spoti.fi/2kj4shs
     

  2. Assista: Fé e Arte na Contemporaneidade – Partes 1 e 2 
    https://bit.ly/2m2jkRN
    https://bit.ly/2kqMXvS

  3. Leia: O senhorio de Cristo e a redenção das artes
    https://bit.ly/3EvADRF

  4. Leia: Teologia e cultura: Desafios de um pensar teológico a partir de um diálogo entre Francis A. Schaeffer e Hans R. Rookmaaker 

    https://bit.ly/3SOKBlk

  5. Ouça: Antes de mais nada: cultura e natureza – Partes 1 e 2 
    https://spoti.fi/2mmLAPs 
    https://spoti.fi/2kGonHA 

  6. Assista: Arte e Apologética | Fórum com vários autores
    https://bit.ly/2kggZSR

  7. Leia: O cômico e o cósmico
    http://glo.bo/3tDwF62

Aula 10.6 - A estrutura e o julgamento das obras de arte

  1. Assista: E essa tal de beleza? | Coletivo Tangente
    https://bit.ly/2mhVXUt

     

  2. Assista: Fé Cristã e Cultura Brasileira | Coletivo Tangente
    https://bit.ly/2mfJAbw

     

  3. Assista: Schaeffer, Rookammaker e o pensamento artístico Coletivo Tangente
    https://bit.ly/2mhVYYx 

     

  4. Assista:  Nudez na Arte | Coletivo Tangente
    https://bit.ly/2kPJ5oc 

  5. Leia: Julgamento estético: Norma e ambiguidade
    https://bit.ly/3fZkLN5

Aula 10.7 - Hans Rookmaaker a respeito de uma obra de Calvin Seerveld

  1. Leia: Hans Rookmaaker and Francis Schaeffer
    https://bit.ly/3rJHK18

  2. Leia: The Legacy of Hans Rookmaaker: ‘So What?’
    https://bit.ly/3yxra8r

  3. Para aprofundar-se: Art is Life: Rookmaaker, Theology and Art, a critical consideration
    https://bit.ly/3ekpKaw

  4. Para aprofundar-se: Convergências e divergências nas perspectivas sobre a arte e a cultura em Paul Tillich e Hans Rookmaaker
    https://bit.ly/3Mpo4sV

MÓDULO 11

Palavra e natureza

Lendo os dois livros da realidade

No campo da investigação a respeito do diálogo entre ciência e religião, o nome de Alister E. McGrath tornou-se amplamente conhecido nos últimos anos. Não apenas pelas suas investidas contra o trabalho dos quatro cavaleiros do ateísmo Richard Dawkins, Daniel Dannet, Christopher Hitchens e Sam Harris, mas, acima de tudo, pela sua produção de conteúdo em direção a um novo horizonte de relação entre esses dois campos de trabalho. Apesar de sua obra nessa área ser muito vasta existe um valioso artigo intitulado Ciência, Fé e a Compreensão do sentido das coisas, publicado no livro Verdadeiro Cientistas, Fé verdadeira, organizado organizado pelo professor de genética R. J. Berry¹, onde McGrath nos deixa explícito aquele que é a corrente elétrica de suas investigações a respeito do diálogo em ciência e religião.

Em primeiro lugar, ele começa contando sobre sua trajetória pessoal de estudos. Nem todos sabem, mas antes de tornar-se doutor em teologia, McGrath tem uma mesma trajetória de pesquisa em níveis doutorais no ramo das ciências naturais. Entretanto, suas pesquisas fizeram uma curva: “meu verdadeiro interesse fazia uma transição para outra área. Nunca perdi o fascínio pelo mundo natural; simplesmente surgiu outro interesse. A princípio, esses interesses eram concorrentes, mas depois complementares. O que eu antes supunha ser o campo de batalha entre ciência e religião passou a ser cada vez mais percebido como a representação de uma sinergia crítica, porém construtiva, com um enorme potencial para o enriquecimento intelectual”.² E foi exatamente assim, nessa transição de área de estudos, que começaram a surgir novas perguntas que auxiliariam McGrath a colocar novos pontos de partida para a investigação teológica — especialmente no que diz respeito ao ramo da teologia natural. Ele continua explicando que: “como, eu me perguntava, os métodos e as premissas das ciências naturais poderiam ser utilizados para desenvolver uma teologia cristã robusta? E o que eu poderia fazer para explorar adequadamente essa possibilidade?”.³

Essa modificação na trajetória de seus interesses também contribuiu para que, em segundo lugar, McGrath empreendesse uma transição de sua abordagem. Seus esforços teológicos e apologéticos passaram a ter outro tipo de relação com a teologia natural e com a ciência. Ele explica que essa nova maneira de estabelecer a relação entre as ciências naturais e a teologia — os dois livros da revelação de Deus — o levariam a “dar um segundo passo, afastando-me da ideia de que alguém poderia ‘provar’ a existência de Deus por meio do mundo natural. Em vez disso, passei a ver que o ponto-chave era o fato de haver um alto grau de ressonância intelectual entre a visão cristã da realidade e o que realmente observamos. A fé cristã oferece um ‘encaixe empírico’ com o mundo real”.⁴ Do ponto de vista das abordagens em teologia natural, essa mudança nos raciocínios de McGrath são tão radicais quanto a revolução copernicana. A teologia natural deixava de ser uma disciplina feita “de baixo para cima” utilizando os dados do mundo natural para se chegar até Deus com provas racionais, para constituir-se uma investigação “de cima para baixo”, isto é, que parte da revelação desse Deus para compreender todo o mundo da experiência temporal oferecendo um encaixe empírico de alta ressonância com a realidade.

É claro que McGrath não é o criador dessa modificação fundamental de abordagem, que diz respeito a um abandono de práticas antigas na teologia que perduraram durante a Idade Média, por exemplo, mas que foram questionadas após a revolução científica moderna. Já observamos esse mesmo raciocínio presente na argumentação do filósofo escocês Thomas Reid (1710-1796) em sua crítica ao ceticismo moderno. Apesar de seu assunto específico não ser a realidade como um todo, constituindo uma teologia natural, mas tão somente a descrição dos processos constituinte da mente humana, ainda assim podemos enxergar o mesmo raciocínio de McGrath logo na introdução da Investigação sobre a mente humana segundo os princípios do senso comum, onde lemos o seguinte: “a linguagem dos filósofos, em relação às faculdades originais da mente, está tão adaptada ao sistema prevalecente que ela não consegue se encaixar em nenhum outro, como um casaco que serve ao homem para quem foi feito, e o favorece, mas que, contudo, cai mal muito mal em um homem de diferente constituição física, embora esse possa ser igualmente bonito e proporcional”.⁵ Observe que a descrição filosófica da realidade é comparada a um casaco que, apesar de bonito e até adaptado, não se encaixa à realidade dos processos mentais mais comuns observados no mundo real. Reid criticará toda a filosofia moderna de Descartes, Locke, Berkeley e Hume justamente porque ela foi construída artificialmente — nesse caso, longe das ordenanças criacionais reveladas por Deus em sua palavra e na realidade pelo senso comum — e por isso não tem encaixe empírico com a realidade. 

Alister McGrath explora essa noção de encaixe empírico a partir de sua recuperação mais recente feita pelo matemático e filósofo da religião de Oxford Ian T. Ramsey (1915-1972), que a colocou de uma maneira muito próxima da de Thomas Reid: “o modelo teológico funciona mais como a colocação de uma bota ou sapato do que o ‘sim’ ou ‘não’ de uma lista de chamada… Assim, o teste de um sapato é medido pela sua habilidade de se encaixar a urna ampla série de fenômenos, pela sua habilidade geral de atender uma série de necessidades. Isso é o que eu posso chamar de método de encaixe empírico, que é demonstrado pela teorização teológica”.⁶ O encaixe empírico, portanto, assume um lugar de primeira importância na determinação do modelo de teologia natural que será praticado por McGrath na longa esteira teológico-filosófica que se encontram pensadores como Reid e Ramsey, por exemplo. Em lugar de de construir uma teologia natural que constitui uma lista de “sim” e “não” do que pode ser afirmado sobre Deus a partir da realidade natural, a disciplina teológica se torna muito mais parecida como a colocação de um sapato ou de um casaco que melhor se encaixa com a realidade — explicando-a, dando-lhe sentido e fazendo-a voltar a ser significativa aos olhos de todos os seres humanos. 

Sob a orientação dessa percepção teológica, McGrath reorientou sua abordagem científica, apologética e de teologia pública. Sua postura apologética passou a considerar em estreita afinidade o potencial que as ciências naturais tinham para interpretar a realidade através de lentes genuinamente cristãs. Uma verdadeira redescoberta do mundo natural ao nosso redor agora encarado como o livro da revelação de Deus cheio de sentido e significado: “como a visão da natureza de um ponto de vista da fé, de modo em que ela seria vista, interpretada e apreciada através de lentes cristãs. Acontecimentos e entidades naturais não seriam, portanto, “provas”, mas consoantes com a existência de Deus. O que é observado na ordem natural harmoniza-se com os temas principais da visão cristã de Deus”.⁷ 

Os textos que constituem essa seção do livro orientam-se de maneira geral através dessa modificação dos esforços intelectuais no trabalho de McGrath — em especial no seu livro Teologia Natural: uma nova abordagem (2008). Em cada um deles encaminhou-se na direção de procurar fazer com que a teologia aprendesse com a metodologia e as premissas usadas pelas ciências naturais – e, a partir disso, desenvolver uma renovada relação com as mesmas. O ponto alto dessas investigações foi a percepção de como a reflexão cristã pode se beneficiar do rigor intelectual das ciências empíricas bem como as ciências naturais se mantém livres de reducionismos idólatras à medida em que se tornam conscientes dos encaixes do seu Criador.

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¹ Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2016.
² MCGRATH, Alister.  Ciência, Fé e a Compreensão do sentido das coisas. In: Verdadeiros Cientistas, Fé verdadeira. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2016, p. 24
³ Ibid., p. 26
⁴ Ibid., p. 26. 
⁵ REID, Thomas. Investigação sobre a mente humana segundo os princípios do senso comum. São Paulo: Edições Vida Nova, 2013, p. 22.
⁶ MCGRATH, Alister.  Ciência, Fé e a Compreensão do sentido das coisas. In: Verdadeiros Cientistas, Fé verdadeira. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2016, p. 26.
⁷ Ibid.

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Teologia Natural: uma nova abordagem – Alister McGrath
    (Editora Vida Nova)

  2. Leitura alternativa:
    A Alma da ciência – Nancy Pearcey
    (Editora Cultura Cristã)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: Ciências naturais e teologia cristã buscando novos caminhos de diálogo
    https://bit.ly/3GHnNRk

     

  2. Leia: Entrevista com Alister McGrath: “Percebi que o ateísmo é uma fé”
    http://glo.bo/3XqVlJq

  3. Leia: Teologia natural: Chegando ao Criador a partir da criação, por Alister McGrath
    https://bit.ly/3Vn6MA4

  4. Leia: A alma da ciência: Fé cristã e filosofia natural
    https://bit.ly/3AGqi2B

Aula 11.1 - As linhas gerais de uma nova abordagem

  1. Leia: A revelação natural e as provas da existência divina
    https://bit.ly/3LsPrkx

  2. Assista: Qual a diferença entre Teologia Natural e o pensamento reformado sobre a Revelação Natural? 
    https://bit.ly/3i8uWjb

  3. Assista: Modelos (equivocados) de Relacionar Fé e ciência Pedro Dulci
    https://bit.ly/2m1Jbcw  

  4. Assista: O modelo do diálogo entre fé cristã e ciência Pedro Dulci
    https://bit.ly/2kGd95X 

  5. Assista: O que é teologia Natural? | Alister McGrath
    https://bit.ly/2lXx4gL 

  6. Assista: Definindo a Agenda – Alister McGrath
    https://bit.ly/3OzEgZF

     

  7. Assista: Cristãos devem rever suas crenças à luz da ciência? – Alister McGrath
    https://bit.ly/3hWDauK

  8. Assista: Teologia Natural | G. de Carvalho e Filipe Fontes
    https://bit.ly/2klxe0Y 

  9. Assista: A ciência de Deus – Partes 1 e 2 | Alister MGrath
    https://bit.ly/2kGs6VA 
    https://bit.ly/2kGd1mZ
     

  10. Assista: Pode a teologia ser científica? | G. de Carvalho
    https://bit.ly/2moEeej 

  11. Leia: O Cristianismo é um Estímulo, não um Obstáculo à Ciência
    https://bit.ly/3UZYU7D

     

  12. Leia: A Natureza aponta para Deus? Teologia Natural – Parte I
    https://bit.ly/3UZYU7D

  13. Leia: A Natureza aponta para Deus? Teologia Natural – Parte II
    https://bit.ly/3EYAcPH

  14. Leia: A Teologia Natural de Alister McGrath como discurso na arena pública
    https://bit.ly/3OvEQaU

  15. Leia: Uma Teologia Mais Natural:
    Eberhard Jüngel sobre Criação e Cristologia
    https://bit.ly/3ETR61O

  16. Leia: Entre a Ciência e a Teologia:
    Como a ciência aprende sobre entidades não observáveis
    https://bit.ly/3VmNsmp

  17. Leia: Ciências da religião
    https://bit.ly/3tQkZK9

Aula 11.2 - A persistência na busca pelo transcendente na contemporaneidade

  1. Leia: Stephen Hawking, Deus e o papel da ciência Alister McGrath https://bit.ly/2mjdBas 

     

     

  2. Leia: O que vemos no microscópio pode nos levar à adoração | Ruth Bancewicz
    https://bit.ly/2kj9DxU 

     

     

  3. Leia: Ciência para além do cientificismo: as contribuições de Renê van Woudenberg | Pedro Dulci
    https://bit.ly/2H0ONvO 

     

     

  4. Assista: O logos divino e o caráter teotrópico do universo Roberto Covolan
    https://bit.ly/2kGfqOx 

     

     

  5. Assista: Fé e inteligibilidade do mundo Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/2lSKaMp  

     

     

  6. Assista: Teologia Natural e Dessecularização da Ciência Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/2kQvPzO 

     

     

  7. Assista: Debate entre William Lane Craig, Guilherme de Carvalho, Davi Charles Gomes e Jonas Madureira
    https://bit.ly/2kSt9BA 

     

     

  8. Leia: O princípio antrópico e o debate entre ciência e religião | John Polkinghorne
    https://bit.ly/2lZSr1a 


  9. Leia: O que Deus tem a ver com a matemática? 
    https://bit.ly/2kGfJZH

Aula 11.3 - O segredo revelado na ambiguidade da Natureza: as parábolas e o ministério de Jesus

  1. Leia: Hermenêutica da vida: O sentido cristológico da teologia natural para interpretar a realidade
    https://bit.ly/3V08szK

     

  2. Assista: Pregando as parábolas | Craig Blomberg
    https://bit.ly/3TZH6Ir

     

  3. Assista: Interpretando as parábolas | Craig Blomberg
    https://bit.ly/3ibDQwk

  4. Leia: Parábola
    https://bit.ly/3gy97JF

     

  5. Leia: O Reino de Deus à luz das parábolas de Jesus
    https://bit.ly/3EuuIe1

     

  6. Leia: As parábolas de jesus:
    Uma estratégia de comunicação dos princípios do reino de Deus 
    https://bit.ly/3V3j6pm

Aula 11.4 - O encaixe empírico: a teologia natural e a verdade

  1. Assista: A Ciência de Deus (McGrath) – Animação 01 e Animação 02
    https://bit.ly/3gtizhk
    https://bit.ly/3UYj4iq

     

  2. Assista: Como seria uma ciência redimida e aperfeiçoada pela graça?
    https://bit.ly/3i93uBT

     

  3. Assista: Wonders of the Living World S1: Alister McGrath, Como podemos aprender sobre Deus com a ciência?
    https://bit.ly/3gs3DAf

     

  4. Assista: O Universo precisa de Deus para ser explicado? Pedro Dulci
    https://bit.ly/2lXyAiX

     

  5. Assista:  Ciência, inteligibilidade e coerência: a visão cristã da realidade | Alister McGrath
    https://bit.ly/2kSxJjh 

     

  6. Assista:  Deus e a Natureza: aspectos fundamentais Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/2lTM4wj 

     

  7. Assista: Teologia de Kuyper e o campo científico Guilherme de Carvalho
    https://bit.ly/2mmC1Qv

  8. Assista: Alister McGrath – Ciência, inteligibilidade e coerência:
    A visão cristã da realidade
    https://bit.ly/3tQXErL

  9. Assista: [Live] Alister McGrath, Guilherme de Carvalho, Roberto Covolan: Uma teoria de tudo (que importa)
    https://bit.ly/3gxPUrw

Aula 11.5 - A imaginação batizada: a teologia natural e a beleza

  1. Leia: Contemplando a criação com o olhar redimido
    https://bit.ly/3gsPJh2

  2. Leia: Uma glória relegada: Teologia natural, cosmovisão e apologética
    https://bit.ly/3UaAmrC

  3. Assista: Wonders of the Living World, Margaret Miller: O que podemos aprender sobre Deus através da criação?
    https://bit.ly/3Xwcnpp

  4. Assista: Wonders of the Living World, S1: Ruth Bancewicz, Qual o pensamento por trás deste projeto?
    https://bit.ly/3gpH7rL

  5. Assista: Wonders of the Living World: Hilary Marlow – Na Bíblia, como a criação desperta admiração e espanto? 
    https://bit.ly/3Xt1JzN

Aula 11.6 - A visão e a virtude: a teologia natural e a bondade

  1. Assista: Wonders Living World Jeff H Que reflexões são inspiradas pela beleza vista dentro de um laboratório?
    https://bit.ly/3XwBdWu

     

  2. Assista: Wonders of the Living World Margaret Miller: Qual o valor da criação e o que isso tem a ver conosco?
    https://bit.ly/3XlZNct

     

  3. Assista: Wonders of the Living World, S3 Alister McGrath, O mundo natural tem algum valor em si mesmo?
    https://bit.ly/3VoeMk8

     

  4. Assista: Wonders of the Living World Hilary Marlow, Onde fica a esperança quando temos que cuidar da criação?
    https://bit.ly/3V0gU1K

     

  5. Leia: Ecoteologia, mudanças climáticas e o cultivo de virtudes ecológicas
    https://bit.ly/3EzmjWt

  6. Leia: “Em vez de reduzir a influência do fundamentalismo, Dawkins está piorando as coisas”
    https://bit.ly/3GEBX5G 

MÓDULO 12

De volta para o futuro

Desenvolvimento tecnológico e significado cristão do mundo

Existe um sentido profundo e pouco discutido de se relacionar desenvolvimento tecnológico e pensamento filosófico. A hipótese central dos capítulos que constituem essa seção do livro é que a tecnologia é uma das formas mais correntes de tornarmos a vida humana significativa. Para a maioria dos leitores, essa hipótese soará muito estranha. Isso porque, habitualmente aprendemos a colocar a tecnologia junto das ciências naturais e questões aplicadas, enquanto a busca de sentido fica circunscrita às ciências humanas, como a filosofia, por exemplo. Ou seja, tecnologia e significado da vida seriam duas realidades separadas por um abismo praticamente intransponível. Guardadas as devidas proporções poéticas, muitas pessoas ainda hoje sustentam que ciência e tecnologia são empreendimentos precisos, enquanto as questões da existência humana flutuam nas águas da imprecisão, da mesma forma que o escritor português Fernando Pessoa acreditava que “navegar é preciso; viver não é preciso”. Gostaríamos de dedicar essa última seção de nosso livro para provar o contrário. 

No interior dessa polarização entre a precisão das ciências empíricas e a imprecisão das ciências humanas encontra-se uma antiga e falsa visão da realidade que antagoniza os domínios da natureza e liberdade na experiência humana. Tal visão de mundo enxerga âmbito natural como determinado, previsível e absolutamente controlável, enquanto o domínio da liberdade humana pode ser alcançada nas produções do espírito humano autônomo, emancipado de qualquer prisão e com infinitas possibilidades de se realizar. Trata-se do famoso diagrama schaefferiano do mundo dividido em dois andares que tem uma longa genealogia e pode ser remontado em sua linhagem intelectual e religiosa ao dualismo platônico de mundo sensível e mundo das ideias.¹ Essa maneira de olhar para o mundo tem produzido dicotomias assustadoras como, por exemplo, as reivindicações de identidade gênero que desconsideram totalmente a história natural de um corpo em nome de uma alma desencarnada ao se enxergar em um gênero totalmente diferente do qual nasceu. E não apenas isso, poderíamos continuar citando vários exemplos aqui como a secularização da ciência, a dificuldade de encontrar significado na vida profissional, a luta em relacionar nossa fé com as outras áreas da nossa vida, e assim por diante. Em cada um desses fenômenos da nossa vida mais cotidiana esconde-se o mesmo sintoma de uma enfermidade mais grave: a divisão de nossa vida entre um reino de determinação natural e um âmbito impreciso de liberdade humana. Os habitantes do mundo contemporâneo sofrem de vertigem cultural por serem lançados e lado para o outro constantemente — ora com discursos de determinação natural aprisionadores, ora com indeterminações morais aflitivas.

Nessa altura de nosso projeto de uma presença pública na filosofia, teologia e ciências não é mais necessário dizer que essa visão dicotômica da realidade não tem nenhuma relação com a forma cristã de enxergar o mundo. Não obstante, contrário senso também é verdadeiro. Se o coração dos indivíduos é governado pelo motivo religioso central das Escrituras, toda a sua vida tem condições de tornar-se repleta de sentido e significado. Sendo assim, à revelia de Fernando Pessoa, para um cristão com visão de mundo bíblica, tanto navegar quanto viver é preciso!
Quem nos ajuda de uma maneira muito rigorosa nesse processo de mostrar o relacionamento entre desenvolvimento tecnológico e pensamento filosófico são quatro engenheiros e filósofos holandeses. No interessantíssimo manual Filosofia da Tecnologia: uma introdução (2015), Maarten J. Verkerk, Jan Hoogland, Jan van der Stoep e Marc J. de Vries deixam explícita uma verdade muito básica da vida humana que nos ajuda a superar a dicotomia entre natureza e liberdade. O presente módulo se ocupará exatamente sobre esse esforço.

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¹ REALE, G; ANTISERE, D. Filosofia: Antiguidade e Idade Média (Volume 1). São Paulo: Paulus, 2017, p. 134

Referências bibliográficas

  1. Leitura principal:
    Filosofia da Tecnologia: uma introdução – Maarten J. Verkerk
    (Editora Ultimato)

  2. Leitura alternativa:
    Fé, Esperança e Tecnologia – Egbert Schuurman
    (Editora Ultimato)

Guia de Estudos

Assista, ouça e leia cada uma das referências abaixo na sequência em que são apresentadas. Elas estão organizadas em relação à ordem das aulas disponíveis nos Programas de Tutoria e no Loop.

Introdução

  1. Leia: O Pensamento de Egbert Schuurman sobre a Cultura Tecnológica
    https://bit.ly/3FrPdsk

  2. Assista: Entrevista com Egbert Schuurman | Gustavo Assi
    https://bit.ly/2mmDjuP 

  3. Leia: Resenha – Livro: Filosofia da Tecnologia
    https://bit.ly/3FPdkCz

  4. Assista: Entrevista com Maarten J. Verkerk | Gustavo Assi
    http://bit.ly/2lZUgLy

Aula 12.1 - Fundamentos filosóficos para a prática tecnológica

  1. Leia: O significado além da tecnologia
    https://bit.ly/3WjszsY

     

  2. Leia: O que Atenas tem a ver com o Vale do Silício? Traçando um paralelo entre filosofia e computação
    https://bit.ly/3htVL1x

     

  3. Leia: Filosofia da Tecnologia: um breve histórico
    https://bit.ly/3HT9Osr

     

  4. Leia: Clio encontra Prometeu e Hefesto: Classificando estudos de ciência, tecnologia e Sociedade e a perspectiva cristã
    https://bit.ly/3FPeJci

     

  5. Leia: Ferramentas filosóficas para projetos tecnológicos
    https://bit.ly/3W02bEu

     

  6. Leia: A Filosofia Existencial da Tecnologia de Karl Jaspers
    https://bit.ly/3UYPoRp

     

  7. Leia: O Cristianismo e a História da Tecnologia – Parte 1
    https://bit.ly/3UWgbOs

  8. Leia: O Cristianismo e a História da Tecnologia – Parte 2
    https://bit.ly/3hremv3

  9. Leia: O Cristianismo e a História da Tecnologia – Final
    https://bit.ly/3uOwMc6

  10. Para aprofundar-se: A brief overview of Herman Dooyeweerd’s philosophy
    https://bit.ly/3uR6SVm

     

  11. Para aprofundar-se: Technology Has a Message
    https://bit.ly/3VXEjBD

  12. Para aprofundar-se: Forming a Christian View of Computer Technology
    https://bit.ly/3j2u1kW

     

  13. Para aprofundar-se: Diversity in Cognitive Models
    https://bit.ly/3PrqLM1

     

  14. Para aprofundar-se: A Different Way of Approaching Data Models and KR Ontologies
    https://bit.ly/3FlvUAM

  15. Para aprofundar-se: A philosophical underpinning for I. T. evaluation
    https://bit.ly/3HBwI7f 

Aula 12.2 - Fundamentos confessionais para uma filosofia da tecnológica

  1. Leia: A tecnologia no drama das Escrituras e os desafios de hoje
    https://bit.ly/3Yr0yRO

  2. Leia: Tecnologia como salvação:
    Fé e esperança em um mundo mediado por artefatos tecnológicos
    https://bit.ly/3BAbL96

  3. Leia: A fé cristã na era da cultura tecnológica
    https://bit.ly/3WA2eqL

  4. Leia: As raízes mais profundas do problema climático: sobre culpa, arrependimento e renascimento Maarten J. Verkerk
    http://bit.ly/2kQcIG5 

  5. Leia: Ciência + Religião
    https://bit.ly/3V0f0gG

  6. Ouça: A tecnologia é neutra?
    https://bit.ly/3Ft5Qns

  7. Leia: Entrevista exclusiva com Derek C. Schuurman sobre a Relação entre Fé Cristã e Tecnologia
    https://bit.ly/3VZE8po

     

  8. Leia: Tecnologia, revolta dos rôbos e o coração
    https://bit.ly/3FUPjdr 

  9. Leia: Tecnologia e virtude – uma resenha da obra de Shannon Vallor
    https://bit.ly/3WkRc8G

  10. Leia: Religião, Robôs e Inteligência Artificial
    https://bit.ly/3HBgzi8

  11. Leia: Rainha das Ciências: Por que a teologia nunca foi tão necessária
    https://bit.ly/3htXu71

  12. Leia: Ficção Científica, Ciência e Religião
    https://bit.ly/3BACyBX

  13. Leia: Teologia tecnológica
    https://bit.ly/3uQY6GT

  14. Leia: Ciência, tecnologia e cristianismo na obra de C. S. Lewis
    https://bit.ly/3j2Gjdh

  15. Para aprofundar-se: Technology in a Christian-philosophical perspective
    https://bit.ly/3WePuWa

  16. Para aprofundar-se: Futurology or eschatology
    https://bit.ly/3hriR8V

  17. Para aprofundar-se: A Christian Perspective on Artificial Intelligence:
    How Should Christians Think about Thinking Machines?
    https://bit.ly/3HFvmbF

Aula 12.3 - Trabalho, Tecnologia e a abertura de Significado

  1. Assista: O que fazer com a Tecnologia?
    https://bit.ly/3WePYeW

  2. Leia: Filosofia da tecnologia e educação: Uma perspectiva reformacional
    https://bit.ly/3v9rt7D

  3. Leia: Tecnologia: o fim da teleologia?
    https://bit.ly/3hrsV1Q

     

  4. Leia: O surgimento e o papel bíblico da tecnologia e da ciência
    https://bit.ly/3W8GLVw

     

  5. Leia: Ciência para além do cientificismo: As contribuições de René van Woudenberg
    https://bit.ly/3v19xMp

     

  6. Para aprofundar-se: The Ethics of Responsibility as a Comprehensive Approach: An Application to the Ethics of Technology
    https://bit.ly/3FT1ask

     

  7. Para aprofundar-se: Practically Critical: Making the Critical Approach More Useful
    https://bit.ly/3WgFtaT

     

  8. Para aprofundar-se: Information systems as a life-world
    https://bit.ly/3VZcXLm

Aula 12.4 - A metáfora do Jardim: sobre as condições de possibilidade para a renovação do uso e do desenvolvimento tecnológico

  1. Leia: Cultivando e guardando o jardim: A atividade tecnológica (cultural) como uma interpretação responsiva ao Autor (o outro)
    https://bit.ly/3uOBV3V

  2. Leia: Um ponto cego: tecnologia e o reino de Deus
    https://bit.ly/3j5FVug

     

  3. Leia: As dimensões cósmicas da relação entre ciência e fé cristã
    https://bit.ly/3VYAQme

     

  4. Leia: Preocupações de JRR Tolkien sobre Tecnologia
    https://bit.ly/3ByJTSw

     

  5. Leia: A nanotecnologia, a Criação e Deus
    https://bit.ly/3FQ8kh4

  6. Leia: Filosofia Cristã e Agropecuária
    https://bit.ly/3hlLPap

     

  7. Leia: A Agropecuária e a Ecologia
    https://bit.ly/3FS68FF

  8. Para aprofundar-se: Technology and the Ethics of Responsibility
    https://bit.ly/3US5jkw

  9. Para aprofundar-se: Technology and the Biblical Story
    https://bit.ly/3YiDCV7

Aula 12.5 - A necessária abordagem sistêmica e multidisciplinar na abertura e desenvolvimento cultural

  1. Leia: Novas tecnologias e o cuidado pastoral: sobre a necessidade de discernimento digital
    https://bit.ly/3FOOnah

     

  2. Assista: Como viver na era do tecnicismo? | Gustavo Assi
    https://bit.ly/2moGrGD 

     

  3. Leia: O significado da tecnologia por Derek Schuurman
    https://bit.ly/3PpNf07

     

  4. Leia: Ética e o Caráter Sistêmico da Tecnologia Moderna
    https://bit.ly/3j1mdjq

     

  5. Leia: Robôs, Transumanismo e Vida Além da Terra
    https://bit.ly/3PpNmZB

  6. Leia: Os algoritmos vão nos controlar? Um esboço de resposta em três passos
    https://bit.ly/3PzMJN1

     

  7. Para aprofundar-se: Information Society: Cultural Impoverishment or Enrichment?
    https://bit.ly/3UZMtrR

     

  8. Para aprofundar-se: Introducing Open Source and the Raspberry Pi to Schools in Developing Nations
    https://bit.ly/3WfTeqv

  9. Para aprofundar-se: The Notion of Lifeworld Applied to Information Systems Research
    https://bit.ly/3FwLlWM

Aula 12.6 - Fazendo e projetando de maneira complexa

  1. Assista: Pensando e Fazendo: Introdução à filosofia da tecnologia – Pedro Rendeiro
    https://bit.ly/3uRfwmU

     

  2. Leia: A presença fiel em uma sociedade tecnológica
    https://bit.ly/3PtGOcn

     

  3. Leia: Tecnologia e experiência cotidiana
    https://bit.ly/3UXtKNw

     

  4. Leia: O que eu gostaria que meu pastor soubesse sobre a vida de um cientista
    https://bit.ly/3uQsZuZ

     

  5. Leia: Cientistas, o trabalho de vocês é importante para Deus
    https://bit.ly/3Yr6g6c

  6. Leia: Tecnologia para a realidade. “Deus fez o homem tal que ele fosse…
    https://bit.ly/3BCUPyF

     

  7. Leia: Distopias e filosofia da tecnologia
    https://bit.ly/3Fx2PSW

     

  8. Leia: Em busca da transcendência: Os oxfordianos e os debates em torno do transumanismo
    https://bit.ly/3PquvNU

     

  9. Leia: Reflexões sobre O Dilema das Redes
    https://bit.ly/3uR0WM3

     

  10. Para aprofundar-se: Philosophical and Ethical Problems of Technicism and Genetic Engineering
    https://bit.ly/3UZNss3

     

  11. Para aprofundar-se: Approaches to Christian Education: From Elusive Towards a Larger and Deeper Approach
    https://bit.ly/3HBAIoc

     

  12. Para aprofundar-se: Understanding Everyday Use of Facebook and Games 
    https://bit.ly/3BCS5RM

Aula 12.7 - Um estudo de caso: o hospital psiquiátrico de Vijverdal

  1. Leia: Diagnóstico e intervenção em saúde: Contribuições dos aspectos modais de Herman Dooyeweerd
    https://bit.ly/3Vq4QqB

     

  2. Leia: Transhumanismo: a fé no progresso levada às últimas consequências
    https://bit.ly/3B28L4k

  3. Leia: Análise filosófica das organizações industriais Maarten J. Verkerk
    http://bit.ly/2ml0c1D 

     

  4. Leia: Process Innovation in Mental Health Care: Development and implementation of clinical pathways in psychiatric hospital Vijverdal
    https://bit.ly/3YpfQXd

  5. Leia: Beyond the empirical turn: responsible technology
    https://bit.ly/3V6DgOA